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Produção industrial
A produção industrial brasileira caiu 0,5% em maio, na comparação com abril, segundo o IBGE. O resultado veio em linha com a expectativa do mercado e reflete perda de fôlego do setor em meio às incertezas econômicas e fiscais.
Na comparação com maio de 2024, houve alta de 3,3%, enquanto o acumulado do ano subiu 1,8% e o dos últimos 12 meses avançou 2,8%.
Três das quatro grandes categorias econômicas registraram retração, com destaque para veículos automotores (-3,9%) e derivados do petróleo e biocombustíveis (-1,8%). Por outro lado, o setor de indústrias extrativas avançou 0,8%, acumulando alta de 9,4% em quatro meses consecutivos de crescimento.
EUA: Criação de empregos decepciona
Nos Estados Unidos, o setor privado criou apenas 33 mil vagas em junho, segundo pesquisa da ADP. O resultado veio muito abaixo da expectativa de 115 mil vagas projetada por analistas.
Além disso, os dados de maio foram revisados para baixo, de 37 mil para 29 mil postos de trabalho. A pesquisa também apontou uma desaceleração no crescimento salarial, que passou de 4,5% para 4,4% na comparação anual.
Segundo a ADP, as empresas seguem cautelosas em novas contratações, embora o número de demissões ainda permaneça baixo.
Depois da divulgação dos números, as apostas para um corte de juros na próxima reunião do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) subiram de 20,67% para 23,65%.
No cenário político, os investidores acompanham o embate em torno do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A decisão do governo Lula de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para manter o aumento do tributo teve efeito limitado nos mercados.
O movimento ocorre num momento em que a relação entre o Executivo e o Congresso mostra sinais de desgaste. De acordo com pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 57% dos deputados federais avaliam que as chances de aprovação de projetos da presidência são baixas. A pesquisa ouviu 203 parlamentares entre 7 de maio e 30 de junho.
A agenda institucional conta ainda com a participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em reunião com ministros da Economia e presidentes de bancos centrais do Mercosul, em Buenos Aires.
Haddad falou rapidamente a jornalistas. Ele disse que "não podemos fazer o jogo da especulação" e "precisamos ganhar dinheiro produzindo, não especulando". Na entrevista, Haddad afirmou que não pode reclamar do Congresso.
Nos Estados Unidos, ainda nesta quarta, a Câmara deve votar o projeto de lei tributária apresentado por Trump, chamado de "One Big Beautiful Bill", após aprovação apertada no Senado na véspera.
A agenda econômica americana também inclui os dados semanais de estoques de petróleo do Departamento de Energia. O DoE dos Estados Unidos informou um aumento de 3,845 milhões de barris nos estoques da commodity no país na semana passada, na contramão do esperado pelo mercado, que aguardava uma queda de 2 milhões.
Já à noite, a atenção se volta à Ásia, com a divulgação dos índices PMI compostos de junho no Japão (21h30) e na China (22h45).
Mercados internacionais
As bolsas da Ásia encerraram o pregão desta quarta-feira, 2, sem direção única. O destaque ficou com Singapura, cujas ações atingiram uma máxima histórica, após o UBS elevar a recomendação para o mercado local, citando estabilidade monetária, dividendos robustos e reformas estruturais em andamento.
Já no Japão, o Nikkei 225 recuou 0,56%, pressionado por incertezas comerciais, enquanto o Topix caiu 0,21%. Na Coreia do Sul, o Kospi perdeu 0,47% e o Kosdaq caiu 0,19%, em linha com o tom mais cauteloso da região.
Na China, o índice CSI 300 terminou o dia praticamente estável, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, subiu 0,73%. Já na Austrália, o S&P/ASX 200 avançou 0,66%.
Na Europa, os principais índices fecharam majoritariamente em alta. O CAC 40, de Paris, subiu 0,99% e o DAX, de Frankfurt, avançou 0,49%. O Stoxx 600 valorizou 0,18%. No Reino Unido, o FTSE 100 registrou queda, de 0,12%.
Na terça-feira, os principais índices de Wall Street terminaram o dia sem direção única, com os investidores avaliando falas do presidente do Fed, Jerome Powell. O S&P 500 cedeu 0,11%; o Nasdaq 100 caiu 0,82% e o Dow Jones subiu 0,91%.
Segundo Powell, a instituição continuará sendo "completamente apolítica", mesmo após as frequentes críticas do presidente Trump, que tem pressionado pela redução das taxas de juros.