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Ibovespa fecha em queda no 1º pregão de 2025, mas Petrobras (PETR4) limita perdas maiores

Mercado repercute dados fracoa da atividade industrial da China, Europa, Estados Unidos e Brasil

Ibovespa: 2025 promete ser mais desafiador para ativos de risco (Germano Lüders/Exame)

Ibovespa: 2025 promete ser mais desafiador para ativos de risco (Germano Lüders/Exame)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 2 de janeiro de 2025 às 11h03.

Última atualização em 2 de janeiro de 2025 às 18h07.

No primeiro pregão de 2025, nesta quinta-feira, 2, o Ibovespa fefchou em queda, enquanto o dólar caiu para R$ 6,162 -- após bater R$ 6,227 na máxima do dia.

A bolsa ganhou fôlego com ajuda do petróleo. A referência WTI para fevereiro de 2025 fechou com alta de 1,97% enquanto o tipo Brent para março valorizou 1,73%, sendo que ambas as referências chegaram a avançar mais de 3% durante a sessão. Com isso, Petrobras (PETR3; PETR4) fechou em alta de 3,07% e 2,10% respectivamente, no mesmo horário.

Ibovespa hoje

  • IBOV: -0,07% aos 120.200 pontos
  • Dólar: -0,28% a R$ 6,162

PMIs

Em dia de agenda mais esvaziada, o mercado repercute os dados da atividade industrial da China, Europa, Estados Unidos e Brasil.

O Índices de Gerentes de Compras (PMI) industrial da China, divulgado na quarta-feira, 1º, pela S&P Global em parceria com a Caixin (empresa privada), recuou para 50,5 em dezembro, frente 51,5 em novembro e abaixo das expectativas de analistas consultados pela FactSet. As projeções apontavam um avanço para 51,7 no mês passado.

O dado fraco sobre o setor de manufatura renovou as preocupações sobre as perspectivas para a segunda maior economia do planeta. O resultado foi o pior primeiro dia desde 2016 para as ações chinesas, impactando todas as bolsas da Ásia, que fecharam em queda, com as da China recuando mais de 2%.

Mas, apesar da desaceleração, o PMI industrial se manteve acima da marca de 50 pontos pelo terceiro mês consecutivo.

Dois dias antes, o PMI composto (indústria e serviços) oficial da China - medido pela agência de estatísticas (National Bureau of Statistics, NBS) - também indicou que a atividade econômica segue em expansão, passando de 50,8 em novembro para 52,2 em dezembro.

O PMI de serviços, por sua vez, subiu para 52,2 em dezembro, ante 50,0 em novembro, superando a expectativa de 50,2. Por outro lado, o PMI industrial recuou de 50,3 para 50,1 no mesmo período, ficando abaixo das projeções dos analistas, que esperavam 50,2.

Na Europa, o PMI industrial da zona do euro recuou de 45,2 em novembro para 45,1 em dezembro, ficando ligeiramente abaixo tanto da prévia quanto da estimativa de 45,3 pontos.

Na França, a atividade industrial diminuiu de 43,1 em novembro para 41,9 em dezembro, atingindo o menor patamar desde maio de 2020, enquanto persistem preocupações com os desafios do governo em relação ao orçamento.

Na Alemanha, o indicador caiu de 43 em novembro para 42,5 em dezembro, em linha com a prévia e as projeções do mercado. Já no Reino Unido, o PMI Industrial recuou de 48 em novembro para 47 em dezembro, marcando o menor nível dos últimos 11 meses e ficando abaixo da previsão de 47,3 pontos.

Nos EUA, também segundo a S&P Global, o PMI industrial de dezembro (final) caiu a 49,4, de 49,7 em novembro, mas acima do consenso de 48,3.

Todos os PMIs abaixo de 50 indicam contração na atividade econômica das regiões.

Por aqui, o PMI industrial do mês passado também recuou fortemente. Segundo a S&P Global, o indicador caiu de 52,3 em novembro para 50,4 em dezembro, empatando com o resultado de agosto, o ritmo mais suave de expansão na atividade no ano.

Start em 2025

Apesar do dia relativamente tranquilo, o ano promete ser de desafios pela frente. No Brasil, a crise entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso sobre as emendas parlamentares se reflete em temores em relação à governabilidade do Governo Federal.

A questão, inclusive, ameaça a votação do Orçamento previsto para fevereiro e colabora para a frustração com a condução da política fiscal pelo governo.

Essa perda de credibilidade também tem impactos diretos nas expectativas macroeconômicas, especialmente na inflação – que pode sofrer uma pressão altista neste novo ano.

O Banco Central (BC) já sinalizou mais dois aumentos de 1 ponto percentual (p.p.) na taxa Selic nas primeiras reuniões de 2025, o que levaria a taxa básica de juros para 14,25%. No entanto, algumas casas já consideram a possibilidade da Selic atingir 15% neste ano.

Hoje, as curvas de juros futuros operam em alta, com os DIs de 2027 e 2028 próximos a uma taxa de 16%.

Todo esse movimento desfavorece os ativos de risco, que passam a cair em peso nesta sessão. No ano passado, o Ibovespa registrou uma queda acumulada anual de 10,3%.

Já o dólar se fortalece frente às moedas globais, incluindo o real, na esteira que os PMIs da zona do euro e da China mostram uma economia mais fraca, o que se reflete na ida de capital para os Estados Unidos. Em 2024, o dólar valorizou 27,34%.

O dia também é marcado pelo início do mandato de Gabriel Galípolo como presidente do BC. Nesta quinta-feira, 2, a autoridade tem previsto somente despachos internos.

Como é calculado o índice Bovespa?

O Ibovespa é calculado em tempo real, baseado na média ponderada de uma carteira teórica de ativos. Cada ativo tem um peso na composição do índice, refletindo o desempenho das ações mais negociadas. Se o índice está em 100 mil pontos, o valor da carteira teórica é de R$ 100 mil.

Que horas abre e fecha a bolsa de valores?

O horário de negociação da B3 vai dar 10h às 18h, com o after market operando das 18h25 às 18h45. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h. Já as negociações com o Ibovespa futuro acontecem das 9h às 18h25.

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