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Ibovespa fecha em queda e renova mínima desde janeiro

A Bovespa abriu a semana em queda, completando o quinto pregão seguido de perdas


	Bovespa: o índice de referência do mercado acionário local firmou-se no vermelho
 (Paulo Fridman/Bloomberg News)

Bovespa: o índice de referência do mercado acionário local firmou-se no vermelho (Paulo Fridman/Bloomberg News)

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Da Redação

Publicado em 17 de agosto de 2015 às 18h35.

São Paulo - A bolsa paulista abriu a semana com o Ibovespa em queda, no quinto pregão consecutivo de perdas, em meio ao forte declínio dos papéis do grupo JBS e tendo como destaque na ponta positiva as ações da Cielo e da Kroton Educacional.

Após uma manhã sem rumo definido, marcada pelo vencimento dos contratos de opções sobre ações, o índice de referência do mercado acionário local firmou-se no vermelho, a despeito de ganhos em Wall Street, com balanços corporativos e a incógnita no campo político no radar de agentes financeiros.

O Ibovespa caiu 0,61 por cento e fechou na mínima do dia, a 47.217 pontos, renovando o menor patamar desde 30 de janeiro.

O giro financeiro totalizou 6,7 bilhões de reais, incluindo o resultado do exercício de opções, que movimentou 2,04 bilhões de reais.

Da cena política, há a leitura entre investidores de alguma estabilidade no curto prazo, mas agenda da semana ainda sustenta certa cautela, com a votação do fim da desoneração da folha de pagamentos de vários setores entre os itens endossando uma atitude mais conservadora.

A segunda-feira incluiu a divulgação da segunda prévia do Ibovespa que irá vigorar de setembro a dezembro, destacando a entrada de Equatorial Energia, além das mudanças anunciadas na primeira versão, no início do mês.

DESTAQUES

=JBS despencou 4,84 por cento, no segundo pregão seguido de forte queda, após a produtora de carnes reportar na sexta-feira queda de quase 70 por cento no lucro do segundo trimestre. Há também cautela acerca de desdobramentos da CPI do BNDES, que prevê investigar empréstimos liberados pelo banco de fomento, incluindo os concedidos ao frigorífico. Já foram protocolados pedidos de convocação dos irmãos Joesley e Wesley Batista, controladores do grupo.

=PETROBRAS também pesou, com as preferenciais caindo 1,94 por cento, em meio à debilidade dos preços do petróleo no mercado externo.

=BMF&BOVESPA recuou 1,88 por cento, mesmo após divulgar resultado trimestral forte na semana passada, conforme alguns analistas preferem cautela com o papel devido à exposição da empresa ao risco do fim do mecanismo de juros sobre capital próprio (JCP) e fraco momento econômico no Brasil.

=OI desabou 9,91 por cento, no caso das preferenciais, com o papel atingindo a cotação mínima histórica, a 3 reais. Após a divulgação do resultado no último dia 13, o Credit Suisse disse que a tendência de piora da margem Ebitda poderia gerar dúvidas quanto ao potencial das medidas de corte de custos e diminuir sensivelmente as chances de a empresa entregar resultado acima das projeções no ano. "Continuamos negativos no papel", afirmaram em nota a clientes, na ocasião.

=ECORODOVIAS cedeu 4,29 por cento, entre as maiores quedas do índice, após reportar queda de 62,4 por cento no lucro no segundo trimestre, para 19,7 milhões de reais. Pouco ajudou comentário do presidente-executivo da concessionária de infraestrutura, Marcelino de Seras, de que não espera novo crescimento da alavancagem, considerando que o indicador de endividamento está praticamente no ápice.

=MRV ENGENHARIA avançou 3,65 por cento, em meio à repercussão positiva da alta no lucro do segundo trimestre sobre um ano antes, enquanto a construtora e incorporadora voltada para a baixa renda pretende manter uma postura financeira mais conservadora diante das atuais incertezas.

=CIA HERING saltou 8,70 por cento, com agentes financeiros atrelando o movimento a "short squeeze", quando agentes que alugaram o papel para vender precisam cobrir suas posições. De acordo com esses profissionais do mercado, o cenário para a companhia segue bastante desfavorável e está difícil encontrar a ação no mercado para alugar, o que leva a esse movimento. Embora no mês o papel acumule ganho, no ano a queda supera 30 por cento, contra pouco mais de 5,5 por cento do Ibovespa.

=CEMIG ganhou 1,56 por cento, mesmo após queda de quase 30 por cento no lucro no segundo trimestre, para 534,2 milhões de reais. O Bradesco BBI destacou que o lucro da empresa mineira de energia foi influenciado positivamente por receitas no mercado à vista da divisão de geração, embora parcialmente anulado pelo o fraco desempenho do segmento de distribuição. =KROTON EDUCACIONAL avançou 1,94 por cento, retomando a trajetória de recuperação pós divulgação de balanço no dia 12, mas interrompida na sexta-feira. ESTÁCIO PARTICIPAÇÃO, na mesma direção, saltou 4,10 por cento.

=CIELO também teve dia de recuperação, fechando em alta de 1,43 por cento e exercendo o maior influência positiva no Ibovespa, após despencar mais de 2 por cento na sexta-feira.

=BEMATECH, que não está no Ibovespa, disparou 42,86 por cento, impulsionada pelo anúncio de que a maior companhia brasileira de software corporativo, TOTVS, comprará a companhia de soluções de automação para o varejo. TOTVS ganhou 2,73 por cento.

=PDG, que também não está no índice, desabou 15 por cento, após informar a contratação da assessora financeira Rothschild para ajudá-la em um processo de reestruturação de dívida, que envolverá a renegociação de contratos e que tem como objetivo adequar o perfil do endividamento às perspectivas de curto, médio e longo prazos.

Texto atualizado às 18h35
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