Ibovespa: opera em queda nesta segunda-feira (Amanda Perobelli/Reuters)
Editora de Finanças
Publicado em 2 de dezembro de 2024 às 10h48.
Última atualização em 2 de dezembro de 2024 às 18h22.
O Ibovespa, principal indicador da Bolsa brasileira, iniciou a semana com desempenho negativo. Na tarde desta segunda-feira, 2, o índice fechou em queda de 0,34%, aos 125.235 pontos, depois de oscilar entre 124.733,89 e 125.901,06. Entre os fatores que pesaram no mercado estão o anúncio do pacote fiscal e a divulgação do boletim Focus, ambos amplamente analisados pelos investidores.
Em evento nesta segunda-feira, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, sinalizou juros mais altos por mais tempo, afirmando que o cenário econômico atual aponta para uma política monetária "mais contracionista" por parte do BC.
Antes da abertura dos mercados, o Banco Central divulgou o boletim Focus, mostrando que analistas financeiros elevaram, pela terceira semana consecutiva, a projeção da taxa Selic para o final de 2025, que passou de 12,25% para 12,63%.
Já para 2026, a estimativa subiu de 10% para 10,50%. [Grifar] Esses números refletem a percepção de um cenário fiscal mais desafiador, exigindo juros elevados por um período prolongado.
O economista André Perfeito comentou: “Houve uma piora generalizada mais uma vez em todos os indicadores. Destacamos a piora nas projeções para IPCA, especialmente para 2025 e 2026, que vem subindo de maneira sistemática, reiterando a perspectiva inescapável de elevação na Selic.”
O pacote fiscal anunciado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva gerou reações negativas no mercado. O plano inclui medidas como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 e cortes de gastos, sendo parte essencial da agenda do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Nesta semana, o governo busca avançar com as votações no Congresso. Segundo Odair Cunha (PT-MG), líder do partido na Câmara, os projetos de lei já protocolados devem ir a plenário até quarta-feira. A pauta exata será definida em reunião de líderes nesta terça-feira.
O dólar começou a semana em alta e fechou em alta de 1,13%, a R$ 6,0680, nesta segunda-feira, 2. Trata-se de um novo recorde de fechamento. Durante o dia, o dólar atingiu seu maior valor histórico, sendo cotada a R$ 6,0919. A disparada da moeda está diretamente ligada ao mau humor do mercado em relação ao recente anúncio do pacote fiscal e da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, feitos pelo governo na semana passada. A disparada reflete o mau humor dos investidores com o pacote fiscal e a incerteza sobre a execução das medidas.
No cenário atual, o mercado segue cauteloso, aguardando desdobramentos tanto no Congresso quanto nas próximas projeções econômicas
Novo patamar: até onde vai a disparada do dólar contra o real?
O cenário cambial também é impactado por declarações externas. O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, fez uma declaração sobre os países do BRICS. Em sua rede social, Truth, Trump afirmou que o grupo de economias emergentes, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, deve manter o compromisso com o dólar nas transações comerciais. Caso contrário, Trump ameaçou impor tarifas de 100% sobre os produtos do bloco, o que dificultaria sua entrada no mercado americano.
O Ibovespa é calculado em tempo real, baseado na média ponderada de uma carteira teórica de ativos. Cada ativo tem um peso na composição do índice, refletindo o desempenho das ações mais negociadas. Se o índice está em 100 mil pontos, o valor da carteira teórica é de R$ 100 mil.
Até o dia 1º de novembro (sexta-feira), o horário de negociação na B3 vai das 10h às 17h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, e o after market entre 17h30 e 18h. As negociações com o Ibovespa futuro acontecem das 9h às 18h25.