Painel de cotações da B3: MGLU3 e LREN3 são destaques de queda (Germano Lüders/Exame)
Guilherme Guilherme
Publicado em 1 de dezembro de 2022 às 10h54.
Última atualização em 1 de dezembro de 2022 às 18h54.
O Ibovespa abriu o mês de dezembro em firme queda, recuando 1,4% nesta quinta-feira, 1. Entre os motivos, estiveram as expectativas com a transição de governo, a queda da Petrobras (PETR4) reação negativa dos agentes financeiros à divulgação do PIB do terceiro trimestre e o clima negativo para as bolsas no exterior.
No campo político, investidores pesaram o impacto fiscal que terá a PEC da Transição proposta pelo governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Nesta sexta-feira, o líder do PT no Senado, Paulo Rocha (PA), anunciou que o início da votação do texto na Comissão de Constituição e Justiça da Casa ficou para quarta-feira que vem, 7.
A proposta retira do Teto de Gastos R$ 198 bilhões pelo prazo de quatro anos. Segundo o Valor, Rocha sinalizou que a equipe de transição avalia reduzir o impacto fiscal para R$ 175 bilhões. A notícia é positiva, mas a incerteza ainda pressiona o Ibovespa para baixo.
Já no caso do Produto Interno Bruto, o problema foi a surpresa negativa. De acordo com os dados, a economia brasileira cresceu 0,4% no trimestre ante consenso de uma expansão de 0,7%. Na comparação anual, o salto foi de 3,6%. Ainda que expressivo, o número saiu abaixo da mediana das expectativas do mercado, que era de 3,7%.
"Foi uma surpresa para baixo, tanto comparado com as nossas projeções quanto com as do mercado. Mas, de uma maneira geral, a composição do PIB foi boa, tirando a queda de oferta da agricultura. Mantivemos nossa expectativa de crescimento de 3% para este ano", disse Laiz Carvalho, economista do BNP Paribas para o Brasil.
O desempenho local também sofreu influência negativa de Wall Street, onde investidores realizaram lucros após os principais índices terem disparado no último pregão. Ontem, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano), sinalizou que o irá abrandar o ritmo de alta de juros a partir da decisão de política monetária deste mês, o que levou a altas de mais de 3% nos principais índices.
As expectativas de um aperto monetário mais suave foram ainda fortalecidas pelos dados de Preço de Gastos Pessoais (PCE, na sigla em inglês) de outubro divulgados nesta manhã, que vieram abaixo do esperado.
O PCE, que é uma das principais referências para as políticas do Fed, ficou em 0,3% para o mês de outubro, 0,2 ponto percentual abaixo do consenso. Já o núcleo do PCE ficou em em 0,2%, 0,1 p.p. abaixo das expectativas.
Porém, mesmo com a sinalização positiva, o dia foi de realização de ganhos nos EUA. Já o mercado europeu, que ficou de fora do rali de ontem, encerrou a quinta em alta.
No câmbio, os dados positivos do PCE derrubaram o dólar a nível global, impactando também no desempenho da divisa contra o real. Apesar do cenário adverso na bolsa, a moeda fechou o dia perto da estabilidade, recuando pela terceira sessão consecutiva.
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Os papéis da Petrobras, que tem o segundo maior peso entre as ações que compõe o Ibovespa, caíram forte nesta quinta e ajudaram a manter o índice no negativo. Investidores reagiram à apresentação do plano estratégico da companhia para os anos de 2023 a 2027.
O plano foi bem recebido, mas investidores estão receosos que a chegada do governo Lula mude as expectativas para a estatal, principalmente na questão dos dividendos e no direcionamento de investimentos da companhia.
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As ações de consumo, mais dependentes da atividade econômica local, ficaram entre as quedas do pregão nesta quinta-feira, com Magazine Luiza na lanterna do índice.
"O tom do mercado brasileiro é ditado pela divulgação do PIB pela manhã. O PIB é um dado bastante previsível e não deveria assustar os investidores. Mas quando sai bem abaixo das expectativas dá uma assustada", disse Nícolas Merola, analista da Inv.
As perdas envolvem ainda os frigoríficos que recuam com a baixa do dólar, a exemplo do que já havia ocorrido no pregão passado.
Na ponta positiva, BB Seguridade liderou os maiores ganhos do dia.
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O Ibovespa acumulou baixa de 3,1% no mês de novembro, prejudicado pela volatilidade trazida pelo cenário político. Ainda assim, o mês terminou em toada positiva: o índice avançou 1,42% na véspera.