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Ibovespa sobe em linha com NY após divulgação de dados de emprego nos EUA

Dados fracos do mercado de trabalho americano impulsionam bolsas globais; queda do minério de ferro e PIB do 2º trimestre ficam no radar

Painel de cotações da B3 | Foto Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 | Foto Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

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Beatriz Quesada

Publicado em 1 de setembro de 2021 às 09h23.

Última atualização em 1 de setembro de 2021 às 15h12.

O Ibovespa sobe nesta quarta-feira, 1, acompanhando o movimento de alta registrado no exterior após dados do mercado de trabalho americano saírem abaixo do esperado. Às 15h10, o índice sobe 0,80%, aos 119.730 pontos.

Conhecido como "prévia do payroll", os dados de empregos privados medido pelo Instituto ADP revelaram a criação de 374.000 vagas no mês de agosto, abaixo das expectativas do mercado de criação de 625 mil vagas. Os dados mais fracos alimentam a esperança de que o Federal Reserve (Fed, banco central americano) deve continuar sua política de estímulos por mais tempo. 

A divulgação favorece a tomada de risco, e impulsiona as bolsas globais. No mercado americano, os índices S&P 500 e Nasdaq sobem 0,28% e 0,73%, renovando máximas históricas. O apetite por investimentos mais arriscados também beneficia o real. O dólar comercial é negociado em queda de 0,27%, a 5,158 reais.

Internamente, investidores também repercutem a divulgação do PIB do segundo trimestre de 2021, que teve queda de 0,1% ante expectativa de crescimento de 0,2% no período. Na comparação anual o PIB cresceu 12,4%, tendo em vista o fraco desempenho do mesmo período do ano passado, pico das restrições de mobilidade. No primeiro trimestre a economia brasileira havia avançado 1,2%. A queda interrompe uma sequência de três trimestres seguidos de ganhos.

"O PIB não foi uma boa notícia. O contexto atual é de estagflação, crescimento baixo e inflação alta. Não dá para pensar que a inflação é transitória, já que a crise hídrica vai ter impactos também no próximo ano", afirma Alexandre Lohmann, economista da gestora Constância Investimentos.

A expectativa é diferente da de Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, que espera um crescimento mais forte da economia brasileira no segundo semestre. Segundo ele, a maior decepção do PÌB foi com o setor de serviços, que, diz, deve reagir bem à maior mobilidade esperada para o restante do ano.

"Parte do setor ainda está reabrindo aos poucos. O setor de eventos, por exemplo, está totalmente paralisado. Então, ainda tem muito para crescer. Se tudo der certo com as vacinas, pode ser que isso surpreenda até o fim do ano", afirma.

Destaques da bolsa

Na ponta positiva, as ações do setor elétrico se valorizam com aumento da tarifa na conta de luz causada pela crise hídrica. A partir desta quarta-feira, o maior patamar da bandeira tarifária sofre um reajuste de 50%. Eletrobras (ELET3/ELET6) figura entre as maiores altas, com as ações subindo 3,61% e 4,08%, respectivamente.

Nenhum papel do Ibovespa, no entanto, sobe mais do que os da Americanas (AMER3), que avançam 5% neste pregão, recuperando parte de suas perdas de mais de 40% no ano.

Por aqui, o que impede uma alta mais forte do Ibovespa é a pressão negativa das ações da Petrobras (PETR3/PETR4), que recuam mais de 1%, tendo no radar a leve queda do petróleo brent no exterior e sinalizações de interferência nos preços dos combustíveis. 

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