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Ibovespa fecha em alta com foco em articulações para disputa eleitoral

Índice subiu 1,4 por cento, encerrando o dia a 78.571,29 pontos, depois de avançar cerca de 2,6 por cento na máxima do dia

Ibovespa: giro financeiro somava 13,06 bilhões de reais (Renato S. Cerqueira/FuturaPress)

Ibovespa: giro financeiro somava 13,06 bilhões de reais (Renato S. Cerqueira/FuturaPress)

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Reuters

Publicado em 20 de julho de 2018 às 17h11.

Última atualização em 20 de julho de 2018 às 17h56.

São Paulo - O principal índice de ações da B3 fechou a sexta-feira em alta, apoiado nas ações de bancos e da estatal Petrobras, conforme as articulações no cenário político para as eleições presidenciais de outubro e o noticiário corporativo encorajaram o apetite por risco, descolando a bolsa brasileira do exterior.

O Ibovespa subiu 1,4 por cento, encerrando o dia a 78.571,29 pontos, depois de avançar cerca de 2,6 por cento na máxima do dia. Na semana, o indicador acumulou ganho de 2,6 por cento. O giro financeiro somou 13,06 bilhões de reais, próximo da média de 13 bilhões de reais apurada em junho, conforme dados da B3.

Segundo operadores, o avanço da bolsa paulista nesta sexta-feira se deveu principalmente às notícias de que o grupo dos chamados partidos de "centro" formado por PP, DEM, PR, SD e PRB,conhecido como "blocão", caminhava para apoiar o pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin.

Para o economista-chefe da Infinity Asset Management, Jason Vieira, essa negociação trouxe alívio ao investidor porque Alckmin é visto pelo mercado financeiro como um político mais comprometido com a agenda reformista.

"Esse movimento aumentou a visibilidade em relação ao Alckmin e, com o avanço dele, o mercado fica mais compelido ao risco", comentou Vieira.

Ele ressaltou, entretanto, que ainda é cedo para mensurar a viabilidade de Alckmin para Presidência e que a tendência é de volatilidade nos próximos pregões, com a bolsa paulista cada vez mais suscetível aos desdobramentos da disputa eleitoral.

Fora o noticiário político, as atenções ainda se dividiram nesta sexta-feira entre indicadores macroeconômicos e balanços corporativos no Brasil e também no exterior.

Pela manhã, o IBGE informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), uma prévia da inflação oficial do país, voltou a ficar acima do centro da meta do governo em julho pela primeira vez em mais de um ano, subindo 0,64 por cento em julho, após a alta de 1,11 por cento no mês anterior.

Na avaliação de Vitor Suzaki, analista da Lerosa, o número abaixo do esperado do IPCA-15 reforça um cenário inflacionário benigno e a perspectiva de manutenção do atual patamar da taxa Selic, que vinha favorecendo empresas alavancadas e a atividade de consumo.

Lá fora, os temores sobre uma tensão comercial entre Estados Unidos e China ganharam força, depois de comentários do presidente norte-americano, Donald Trump, de que está pronto para impor tarifas sobre mais 500 milhões de dólares em produtos chineses.

Ainda assim, o S&P 500 fechou perto da estabilidade (+0,05 por cento) e o Dow Jones subiu 0,15 por cento, refletindo bons resultados corporativos e a recuperação das commodities, sobretudo do petróleo.

Destaques

- ESTÁCIO PARTICIPAÇÕES subiu 7,4 por cento, sendo o principal destaque positivo do Ibovespa e revertendo parte das perdas observadas dos últimos pregões em meio a preocupações sobre um possível aumento de provisões com inadimplência no balanço do segundo trimestre.

- PETROBRAS PN ganhou 4,84 por cento, e PETROBRAS ON teve alta de 2,54 por cento, em linha com o avanço dos preços internacionais do petróleo e após notícia de que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) descartou impor frequência de reajuste aos preços do diesel e da gasolina.

- ITAÚ UNIBANCO PN se valorizou 2,84 por cento, e BRADESCO PN <BBDC4.SA> subiu 3,47 por cento, reforçando o ímpeto de alta do Ibovespa, dado o peso dessas ações na composição do índice. Ainda no setor financeiro, SANTANDER UNIT ganhou 4 por cento e BANCO DO BRASIL teve acréscimo de 5,3 por cento.

- CCR avançou 4,66 por cento, tendo no radar notícias de que a construtora Andrade Gutierrez ofereceu a participação na operadora de infraestrutura logística como garantia na troca de bônus não pagos que venceram em abril por novos títulos com vencimento em 2021.

- BRF subiu 1,07 por cento, após a companhia anunciar a contratação de três novos executivos, dando continuidade ao processo de reestruturação organizacional desde que Pedro Parente assumiu a presidência-executiva do grupo de alimentos no mês passado.

- SUZANO PAPEL E CELULOSE perdeu 5,21 por cento, registrando o pior desempenho do Ibovespa em meio ao impacto negativo do dólar, que fechou com a maior queda semanal em 5 meses e abaixo de 3,80 reais nesta sexta-feira. A depreciação da moeda norte-americana, que torna as exportações menos rentáveis, também pesou sobre os papéis de JBS, que recuaram 2,14 por cento, e BRASKEM PNA, com baixa de 2,05 por cento.

- VALE cedeu 1,44 por cento, contrariado o firme desempenho dos preços do minério de ferro na China.

- TIM Participações recuou 3,31 por cento, ocupando a segunda posição entre as maiores quedas do índice, conforme o anúncio de troca no comando da companhia ofuscou um resultado de segundo trimestre considerado forte por analistas do setor. A empresa reportou alta de 53 por cento no lucro líquido do segundo trimestre sobre um ano antes.

-EMBRAER ON caiu 1,81 por cento depois que a empresa divulgou que a carteira de pedidos no segundo trimestre encolheu para 17,4 bilhões de dólares, ante 18,5 bilhões de dólares um ano antes. A fabricante ainda anunciou a entrega de 28 aviões comerciais e 20 executivos entre abril e junho, menos que os 35 jatos comerciais e 24 jatos executivos entregues no mesmo período de 2017. Além dos dados de backlog, o papel também sucumbiu à desvalorização do dólar, de acordo com operadores.

 

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