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Ibovespa hoje: bolsa sobe com pronunciamento de Bolsonaro e impulso da Vale

Bolsas de Wall Street recuam de olho na decisão de política monetária do Fed que será divulgada na quinta-feira

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 1 de novembro de 2022 às 10h44.

Última atualização em 1 de novembro de 2022 às 18h12.

O Ibovespa avançou nesta nesta terça-feira, 1, véspera de feriado, puxado pelas ações da Vale (VALE3) e pelo pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro, o primeiro desde que foi derrotado na disputa presidencial contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

  • Ibovespa: + 0,77%; 116.928 pontos

Após passar o dia em alta e em compasso de espera, a bolsa atingiu sua máxima durante o discurso de Bolsonaro no final da tarde, na expectativa de uma fala pacificando os ânimos e indicando a transição de governo.

Sem citar a vitória de Lula, Bolsonaro prometeu cumprir as determinações da constituição até o fim de seu mandato. A fala afastou os temores de que o presidente não aceitaria o resultado das urnas.

Em resposta às paralisações dos caminhoneiros em diversos pontos do Brasil como forma de protesto pela vitória de Lula, o presidente pediu que os apoiadores não cerceiam o direito de ir e vir. 

"Com o pronunciamento, a questão dos bloqueios tendem a diminuir e o mercado fica de olho no anúncio da equipe econômica do presidente Lula", afirma Luccas Fiorelli, sócio da HCI Invest.

Já o anúncio de transição foi feito pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira. Em fala após o pronunciamento do presidente, Nogueira indicou que foi autorizado pelo presidente para conduzir a transição de governo.

Investidores também seguem com otimismo de uma transição mais suave que a inicialmente cogitada, após conversas entre os vice-presidentes de Lula e Bolsonaro. A iniciativa, segundo reportagem do Poder 360, teria partido de Hamilton Mourão, vice de Bolsonaro.

Outro ponto que ajudou a manter os ânimos foi o anúncio de Geraldo Alckmin, eleito vice-presidente, como coordenador da equipe de transição do governo – confirmando notícia que já havia animado investidores na véspera.

Vale (VALE3) sobe e impulsiona índice

Na bolsa brasileira, foram as ações da Vale que deram o tom positivo ao seu principal índice. A mineradora, com o maior peso do Ibovespa, subiu 3%, seguindo a euforia do mercado asiático, após rumores sobre o fim da política de covid zero na China terem provocado fortes altas em bolsas da região.

Os rumores, segundo a Reuters, tiveram origem em um documento que circulou na intenet a respeito da criação de comitê para avaliar o fim de medidas restritivas mais duras para conter a proliferação do vírus. A informação, no entanto, foi negada pelo porta-voz do Ministério de Relações Internacionais do país. O minério de ferro subiu 2,5% nesta madrugada.

Petrobras tem leve alta

As ações da Petrobras, que desabaram mais de 8% no último pregão em reação à vitória de Lula, apresentaram leve alta nesta terça. Mas o movimento, que tem ajuda da alta do petróleo no exterior, é o mais contido entre as principais petrolíferas da bolsa.

No caso da Prio, antiga PetroRio (PRIO3), a forte alta refletiu o balanço da companhia, divulgado na noite passada. A empresa registrou alta de 733% no lucro líquido do terceiro trimestre.

Cielo desaba após balanço

No pregão de hoje, as ações da Cielo lideraram as perdas, em queda de mais de 7%. A forte desvalorização ocorreu após a divulgação do resultado do terceiro trimestre, na última noite. 

A empresa apresentou alta de 24% na receita líquida das operações continuadas, para R$ 2,6 bilhões. Já o lucro líquido consolidado dobrou na comparação anual para R$ 421,7 milhões.

Analistas avaliam que o papel possa estar sofrendo realização de lucros após saltar 10% nos últimos dias. Vale lembrar ainda que os papéis da Cielo são os que mais se valorizam no ano – mesmo com a queda de hoje, a alta chega a 148% no acumulado do ano.

Cautela em Wall Street

No exterior, todas as atenções seguem com a decisão de política monetária dos Estados Unidos, que será divulgada amanhã. O consenso ainda é de que o Fed, o banco central americano, eleve sua taxa de juros em mais 0,75 ponto percentual para o intervalo de 3,75% e 4%.

Se confirmada, será a quarta alta de mesma magnitude, considerada extremamente agressiva para os parâmetros americanos. Crescem, no entanto, as esperanças de que o ritmo diminua para 0,50 p.p na última decisão de juros do ano, em dezembro. Bolsas recuam nos Estados Unidos.

"A decisão [de amanhã] vai ser importante para saber se o Fed vai sinalizar ou não a redução do ritmo de alta de juros. A tendência é de que essa alta de 0,50 p.p. venha para dezembro, diminuindo a agressividade", disse Alvaro Frasson, economista do BTG Pactual, em morning call.

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