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Ibovespa fecha em queda pressionado por tombo de 14% em ação da Embraer

O principal índice de ações da B3 caiu 0,25 por cento, a 74.553 pontos. O volume financeiro somou 8,7 bilhões de reais

Ibovespa: índice encerrou uma sequência de cinco pregões de ganhos (Patricia Monteiro/Bloomberg)

Ibovespa: índice encerrou uma sequência de cinco pregões de ganhos (Patricia Monteiro/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 5 de julho de 2018 às 17h08.

Última atualização em 5 de julho de 2018 às 17h30.

São Paulo - O Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira, encerrando uma sequência de cinco pregões de ganhos, com o tombo de mais de 14 por cento das ações da Embraer entre as maiores pressões negativas, após a fabricante de aviões anunciar acordo para joint venture de aviação comercial com a Boeing.

O principal índice de ações da B3 caiu 0,25 por cento, a 74.553 pontos. O volume financeiro somou 8,7 bilhões de reais.

Profissionais da área de renda variável atribuíram o recuo a alguma realização de lucros, após o Ibovespa acumular alta de 5,85 por cento nos pregões anteriores, enquanto o noticiário político-eleitoral e a agenda macroeconômica não trouxeram novidades relevantes.

O viés positivo em Wall Street na volta do feriado norte-americano do Dia da Independência na quarta-feira, puxado por ações de tecnologia, chegou a contribuir para o avanço do Ibovespa em alguns momentos do pregão, com o índice superando 75 mil pontos no melhor momento, em alta de 0,5 por cento.

A sessão também trouxe a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve, na qual membros do banco central dos Estados Unidos expressaram preocupações com as tensões no comércio global, mas ainda veem a economia norte-americana forte.

Analistas e estrategistas de ações veem possibilidade de uma recuperação das ações brasileiras neste mês, após fortes perdas recentes, que melhoraram a relação risco versus retorno de alguns papéis, principalmente de companhias que não tiveram uma deterioração dos fundamentos no ritmo da piora das ações.

Destaques

- EMBRAER despencou 14,29 por cento, maior queda diária no fechamento desde julho de 2016, em meio a movimentos de realização de lucros. A queda ocorreu após anúncio de acordo com a Boeing para formação de joint venture na área de aviação comercial. O acordo avaliou a totalidade das operações de aviação comercial da Embraer em 4,75 bilhões de dólares. Analistas do BTG Pactual avaliaram que o "valuation" ficou abaixo do esperado para a divisão, mas que ainda veem espaço de alta para os papéis. Desde o final de dezembro, quando saíram as primeiras notícias sobre o potencial acordo, até quarta-feira, as ações da Embraer acumularam valorização de quase 65 por cento.

- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON recuaram 3,2 e 2,99 por cento, respectivamente, em sessão negativa para o petróleo e após fecharem com altas ao redor de 5 por cento na véspera. Os papéis reagiram à decisão do Tribunal de Contas da União que abre espaço para a realização do leilão do excedente da cessão onerosa até o fim do ano. A Câmara dos Deputados também concluiu na quarta-feira a aprovação de um projeto de lei que promete abrir caminho para a realização do mega leilão de áreas para a produção de petróleo do pré-sal, ainda neste ano, além de viabilizar um acordo entre Petrobras e União necessário para o certame.

- ELETROBRAS ON caiu 8,6 por cento e ELETROBRAS PNB cedeu 6,15 por cento. Investidores também embolsaram lucros após fortes ganhos na véspera na expectativa de aprovação na Câmara dos Deputados do texto-base do projeto de lei que viabiliza a privatização de seis distribuidoras da companhia - que foi confirmada no final da noite. Em outra frente, o relator do projeto de lei que autoriza a privatização da Eletrobras disse que a proposta será analisada depois das eleições de outubro. Na véspera, os papéis fecharam com ganhos de 17,99 e 16,61 por cento, respectivamente.

- ITAÚ UNIBANCO e BRADESCO PN fecharam com baixas de 0,64 e 0,21 por cento, respectivamente, reduzindo as perdas vistas mais cedo, quando caíram 2,3 e 2,6 por cento, respectivamente, no pior momento, ajudando a afastar o Ibovespa da mínima da sessão, quando caiu 1,3 por cento.

- VALE subiu 3,48 por cento, contrabalançando a pressão negativa em razão da relevante participação que tem na composição do índice.

- BRF encerrou com acréscimo de 3,62 por cento, também ajudando o Ibovespa, com o papel ainda reagindo a percepções mais favoráveis sobre a companhia após Pedro Parente assumir a presidência da empresa, embora analistas ainda enxerguem desafios relevantes para a companhia.

- GERDAU avançou 3,98 por cento. Em relatório a clientes, analistas do Itaú BBA liderados por Marcos Assumpção recomendaram comprar Gerdau e vender Ibovespa, citando que esperam outro conjunto de resultados fortes para a siderúrgica no segundo trimestre de 2018.

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