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Ibovespa fecha março com alta de 6% e dispara quase 15% no trimestre

Ações ligadas à economia doméstica lideram ganhos do último pregão do mês

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 31 de março de 2022 às 17h31.

Última atualização em 31 de março de 2022 às 17h32.

Ibovespa hoje: a bolsa brasileira perdeu a marca dos 120.000 pontos nos últimos minutos do pregão, e encerrou a quinta-feira em leve baixa de 0,22%, aos 119.999 pontos.

Mesmo com a baixa, o principal índice da bolsa brasileira acumulou forte alta de 6,06% no mês de março, subindo 14,48% no primeiro trimestre de 2022.

Assim como nos dois primeiros meses do ano, um dos principais impulsos para o Ibovespa em março foi o fluxo de capital estrangeiro, que já conta com um saldo positivo de R$ 89,64 bilhões no ano de 2022.

A entrada de estrangeiros também beneficiou o real. O dólar comercial encerrou a última sessão de março em queda de 0,57%, aos 4,759 reais, e encerrou março com uma desvalorização acumulada de 7,7%. No ano, a moeda recua 14,63%.

Outro ponto que impulsionou a bolsa brasileira este mês foi o fechamento da curva de juros, que caiu de olho na sinalização do Banco Central de que o ciclo de alta da taxa básica de juros, a Selic, será encerrado em maio. O movimento permitiu a recuperação de ações ligadas à economia doméstica que, a propósito, ficaram entre as maiores altas no pregão desta quinta-feira.

  • Sabesp (SBPS3): + 5,46% 
  • Cielo (CIEL3): + 4,36%
  • Eletrobras (ELET6): + 2,79%

Outro fator que influenciou a queda da curva de juros foram as movimentações na corrida presidencial. No início do dia, a sinalização era de que o governador João Dória, do PSDB, havia desistido de concorrer à presidência. Porém, pela tarde, o presidente do PSDB garantiu em carta candidatura de Doria à Presidência.

Já o ex-juiz Sergio Moro confirmou em postagem no Instagram que irá deixar a disputa. Para parte do mercado, as desistências poderiam fortalecer uma terceira via de centro-direita, impedindo que os votos fossem dissipados entre diferentes nomes.

"O efeito foi uma queda nos juros mais longos no Brasil na sessão de hoje, uma vez que há a leitura de que uma coalizão de centro-direita seria fiscalmente mais austera", disse André Perfeito, economista-chefe da Necton, em nota.

O Ibovespa, no entanto, teve sua alta minimizada pela influência negativa do exterior, em especial com a queda de mais de 5% no petróleo. A commodity enfrentou mais um dia de perdas, após o anúncio de que os Estados Unidos irão liberar 1 milhão de barris de suas reservas de petróleo, ao longo de 6 meses, com o objetivo de aliviar a inflação, que já é a mais alta em 40 anos no país.

A queda afetou principalmente as ações da PetroRio (PRIO3), que ficaram entre as maiores baixas do dia. Já a Petrobras (PETR3/PETR4) avançou a despeito da queda da commodity, com investidores ainda avaliando que a estatal não deve alterar sua política de preços mesmo com a recente troca no comando da companhia.

  • Petrobras (PETR4): + 1,39%
  • Petrobras (PETR3): + 0,37%
  • PetroRio (PRIO3): - 5,06%
  • Petróleo Brent: - 5,43%, aos 107,29 dólares o barril

As ações de Americanas (AMER3) e Méliuz (CASH3) também estiveram entre as maiores quedas do dia. Os papéis passam por correção após fortes altas no início da semana – Americanas ainda dispara 7% no acumulado semanal, enquanto Méliuz avança cerca de 2%.

  • Méliuz (CASH3): - 5,54%
  • Americanas (AMER3): - 5,50%

Bolsas internacionais

Em Nova York, os principais índices americanos encerraram o dia em queda, preocupados com o avanço da inflação. Nos EUA, o indicador que mede preços de consumos pessoais (PCE) acelerou de 6% para 6,4%, com o núcleo do PCE ficando em 5,4%. Ainda que abaixo do consenso de 5,5%, o número – que é uma das principais referências para as políticas do Federal Reserve, banco central americano – foi o maior desde 1983. 

  • S&P 500 (EUA): - 1,57%
  • Nasdaq (EUA): - 1,54%
  • Dow Jones (EUA): - 1,56%

Na Europa,a bolsa de Paris foi destaque negativo, após o índice de preço ao consumidor (IPC) da França superar as estimativas de mercado, passando de 4,8% para 5,1%. Na véspera, o IPC alemão também surpreendeu para cima, aumentando as preocupações com a inflação no continente.

  • CAC 40 (França): - 1,21%
  • DAX (Alemanha): - 1,29%
  • Stoxx 600 (Europa): - 0,94%
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