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Ibovespa cai para o menor nível desde abril de 2009

O principal índice da Bovespa fechou em forte queda, pressionado por ruídos envolvendo a saída do ministro da Fazenda


	Bovespa: o Ibovespa caiu 2,98 por cento, a 43.910 pontos
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Bovespa: o Ibovespa caiu 2,98 por cento, a 43.910 pontos (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 18 de dezembro de 2015 às 17h03.

São Paulo -  O principal índice da Bovespa recuou 3 por cento nesta sexta-feira e fechou no menor patamar desde 7 de abril de 2009, pressionado por ruídos envolvendo a saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e potenciais substitutos.

A cena externa negativa corroborou o viés do pregão local, que fez o Ibovespa cair 2,98 por cento, a 43.910 pontos. Foi maior queda percentual desde 13 de outubro. O volume financeiro somou 7,88 bilhões de reais.

Na semana, apesar de subir em três pregões, o índice de referência recuou 2,99 por cento.

Nos ajustes de fechamento, uma fonte do Palácio do Planalto disse à Reuters que Nelson Barbosa será o novo ministro da Fazenda, substituindo Joaquim Levy, e que o anúncio oficial será ainda nesta sexta-feira.

Durante conversar nesta manhã com jornalistas, Levy admitiu conversas com a presidente Dilma Rousseff sobre sua saída do governo, mas deu muitas respostas evasivas sobre o assunto e em nenhum momento foi direto sobre sua permanência no cargo.

De acordo com profissionais do mercado financeiro, a bolsa refletiu a apreensão com a dinâmica da economia à frente, uma vez que a pessoa que entrou no governo para capitanear o ajuste fiscal está saindo.

"Levy foi o único no governo que defendeu ser feito o necessário para corrigir o rumo da economia e o próximo nome deve ser um nome mais alinhado com a mentalidade do governo que nos trouxe à difícil situação econômica atual", afirmou o chefe da mesa de renda variável da corretora de um banco em São Paulo. Dados econômicos divulgados durante o dia mostraram aceleração da inflação em dezembro, novo fechamento de vagas formais em novembro e retração da atividade maior do que a esperada em outubro.

No exterior, Wall Street também sustentou trajetória negativa, com o S&P 500 recuando cerca de 1 por cento.

A partir da próxima semana, o horário de negociação no segmento Bovespa será alterado com o pregão à vista passando a funcionar das 10h às 18h. A mudança ficará em vigor até 11 de março de 2016.

DESTAQUES

=ITAÚ UNIBANCO desabou quase 6 por cento, respondendo pela maior pressão de baixa do Ibovespa, dadas as incertezas com a mudança na Fazenda, em meio a um quadro econômico e político fragilizado. BRADESCO recuou 3,82 por cento.

=PETROBRAS fechou com as preferenciais em queda de 2,5 por cento, após a Fitch cortar a nota da estatal para "BB+" ante "BBB-", com perspectiva negativa, tendo como pano de fundo o recuo dos preços petróleo.

=KROTON EDUCACIONAL despencou 8,22 por cento, liderando as perdas do Ibovespa, em meio a relatório negativo sobre o setor de educação do Santander Brasil, cortando a recomendação para a empresa de "compra" para "manter". ESTÁCIO PARTICIPAÇÕES, que também teve recomendação reduzida de "compra" para "manter" pelo Santander, caiu 6,83 por cento.

=VALE figurou entre as poucas altas, com as preferenciais subindo 1,86 por cento, diante de novo avanço dos preços do minério de ferro na China.

=BTG PACTUAL fechou em alta de 3,85 por cento. O banco confirmou nesta sexta-feira que está em discussões para a potencial venda de sua participação na empresa de recuperação de crédito Recovery do Brasil Consultoria, assim como de um portfólio de créditos inadimplentes. Na véspera, os papéis subiram 7,6 por cento.

Texto atualizado às 18h01

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