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Ibovespa fecha em queda pressionado por blue chips; Vale cai 3%

O Ibovespa caiu 1,52 por cento, a 81.815 pontos, piso desde 9 fevereiro de 2016. Na primeira etapa da sessão, o índice chegou a subir quase 1 por cento

Ibovespa: giro financeiro somou quase 21 bilhões de reais, (Patricia Monteiro/Bloomberg)

Ibovespa: giro financeiro somou quase 21 bilhões de reais, (Patricia Monteiro/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 21 de maio de 2018 às 17h22.

Última atualização em 21 de maio de 2018 às 18h01.

São Paulo - O principal índice de ações da B3 fechou em queda nesta segunda-feira, conforme as ações da Petrobras revertendo para baixo e os papéis de bancos privados e da Vale ampliaram as perdas, apesar do cenário ainda positivo em Wall Street.

O Ibovespa caiu 1,52 por cento, a 81.815 pontos, piso desde 9 fevereiro de 2016. Na primeira etapa da sessão, o índice chegou a subir quase 1 por cento. O giro financeiro somou quase 21 bilhões de reais, inflado pelo vencimento de opções sobre ações, que totalizou 8,1 bilhões de reais.

Profissionais da área de renda variável atrelaram a queda à saída de estrangeiros da bolsa, a operações posteriores ao exercício de opções e a ruídos sobre potenciais desdobramentos da greve dos caminhoneiros.

"Há preocupação de que o governo federal tome medidas para conter as manifestações e o preço do diesel, o que pode afetar o resultado da Petrobras", disse um gestor da área de renda variável de uma corretora em São Paulo.

Caminhoneiros fizeram nesta segunda-feira protestos em 18 Estados contra os altos custos com o diesel, interditando algumas rodovias.

Investidores temem uma eventual interferência na atual política de preços da Petrobras, mas também em efeitos prejudiciais para o quadro fiscal do país, caso eventuais medidas passem por redução de tributos.

Outro gestor ouvido pela Reuters afirmou que se trata de mais um ruído para Petrobras, em particular em ano eleitoral. Ele disse estar bastante defensivo, dados o cenário nebuloso para as eleições e a atividade econômica decepcionante.

"Não vemos nenhum gatilho de alta para a bolsa, o que enxergamos é um cenário de volatilidade, disse.

Em Wall Street, os pregões seguiam no azul, após Estados Unidos e China colocaram "em modo espera" uma potencial guerra comercial.

Destaques

- VALE recuou 3,23 por cento, em sessão negativa para os preços do minério de ferro na China, pesando no Ibovespa dada a relevante fatia que detém do índice.

- PETROBRAS ON e PETROBRAS PN caíram 3,35 e 2,34 por cento, respectivamente, apesar do avanço do petróleo no exterior, tendo como pano de fundo receios acerca de eventuais desdobramentos da greve dos caminhoneiros contra os altos custos com o diesel.

- ITAÚ UNIBANCO PN e BRADESCO PN cederam 1,37 e 1,43 por cento, nesta ordem. O UBS cortou a recomendação para bancos brasileiros de overweight para neutra, citando maiores incertezas externas e desapontamentos recente com o crescimento entre os fatores.

- ULTRAPAR perdeu 5,94 por cento, tendo tocado mínima intradia desde janeiro de 2016 no pior momento da sessão, quando caiu mais de 6 por cento, a 51,13 reais.

- MAGAZINE LUIZA subiu 4,22 por cento, recuperando-se de queda de mais de 6 por cento nos dois pregões anteriores, em sessão de recuperação de várias ações relacionadas a consumo após perdas fortes na semana passada.

- GOL PN valorizou-se 3,73 por cento, depois de recuar quase 10 por cento na semana passada, ajudada nesta sessão pela trégua na valorização do dólar ante o real após a atuação do Banco Central no mercado de câmbio.

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