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Ibovespa hoje: Petrobras e PIB garantem alta da bolsa mesmo com exterior negativo

Economia brasileira cresce 1,2% no segundo trimestre e surpreende economistas; bolsas de Wall Street fecham mistas

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 1 de setembro de 2022 às 10h26.

Última atualização em 1 de setembro de 2022 às 17h29.

Após um pregão de altos e baixos, o Ibovespa abriu setembro no positivo. O principal índice da B3 registrou leve alta de 0,65% nesta quinta-feira, 1, impulsionado pela alta da Petrobras (PETR3/PETR4) e pela divulgação do PIB brasileiro no segundo trimestre.

O dia começou positivo com a notícia que a economia brasileira cresceu 1,2% no segundo trimestre – ficando acima das projeções de 0,9%. Na comparação anual, a alta foi de 3,2% ante consenso de 2,8%.

"O resultado é bom e deve elevar as projeções para 2022 uma vez que muitos dos incentivos dados pelo governo se concentram no terceiro trimestre como o Auxílio Brasil e a queda da gasolina", afirmou André Perfeito, economista-chefe da Necton, em nota. Um exemplo veio do Bank of America (BofA), que mudou sua projeção para o PIB deste ano de 2,5% para 3,25% após a divulgação do PIB.

O dia positivo, no entanto, perdeu força com a influência negativa do exterior. Após quatro sessões consecutivas de perdas, o mercado americano encerrou o dia em direção mista, ainda avaliando o aperto monetário mais agressivo por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) após discurso do presidente Jerome Powell na última semana.

Investidores estão no aguardo de maiores sinais sobre a atuação do Fed a partir dos dados do mercado de trabalho americano, o payroll, que será divulgado amanhã. 

  • Dow Jones (Nova York): + 0,47%
  • S&P 500 (Nova York): + 0,30%
  • Nasdaq (Nova York): - 0,95%

A influência externa negativa chegou a apagar os ganhos da bolsa, que foi salva pela alta da Petrobras, segunda maior empresa em peso na carteira teórica do Ibovespa.

A petroleira avançou em dia de queda do petróleo após anunciar a redução de preço da gasolina em R$ 0,25, a 4ª desde julho. A redução ocorre um dia após o presidente Jair Bolsonaro ter afirmado ontem que a estatal daria uma ‘boa notícia’ ainda esta semana. 

Para analistas, a redução respondeu a uma defasagem entre o preço praticado pela companhia e o preço no mercado internacional. "A Petrobras está acompanhando a tendência de queda no preço de paridade de importação”, avalia o Credit Suisse em relatório.

Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, lembra que a ação já vem performando bem nos últimos pregões, apoiada na busca dos investidores por empresas que paguem dividendos.  

“O anúncio da redução de preço já estava no radar. O que podemos dizer é que há uma valorização muito grande da remuneração ao acionista principalmente em cenário de juro alto, inflação forte e mercados erráticos. Alta da Petrobras dialoga muito com política de dividendos da companhia”, afirma.

Na véspera, a Petrobras pagou a primeira parcela de seus dividendos bilionários – a companhia vai distribuir R$ 87,8 bilhões em dividendos com base no resultado do segundo trimestre.

Ações em destaque

Os efeitos do PIB mais forte que o esperado foram sentidos, principalmente, sobre as ações de empresas mais ligadas à dinâmica interna, como varejistas e construtoras. Na ponta positiva do Ibovespa, as ações da MRV (MRVE3), Cyrela (CYRE3) e JHSF (JHSF3) lideraram as altas.

O setor subiu após relatório do JPMorgan esperando que as construtoras se beneficiem com o fim do ciclo de alta de juros. Segundo o analista Marcelo Motta, isso deve acontecer na próxima reunião do Banco Central, realizada nos dias 20 e 21 de setembro.

“Historicamente, as ações de construtoras superaram o Ibovespa no período de 12 a 18 meses seguintes após uma pausa no ciclo de alta [dos juros]”, afirma.

Na ponta negativa, o principal índice da bolsa foi pressionado pelas ações da Vale (VALE3), que representa, sozinha, cerca de 12% do Ibovespa. Os papéis caíram quase 1%, tendo como pano de fundo a desvalorização de commodities no exterior. 

A maior queda do Ibovespa, no entanto, foi novamente do IRB (IRBR3), que desabou mais de 14%. A forte queda ocorre às vésperas da precificação do follow-on em que a empresa pretende captar R$ 1,2 bilhão para se enquadrar nas necessidades de capital estipuladas pela Superintendência de Seguros Privados, a Susep.

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