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Ibovespa fecha em queda de 0,69% devido balanços após Copom

A Bovespa fechou em queda com Bradesco e Vale entre as maiores pressões negativas


	Bovespa: o Ibovespa caiu 0,69%, a 49.897 pontos
 (Paulo Fridman/Bloomberg)

Bovespa: o Ibovespa caiu 0,69%, a 49.897 pontos (Paulo Fridman/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2015 às 18h21.

São Paulo - A Bovespa fechou em queda nesta quinta-feira, com Bradesco e Vale entre as maiores pressões negativas, em sessão marcada por noticiário corporativo intenso, com investidores também atentos à sinalização do Banco Central brasileiro na véspera de que o ciclo de aperto monetário acabou.

O Ibovespa caiu 0,69 por cento, a 49.897 pontos.

O giro financeiro totalizou 5,85 bilhões de reais. Na noite de quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou o juro básico em 0,50 ponto percentual, a 14,25 por cento ao ano, e afirmou entender que "a manutenção desse patamar da taxa básica de juros, por período suficientemente prolongado, é necessária para a convergência da inflação para a meta no final de 2016".

O entendimento de que o ciclo de altas na Selic chegou ao fim agradou investidores em bolsa em um primeiro momento, mas perspectivas menos otimistas em teleconferências de resultados de empresas dado o cenário macroeconômico desafiador devolveram o Ibovespa à trajetória negativa após dois pregões de alta.

"O humor no mercado está péssimo e qualquer sinalização mais cautelosa é motivo para o investidor vender. Ninguém está dando o benefício da dúvida para ninguém", disse o analista de um banco estrangeiro em São Paulo, sob condição de anonimato.

A debilidade de Wall Street foi mais um componente a enfraquecer o pregão paulista, com o índice norte-americano S&P 500 fechando estável.

DESTAQUES

=BRADESCO encerrou com queda de 1,99 por cento nas preferenciais, após a divulgação dos resultados de segundo trimestre do banco, mostrando fraco avanço do crédito e uma alta leve da inadimplência. A corretora Brasil Plural disse que avaliou que a rentabilidade continua em um nível forte, mas o "problema é a inadimplência e as provisões que também estão crescendo". ITAÚ UNIBANCO caiu 1,25 por cento.

=SANTANDER BRASIL caiu 2,42 por cento, acompanhando o declínio no setor bancário, mesmo após o lucro saltar no segundo trimestre, influenciado por uma reversão de provisão tributária bilionária no período. De abril a junho, o maior banco estrangeiro no Brasil teve lucro societário de 3,881 bilhões de reais, muito acima dos 527,5 milhões reportados em igual etapa de 2014.

=VALE terminou com as preferenciais m baixa de 4,63 por cento, reflexo de movimentos de realização de lucros, em meio a incertezas ligadas à venda de participação na subsidiária MBR e sentimento negativo sobre previsão de produção para 2016, após as ações dispararem mais de 6 por cento na máxima repercutindo ao forte resultado operacional no segundo trimestre.

=CIELO caiu 3,18 por cento, pressionada por projeções menores da empresa sobre crescimento do mercado de pagamentos eletrônicos em 2015, após divulgar resultado do segundo trimestre. "De uma expansão esperada de 11 a 13 por cento este ano, a direção executiva está agora trabalhando com um crescimento de volume de 9 a 11 por cento para o mercado como um todo", disse o Credit Suisse em nota a clientes, avaliando, contudo, que a reação no mercado pareceu injustificada e que o nível de preço do papel era um ótimo ponto de entrada.

=EMBRAER recuou 5,46 por, após revisar para baixo previsão para receita em 2015. A empresa também divulgou balanço trimestral que o Credit Suisse considerou como mostrando números fracos, afetados principalmente por resultados piores do que o esperado na área de defesa, apesar do bom desempenho nas divisões de aviação comercial e executiva. O Itaú BBA avaliou que o movimento foi excessivo e deixou o preço atrativo.

=KROTON EDUCACIONAL e ESTÁCIO PARTICIPAÇÕES caíram 3,93 e 6,5 por cento, respectivamente, renovando mínimas do dia após a Reuters publicar que o governo fará corte adicional de até 2 bilhões de reais no orçamento do Ministério da Educação deste ano, segundo disseram duas fontes do governo com conhecimento sobre o assunto. "É mais uma indicação negativa para as empresas de educação, embora não esteja claro onde serão os cortes", disse um analista do setor de um banco estrangeiro.

=PETROBRAS reforçou a pressão negativa, com declínio de mais de 2 por cento. A estatal informou que deve realizar a reestruturação societária na Transportadora Associada de Gás (TAG) de modo a criar uma subsidiária responsável por ativos do Norte e Nordeste e outra por ativos do Sudeste, sem impacto no negócio de transporte de gás natural.

=CESP avançou 4,48 por cento, na ponta positiva do Ibovespa em dia de alta no setor elétrico na bolsa. O movimento ocorreu após proposta do governo para resolver o déficit de geração hidrelétrica prever compensar geradoras que tiveram perdas por meio do alongamento dos prazos dos contratos de concessão de usinas.

=ENERGIAS DO BRASIL subiu 2,68 por cento, após divulgar lucro para o segundo trimestre deste ano impulsionado por ganho contábil com a conclusão da compra da usina Pecém. O UBS destacou que, além de Pecém, o resultado foi influenciado por custos controláveis menores e melhores resultados de geração de energia.

Texto atualizado às 18h14
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