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Ibovespa fecha em queda, e Petrobras cai à mínima desde 2005

O índice abriu a semana no vermelho, no patamar de 50 mil pontos, em meio à forte queda das ações da Petrobras


	Sede da Petrobras: as preferenciais da estatal terminaram o dia na menor cotação em mais de nove anos
 (Sergio Moraes/Reuters)

Sede da Petrobras: as preferenciais da estatal terminaram o dia na menor cotação em mais de nove anos (Sergio Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 8 de dezembro de 2014 às 18h14.

São Paulo - A bolsa paulista iniciou a semana em forte queda, com o Ibovespa fechando no menor patamar desde abril e as ações da Petrobras com a menor cotação em mais de nove anos, em meio a um ambiente externo desfavorável, após dados mostrarem queda inesperada nas importações da China.

O Ibovespa terminou em baixa de 3,3 por cento, a 50.274 pontos, menor patamar desde primeiro de abril de 2014. Na mínima, chegou a 50.015 pontos.

Em mais um dia de forte queda do petróleo no mercado internacional, as ações preferenciais da Petrobras despencaram 6,20 por cento, a 11,50 reais, menor valor desde 20 de outubro de 2005, enquanto os papéis ordinários caíram 6,38 por cento, para 10,72 reais, menor valor desde 13 de maio de 2005.

O petróleo tipo Brent caiu mais de 4 por cento e fechou a 66,19 dólares por barril, enquanto nos Estados Unidos o contrato futuro fechou a 63,05 dólares.

Os preços dos bônus da petroleira também caíram significativamente nesta segunda-feira, sendo cotados a 98,373 por cento do valor de face, após atingirem o pico de 111,5 por cento em setembro. Investidores aguardam para a sexta-feira o balanço não auditado da Petrobras referente ao terceiro trimestre.

A divulgação do resultado foi adiada em razão das denúncias de corrupção envolvendo a companhia.

O giro financeiro do pregão somou apenas 5 bilhões de reais, abaixo da média do ano, de 7,2 bilhões de reais.

A equipe da mesa de negociação do BTG Pactual disse, em email a clientes, que o baixo volume de negócios na Bovespa nos últimos dias tem chamado a sua atenção, o que, combinado com as primeiras confirmações de saídas de estrangeiros, tem pressionado o desempenho do índice. O BTG recomendou atenção ao giro nos próximos dias, em um mês que normalmente o volume costuma ser baixo, bem como aos contratos futuros. "Esse final de ano promete...", disse a equipe do banco.

China 

As notícias vindas da China desagradaram, com números mostrando uma queda inesperada nas importações em novembro, o que tende a afetar papéis de exportadoras de commodities na Bovespa, como Vale, que caiu 3,42 por cento.

O quadro menos amistoso para commodities respingou também em papéis de companhias ligadas ao setor, como transportadoras, entre elas as companhias de logísticas ALL América Latina e Cosan Log.

"A China é o principal destino das exportações de commodities e isso deixou países exportadores de matérias-primas como o Brasil em uma situação complicada", disse o analista de renda variável Fabio Lemos, da São Paulo Investments. "Houve um aumento da aversão a risco e com isso outros papéis da bolsa acabam sofrendo também, como é o caso das ações da bancos, que tinham certa gordura para queimar", disse, citando também dados negativos de inadimplência pesando no setor.

Bradesco e Itaú ainda acumulam em 2014 ganhos superiores a 20 por cento, mesmo com as quedas de 5 e 3,7 por cento nesta sessão, respectivamente.

Em outro email, o BTG Pactual disse que os dados chineses eram negativos para o setor de aço, e chamou a atenção para a queda nas importações de minério de ferro, atribuída a uma produção de aço mais fraca no mês. As ações das siderúrgicas Gerdau e CSN caíram 4,4 por cento e 5,2 por cento, respectivamente.

Usiminas segue como um capítulo à parte, conforme persiste a briga entre a Nippon Steel e a Ternium pelo controle da siderúrgica. Na sexta-feira, a ação ordinária da Usiminas, que não faz parte do índice e tende a ter menor liquidez, subiu quase 17 por cento. Nesta sessão, fechou em alta de 4,3 por cento. A preferencial, listada no Ibovespa, perdeu 3,9 por cento.

Embraer chegou a trabalhar no azul, mas fechou em queda de 1,9 por cento após a notícia de que um jato executivo fabricado pela empresa caiu nesta segunda-feira sobre um bairro perto do aeroporto de Maryland, nos Estados Unidos, matando pelo menos três pessoas que estavam a bordo da aeronave.

Eletrobras foi uma das poucas a fechar no azul. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu acolheu parcialmente pedido de reconsideração da estatal no sentido de reconhecer que os valores correspondentes às inadimplências de pagamentos das distribuidoras à companhia devem ser considerados no saldo da Conta de Comercialização de Energia Elétrica de Itaipu.

Na visão do gerente de renda variável da Fator Corretora, Frederico Ferreira Lukaisus, a bolsa segue minada pelo cenário de economia doméstica mais fraca e perspectiva de resultados mais fracos das empresas, além de commodities em queda no exterior, entre outros fatores. "Nada de novo", disse.

*Atualizada às 19h13 do dia 08/12/2014

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