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Ibovespa fecha em queda de 1,27% refletindo ambiente comercial externo

Principal índice da bolsa de valores brasileira encerrou o terceiro pregão seguido de baixa, com 96.429,60 pontos

Ibovespa: bolsa fechou em queda de 1,27% nesta segunda-feira (26) (Patricia Monteiro/Bloomberg)

Ibovespa: bolsa fechou em queda de 1,27% nesta segunda-feira (26) (Patricia Monteiro/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 26 de agosto de 2019 às 17h21.

Última atualização em 26 de agosto de 2019 às 17h36.

São Paulo — Ibovespa fechou em queda nesta segunda-feira, 26, engatando o terceiro pregão seguido de perdas e ampliando o declínio acumulado em agosto, reflexo de cautela e movimentos de realização de lucros diante de um ambiente externo ainda sensível a questões comerciais, além de ruídos domésticos.

Índice de referência da bolsa brasileira, o Ibovespa caiu 1,27%, a 96.429,60 pontos, mínima desde o 5 de junho. O giro financeiro da sessão somou 14,4 bilhões de reais.

Em agosto, o Ibovespa já acumula queda de 5,3%, caminhando para a primeira perda mensal em cinco meses.

"O mau humor na bolsa vem se sustentando", disse o estrategista Odair Abate, da Panamby Capital, atribuindo as vendas fatores como a retórica dos Estados Unidos e da China em meio ao embate comercial entre os dois países.

O cenário político na Argentina e mesmo a repercussão global das queimadas na Amazônia corroboraram o clima mais pesado nos negócios, em um momento no qual os agentes estrangeiros seguem na defensiva na bolsa paulista, com o saldo de capital externo no mês negativo em quase 11 bilhões de reais.

O noticiário doméstico trouxe pesquisa CNT/MDA, que mostrou piora na avaliação positiva do governo do presidente Jair Bolsonaro, para 29,4%, ante 38,9% na pesquisa anterior. O percentual dos que desaprovam o desempenho pessoal saltou de 28,2% para 53,7%.

"A bolsa brasileira continua mostrando muita cautela com investidores buscando defesa na compra de dólar ou preferindo realizar lucros nas ações", acrescentou o analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos. Até final de julho, o Ibovespa acumulava ganho de 15,8% em 2019.

O dólar fechou em alta de 0,37%, a 4,1396 reais, maior cotação desde setembro de 2018.

Destaques

- MRV caiu 5,77%, ajustando pelo segundo pregão seguido, após valorização recente na esteira do anúncio pela Caixa Econômica Federal de nova linha de financiamento imobiliário vinculada ao IPCA. CYRELA cedeu 2,94%.

- B3 perdeu 3,49%, engatando a terceira sessão negativa, após fechar perto da máxima histórica na última quarta-feira, tendo acumulado até então alta de 8,6% em agosto.

- VIA VAREJO recuou 4,57%, dando continuidade ao ajuste em agosto após valorização de mais de 50% em julho apoiada em expectativas com a mudança no comando da companhia.

- CIELO avançou 0,83%, entre as poucas altas do Ibovespa, tendo de pano de fundo anúncio do Cielo Pay, sistema para transações financeiras por meio de contas de pagamentos, num modelo similar ao de fintechs que vêm crescendo velozmente no país.

- VALE teve queda de 1,11%, tendo no radar baixa dos preços do minério na China, com papéis de outras mineradoras e siderúrgicas também em ajuste negativo, como CSN, em desvalorização de 0,66%.

- PETROBRAS PN teve decréscimo de 1,32%, conforme o petróleo piorou no exterior. No noticiário envolvendo a companhia, a Reuters publicoue que o grupo formado por Itaúsa , Copagaz e Nacional Gás Butano apresentou a melhor oferta vinculante para aquisição de sua fatia na Liquigás.

- ITAÚ UNIBANCO PN e BRADESCO PN caíram 0,03% e 1,03%, respectivamente. BANCO DO BRASIL cedeu 0,47%.

- BTG PACTUAL UNITS despencou 18,48%, no segundo pregão de fortes perdas, após reportagem de que a instituição estaria envolvida em esquema de lavagem de dinheiro. O banco negou em comunicado qualquer irregularidade. Na sexta-feira, as units já tinham caído 15,2%, após operação da Polícia Federal de busca e apreensão em escritórios do banco e na casa de seu fundador, no âmbito da operação Lava Jato. Os ajustes vêm após as units acumularem alta de quase 200% em 2019.

Dólar

O dólar começou a semana em nova alta contra o real, renovando a máxima em quase um ano, com o mercado ansioso acerca de ofertas de liquidez no plano doméstico tendo como pano de fundo um ambiente de incerteza comercial no exterior.

O dólar à vista fechou com valorização de 0,37%, a 4,1396 reais na venda.

É o maior nível para um término de sessão desde 18 de setembro de 2018 (4,1422 reais na venda).

Na máxima intradiária da venda, o dólar à vista saiu a 4,1640 reais. Pelas taxas de compra, a cotação mais elevada foi de 4,1624 reais, maior patamar durante os negócios desde 19 de setembro de 2018 (4,1752 reais na compra).

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