Após os recordes da semana passada, o Ibovespa voltou a alcançar novas máximas histaóricas ao ultrapassar, pela primeira vez, os 150 mil pontos. O índice fechou o pregão desta segunda-feira, 3, em patamar inédito de 150.454,23 pontos, com uma alta de 0,61%.

Pela manhã, o índice bateu o recorde intradiário ao atingir os 150.761 pontos. Foi o quarto dia consecutivo de recorde duplo. No ano, o Ibovespa já soma 21 recordes de fechamento.

O desempenho de hoje foi impulsionado pela perspectiva de diferencial de juros entre o Brasil com os Estados Unidos e alta de ações de peso do setor bancário e da Petrobras (PETR3 e PETR4).

"Há uma expectativa o Copom na quarta-feira. O que está praticamente dado é vai ser mantido os 15% de juros, mas com uma expectativa de queda chegando. O mercado vai olhar de perto o comunicado, se ele já vai dar algum spoiler, se eventualmente já devemos esperar para janeiro ou março. Caso seja março e eventualmente os dados também indiquem que faz sentido cortar lá, eu vejo um espaço para o mercado subir mais novamente", disse Nicolas Gass, head de alocação de investimentos e sócio da GT Capital.

"O movimento global foi compensado pelo maior apetite por risco e pelo fluxo estrangeiro para a B3, que renovou recordes acima dos 150 mil pontos, impulsionada por ações de bancos e Petrobras", afirma Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.

Com o novo recorde nesta segunda, o Ibovespa já acumula uma valorização de 25,25% no ano. Em nota, a B3, atribuiu o novo patamar a uma combinação de fatores, com a melhora nas expectativas macroeconômicas e retomada gradual da confiança dos investidores local e estrangeiro.

"Alcançar o patamar dos 150 mil pontos sinaliza que a bolsa do Brasil está em momento de valorização e que os investidores seguem com suas estratégias de diversificação e sofisticação, das quais a renda variável é parte importante", disse Luiz Masagão, VP de Produtos e Clientes da B3.

Novo horário

A negociação dos principais ativos da B3 passou a ter um novo horário nesta segunda. Com o fim do horário de verão nos Estados Unidos no domingo, 2, o pregão brasileiro ganhou uma hora a mais. O fechamento, que antes ocorria às 17h, passa agora a ocorrer às 18h.

O horário de verão norte-ameriano teve início em março e, desde o dia 10 daquele mês, o Ibovespa negociava das 10h às 17h, com o after market das 17h30 às 18h.

Apesar da mudança no horário de fechamento, a abertura das negociações continua ocorrendo às 10h. Por outro lado, não haverá sessão de after market para o mercado de ações, exceto na data de vencimento de opções.

Boletim Focus

Analistas de mercado consultados pelo Banco Central (BC) reduziram as projeções do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2025, 2026, 2027 e 2028, segundo Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 3. 

Os analistas reduziram as projeções do IPCA de 4,56% para 4,55% neste ano.

Para 2026, o índice de inflação permaneceu em 4,20%.

A projeção do PIB ficou em 2,16% e em 1,78% em 2026. A estimativa de 2027 subiu de 1,83% para 1,90%.

Já a expectativa da Selic se manteve estável para 2025, 2026.

A projeção do mercado para o câmbio ficou estável em 2025, 2026 e 2027.

Bolsas internacionais em alta

As bolsas da Ásia fecharam majoritariamente em alta nesta segunda-feira, 3, acompanhando o bom desempenho de Wall Street na sexta-feira. Investidores analisaram novos dados de atividade industrial da China, que mostraram desaceleração.

O Hang Seng, de Hong Kong, subiu 0,97%, e o CSI 300, da China, avançou 0,27%. Na Coreia do Sul, o Kospi disparou 2,78%, alcançando nova máxima, e o Kosdaq ganhou 1,57%. Na Índia, o BSE Sensex avançou 0,05% e o Nifty 50 subiu 0,16%. O S&P/ASX 200, da Austrália, teve alta de 0,15%, antes da decisão do banco central do país, que iniciou hoje sua reunião de política monetária. No Japão, os mercados ficaram fechados por feriado.

As bolsas da Europa fecharam mistas. O índice Stoxx 600 subiu 0,02%, enquanto o DAX, da Alemanha, avançou 0,63%. O CAC 40, da França, perdeu 0,17%, e o FTSE 100, do Reino Unido, teve queda de 0,21%.

Nos Estados Unidos, os principais índices também fecharam mistos. O índice Dow Jones encerrou em queda de 0,47%, aos 47.337,32 pontos. O S&P 500 avançou 0,17%, aos 6.852,04 pontos, e o Nasdaq subiu 0,46%, aos 23.834,72 pontos, com suporte do setor de tecnologia.