Ibovespa: volume financeiro do pregão somou 9,53 bilhões de reais (Germano Lüders/Exame)
Reuters
Publicado em 24 de abril de 2018 às 17h14.
Última atualização em 24 de abril de 2018 às 17h48.
São Paulo - O principal índice de ações da B3 fechou em leve baixa nesta terça-feira, após sessão sem viés definido, com o cenário externo negativo prevalecendo sobre o noticiário corporativo doméstico benigno, que teve entre os destaques a Cosan após anúncio de compra de ativos da Shell na Argentina.
O Ibovespa recuou 0,16 por cento, a 85.469 pontos, tendo tocado 86.577 pontos no melhor momento e 85.105 pontos na mínima da sessão. O volume financeiro do pregão somou 9,53 bilhões de reais.
No Estados Unidos, os rendimentos dos Treasuries de 10 anos atingiram 3 por cento pela primeira vez em mais de quatro anos, com os investidores reduzindo exposição por receio com o aumento da inflação e a oferta de dívida do governo, bem como apostas de que Federal Reserve elevará ainda mais os juros.
As bolsas norte-americanas foram contaminadas pelo movimento dos títulos do Tesouro norte-americano, em meio a preocupações sobre efeitos nos custos de empresas. O S&P 500 fechou em baixa de 1,34 por cento.
Profissionais da área de renda variável citaram desde cedo um aumento da cautela nos negócios, com o cenário externo mais instável, enquanto no Brasil desenvolvimentos políticos referentes às eleições contribuem com a volatilidade nos negócios.
"Embora as eleições no Brasil ainda estejam muito distantes, as incertezas relacionadas a um processo com uma multiplicidade de candidatos em potencial e sem nenhum favorito claro podem fazer a volatilidade do mercado disparar nos próximos meses", escreveram estrategistas do BTG Pactual em relatório a clientes.
- COSAN subiu 4,63 por cento, ocupando a segunda posição entre as principais altas do Ibovespa, após a Raízen Combustíveis, joint venture formada entre a empresa e a Shell, assinar contrato para aquisição do negócio de distribuição da Shell na Argentina, em um acordo de 950 milhões de dólares, que deve ser concluído no segundo semestre deste ano.
- SANTANDER BRASIL UNIT encerrou com alta de 0,15 cento, antes do balanço agendado para depois do fechamento da bolsa. Na máxima, subiu 4 por cento, a 40,8 reais, recorde intradia, tendo como pano de fundo resultado divulgado pelo seu controlador, o Banco Santander na Espanha, com lucro acima das previsões de analistas e ajudado pela unidade no Brasil.
- ITAÚ UNIBANCO PN caiu 0,49 por cento e BRADESCO PN encerrou com variação positiva de 0,18 por cento, respectivamente. O BANCO DO BRASIL ON recuou 0,97 por cento.
- KROTON ON avançou 2,04 por cento, esticando os ganhos da véspera após o anúncio da compra do controle da SOMOS EDUCAÇÃO, que não faz parte do Ibovespa e ficou estável, após fechar em alta de quase 50 por cento na segunda-feira. A rival ESTÁCIO ON, que divulga resultado na quarta-feira, recuou 1,52 por cento.
- BRF ON subiu 2,05 por cento, tendo no radar renúncia do presidente-executivo, José Aurélio Drummond Jr., às vésperas de uma assembleia de acionistas, tida como vital para o futuro da exportadora de carne de frango, para mudar o conselho de administração.
- PETROBRAS PN cedeu 0,36 por cento e PETROBRAS ON recuou 0,33 por cento, conforme os preços do petróleo firmaram-se em queda. A petroleira iniciou fase vinculante referente à cessão da totalidade de sua participação nos campos de Piranema e Piranema Sul.
- VALE ON subiu 1,71 por cento, antes da divulgação do balanço na quarta-feira, apesar da queda do preço do minério de ferro à vista na China. Analistas do Credit Suisse elevaram o preço-alvo do ADR (recibo de ação negociado nos EUA) da mineradora de 16 para 17 dólares e reiteraram a recomendação 'outperform'.
- BR MALLS ON caiu 2,7 por cento, em sessão negativa também para outras ações de shopping centers, com IGUATEMI ON cedendo 1,55 por cento.