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Ibovespa fecha em queda de 3% em dia de pânico global; dólar dispara

Retaliação da China às tarifas de Donald Trump acirra a guerra comercial; dólar vai a R$ 5,83

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 4 de abril de 2025 às 10h39.

Última atualização em 4 de abril de 2025 às 17h49.

Após ter passado incólume à queda das bolsas globais e em especial das americanas no pregão de ontem, o Ibovespa entrou hoje no 'modo pânico' que dominou os mercados mundiais depois da retaliação da China às tarifas impostas por Donald Trump.

O índice abriu em queda de 2,24%, e acelerou as perdas ao longo do pregão, fechando com queda de quase 3%. Na semana, o principal índice da B3 acumulou queda de 3,52%.

Apenas três ações fecharam no azul. O destaque positivo foi de Carrefour, que saltou 10,77%, para R$ 8,23, depois de a varejista elevar de R$ 7,70 para R$ 8,50 o pagamento para fechamento de capital. A Minerva subiu 0,15%, para R$ 6,47, e Klabin subiu 0,05%, para R$ 18,55.

Entre as perdas mais expressivas, estão as ações das petroleiras que mais uma vez lideram as baixas em meio a um tombo de mais de 5% nas cotações do petróleo. Na mesma linha, o dólar disparou 3,68%, trazendo a divisa para o patamar dos R$ 5,83, após forte queda na sessão de ontem, quando bateu os R$ 5,62.

A Brava Energia recuou 12,92%, para R$ 18,34. Petrorecôncavo caiu 8,60%, a R$ 14,35, e Prio recuou 7,96%, para R$ 33,90. Por sua vez, Petrobras ON teve baixa de 4,19%, a R$ 37,73, e Petrobras PN teve queda de 4,03%, a R$ 34,55. As commodities metálicas também ficaram pressionadas, o que derrubou os papéis da Vale em 3,99%, a R$ 52,68.

Ibovespa hoje

  • IBOV: -2,96%, aos 127.256 pontos
  • Dólar hoje: +3,68%, a R$ 5,83

Mercados globais

Os mercados globais enfrentaram uma nova rodada de perdas expressivas nesta sexta-feira, 4, em resposta ao agravamento da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, após o governo chinês ter anunciado tarifa de 34% para importações americanas em retaliação a Trump. E nem mesmo a fala do presidente do Fed, Jerome Powell, trouxe alívio. O VIX, conhecido como 'índice do medo', subiu mais de 32%.

Powell alertou que uma guerra comercial terá efeitos maiores do que os previstos, o que levaria à alta na inflação e  à queda no crescimento. Ainda assim, o presidente do Fed não vê risco de recessão, citando os dados fortes do ‘payroll’ de março, bem acima do esperado.

Foram criadas 228 mil vagas de emprego em março, bem acima dos 151 esperados pelo mercado, sinalizando uma economia ainda bastante resiliente antes das tarifas e dando menos espaço para cortes de juros por parte do Fed.

Mais cedo, os mercados na Ásia já tinham fechado em queda pelo segundo dia consecutivo após o presidente dos EUA anunciar tarifas elevadas, chamadas de "tarifas recíprocas", contra as exportações de todos os países, gerando tensão global. Na Europa, as perdas também se acentuaram após o anúncio de Pequim.
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