Ibovespa: volume negociado foi de 10,8 bilhões de reais (Patricia Monteiro/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 19 de abril de 2018 às 17h29.
Última atualização em 19 de abril de 2018 às 18h02.
São Paulo - O principal índice da bolsa de valores de São Paulo fechou estável nesta quinta-feira, com pressão de quedas em bolsas no exterior, enquanto as ações da BRF dispararam, apesar do bloqueio de exportações de fábricas da companhia para a União Europeia.
O Ibovespa encerrou a 85.824 pontos, com oscilação positiva de 0,06 por cento. O volume negociado foi de 10,8 bilhões de reais.
A estabilidade ocorreu após dois pregões de alta, em que o índice de referência do mercado acionário brasileiro acumulou elevação de 3,6 por cento, o que fez com que passasse a contabilizar ganho de cerca de 0,5 por cento no mês.
Nos Estados Unidos, o S&P 500 recuou 0,6 por cento, enquanto o Dow Jones teve baixa de 0,34 por cento, após três sessões de alta seguidas, com ações de tecnologia pesando diante de receios sobre a demanda por smartphones.
"O Ibovespa teve tendência lateral hoje após o forte fechamento de ontem. As bolsas internacionais pesaram e o cenário eleitoral ainda gera dúvidas", disse Regis Chinchila, analista da Terra Investimentos.
Ele acrescentou que realização de lucros com ações do setor bancário também pesou sobre o índice.
- BRF ON disparou 4,9 por cento, após o presidente-executivo da Petrobras, Pedro Parente, afirmar na noite de quarta-feira que aceita indicação dos principais acionistas para chefiar o conselho de administração da companhia de alimentos. Apesar do fechamento, o papel perdeu parte da força vista mais cedo, quando chegou a subir 10 por cento, na esteira da confirmação da proibição de 12 fábricas da empresa para exportar produtos para a União Europeia.
- KROTON ON recuou 2,22 por cento, segunda maior queda do Ibovespa, em meio a rumores no mercado de que o presidente-executivo da companhia, Rodrigo Galindo, poderia deixar a empresa para presidir a BRF. Em nota à Reuters, a Kroton informou que Galindo "garante não haver qualquer fundo de verdade nas especulações divulgadas hoje pelo mercado de que ele poderia deixar a empresa para assumir a posição de presidente-executivo da BRF". O executivo disse ainda: "Meu projeto é na Kroton. Temos muito o que fazer na companhia e continuamos focados em um trabalho expressivo para contribuir com uma educação de qualidade para o país, com muitas oportunidades de crescimento no ensino superior e na educação básica", segundo a Kroton.
- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON subiram 1,83 e 1,25 por cento, respectivamente, em dia de avanço dos preços do petróleo no exterior e com agentes financeiros repercutindo anúncio da petrolífera de que avalia vender 60 por cento da atividade de refino nas regiões Sul e Nordeste do país, com a atração de parceiros controladores diferentes para cada um dos blocos de ativos, que incluem ainda dutos e terminais.
- VALE ON fechou em alta de 0,74 por cento, em linha com o movimento de alta de commodities metálicas no exterior, com destaque para o níquel diante de temores sobre os efeitos de sanções norte-americanas à Rússia. Os contratos futuros de minério de ferro na China também subiram fortemente nesta quinta-feira. Além disso, segundo avaliação da equipe do BTG Pactual, a ação da mineradora deve ser beneficiada pela desvalorização do real e por hedge contra risco político.
- SMILES ON fechou em alta de 1,88 por cento, após a controladora Gol ter indicado na véspera uma chapa alternativa para a eleição dos membros do conselho de administração da companhia de redes de fidelidade de clientes na assembleia geral ordinária e extraordinária agendada para 30 de abril. Analistas do Morgan Stanley consideraram a notícia como um pouco positiva, avaliando que novos membros devem ser amigáveis aos interesses de acionistas minoritários.
- BRADESCO PN caiu 0,17 por cento. ITAÚ UNIBANCO PN recuou 0,93 por cento e BANCO DO BRASIL ON fechou com oscilação positiva de 0,05 por cento.
(Reportagem adicional de Paula Arend Laier)