Invest

Ibovespa fecha semana em alta de 1,6% com força dos balanços dos EUA

Mercado internacional segue embalado por agenda de resultados; GPA dispara 12% após venda do venda do Extra Hiper para o Assaí

Painel de cotações da |3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da |3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 15 de outubro de 2021 às 17h32.

Última atualização em 15 de outubro de 2021 às 17h36.

O Ibovespa subiu 1,29%, aos 114.647 pontos, nesta sexta-feira, 15, fechando a semana em alta de 1,61%. No mês, o índice sobe 3,31%. 

O movimento acompanhou o tom positivo dos mercados internacionais, que seguem embalados pelo otimismo com a temporada de balanços dos Estados Unidos. Após JP Morgan, Citigroup, Bank of America e Wells Fargo terem apresentados bons resultados ao longo da semana, nesta manhã, foi a vez do lucro do Goldman Sachs surpreender investidores, que esperavam por números mais modestos.

Os resultados ajudaram a impulsionar as ações dos grandes bancos do Brasil, com destaque para Bradesco (BBDC4), BTG Pactual (BPAC11) e Santander (SANB11) que fecharam o dia em respectivas altas de 5,24%, 4,92% e 3,99%. Por aqui, os primeiros balanços do terceiro trimestre serão divulgados somente a partir do fim do dia 22 de outubro.

Além da agenda de balanços, o mercado internacional monitora dados de atividade econômica. Divulgadas nesta manhã, as vendas do varejo americano cresceram 0,7% em setembro contra o consenso de queda de 0,2%. O núcleo das vendas também saiu melhor do que o esperado, com alta de 0,8% ante estimativas de 0,5% de crescimento.

No Brasil, o principal indicador desta manhã foi o índice de atividade do Banco Central, o IBC-Br, que caiu 0,15% em agosto, decepcionando parte do mercado que esperava por dados mais fortes da economia brasileira. "No curto prazo não vemos espaço para maiores avanços econômicos, dado o atual patamar dos juros e a perspectiva de elevação da taxa Selic somado a um processo inflacionário elevado e com renda baixa", afirma em nota André Perfeito, economista-chefe da Necton.

Apesar da atividade abaixo da esperada no país, o dólar registrou forte desvalorização contra o real neste pregão, caindo 1,11%, a 5,445 reais, após sinalizações do diretor do BC, Bruno Serra, de que a autarquia irá intervir no câmbio quando necessário. 

A declaração ocorreu após uma sequência de atuações do BC no câmbio. Na última quarta-feira, 13, quando a moeda tocou a máxima em seis meses, o BC vendeu 1 bilhão de dólares por meio de swaps, enfraquecendo o preço da moeda no Brasil. Nesta sexta, o real registrou o melhor desempenho entre as principais divisas emergentes. 

Para o economista Luca Maia, do BNP Paribas, as intervenções do BC no dólar podem levar investidores a reverem suas posições contra a moeda brasileira, ajudando na apreciação do real.

Destaques da bolsa

O grande destaque do pregão foi a negociação de 5,2 bilhões de reais envolvendo a venda do Extra Hiper, do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), para o Assaí (ASAI3). O negócio animou os acionistas da GPA, com as ações da companhia chegando a subir 20% no início do pregão. Após as primeiras negociações, a alta reduziu para 11,85% no fechamento do pregão – ainda assim, o suficiente para o papel liderar as valorizações do Ibovespa. 

O efeito oposto ocorre com as ações do Assaí, que recuaram 1,79%, com o mercado questionando que o valor pago pela companhia pode ter sido muito alto.

Ainda assim, o saldo do negócio é positivo tanto para o GPA quanto para o Assaí na visão de Pedro Serra, analista da Ativa Investimentos. No caso de PCAR3, a operação pode destravar valor para os papéis. “O GPA abandonará o modelo de hipermercados, que não vinha trazendo bons resultados, e poderá focar seus esforços na remodelagem de lojas da bandeira Pão de Açúcar e formato Proximidade, como as lojas Minuto Pão de Açúcar, que vêm apresentando um desempenho mais satisfatório”, afirma Serra em relatório.

No caso do Assaí, a operação deve possibilitar a entrada do Assaí em localizações estratégicas do país, onde a marca ainda não está presente. “A transação também promete ganhos expressivos para o Assaí, que reforça seu plano de expansão de lojas pelo Brasil e garante a abertura de lojas de forma mais rápida, uma vez que os pontos comerciais já estão construídos”, reforça o analista.

Investidores também aproveitam o ambiente favorável para comprar algumas das ações que tiveram fortes desvalorizações no ano, como Americanas (AMER3) e Cielo (CIEL3), que subiram 9,18% e 5,65%, respectivamente.

Já os papéis da Vale (VALE3), com o maior peso do Ibovespa, subiram 1,87%, ajudando a sustentar o índice, após sua concorrente Rio Tinto reduzir a projeção de produção de minério de ferro. No radar, ainda estão as sinalizações de afrouxamento monetário na China, que fez a bolsa de Xangai subir nesta madrugada e favorece os dois setores, de mineração e celulose, intimamente ligados à economia chinesa.

Na ponta negativa do índice estão as ações de tecnologia Méliuz (CASH3) e Totvs (TOTS3), que caíram 4,07% e 2,57%, respectivamente.

Maiores altas

Maiores quedas

Pão de AçúcarPCAR3

11,85%

MéliuzCASH3

-4,07%

AmericanasAMER3

9,18%

TotvsTOTS3

-2,57%

Lojas AmericanasLAME4

6,41%

MarfrigMRFG3

-1,99%

Acompanhe tudo sobre:Açõesbolsas-de-valoresDólarDow JonesIbovespaNasdaqRealS&P 500

Mais de Invest

Mercado intensifica aposta em alta de 50 pontos-base na próxima reunião do Copom

Ação da Agrogalaxy desaba 25% após pedido de RJ e vale menos de um real

Mega-Sena sorteia prêmio estimado em R$ 3,5 milhões nesta quinta

Ibovespa opera perto da estabilidade, apesar de rali exterior pós-Fed; Nasdaq sobe 2,5%