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Ibovespa fecha em queda com cenário externo desfavorável

A Bovespa fechou em queda, de acordo com baixa nas bolsas externas e o declínio dos preços de commodities somados ao negativo mercado local


	Entrada da Bolsa de Valores de São Paulo, a Bovespa
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Entrada da Bolsa de Valores de São Paulo, a Bovespa (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2015 às 18h37.

São Paulo - O principal índice da Bovespa fechou no vermelho nesta terça-feira pelo terceiro pregão seguido, mas longe do pior momento da sessão, quando recuou 2,8 por cento pressionado pela queda nas bolsas externas e o declínio de commodities, combinados com as persistentes incertezas políticas e econômicas do país.

A desaceleração das perdas encontrou respaldo na publicação no Diário Oficial da União de parte das medidas fiscais, além de sinalizações no sentido de confirmar sessão no Congresso Nacional para a análise de vetos presidenciais nesta noite.

O Ibovespa encerrou em queda de 0,7 por cento, a 46.264 pontos. O giro financeiro totalizou 6,8 bilhões de reais.

A apreensão quanto à análise de vetos presidenciais no Congresso Nacional esteve entre os principais componentes de pressão no pregão paulista, em razão de potencial impacto nas contas públicas. Próximo do fechamento, lideranças do Senado confirmaram a realização da sessão nesta noite, após o governo avaliar que deve ter votos suficientes para manter os vetos.

No mercado, o entendimento é de que um adiamento traria ainda mais incerteza.

"Assusta bastante o mercado a possibilidade da derrubada hoje dos vetos da presidente Dilma Rousseff pelo Congresso", disse o trader Thiago Montenegro, da gestor da recursos Quantitas Asset Management. "Passa a impressão de o país ser um navio completamente desgovernado", afirmou A melhora no pregão coincidiu ainda com a divulgação de parte das medidas de ajuste fiscal de 2016 em edição extra do Diário Oficial, entre elas a que eleva o Imposto de Renda sobre ganho de capital e a proposta de emenda à Constituição que recria a CPMF.

A reunião do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, com representantes da agência de classificação de risco Fitch Ratings nesta tarde também esteve no radar, assim como a expectativa quanto à reforma ministerial.

No exterior, Wall Street fechou com os principais índices acionários em queda de mais de 1 por cento, pressionados pela queda de commodities e as dúvidas persistentes sobre quando o Federal Reserve elevará os juros.

DESTAQUES

Petrobras fechou com as preferenciais em queda de 4,52 por cento, após desabar quase 7 por cento no pior momento, com a cotação dos papéis indo abaixo de 7 reais e tocando a mínima intradia desde junho de 2004. A redução nas perdas teve respaldo em certa melhora dos preço petróleo, com o Brent fechando em alta, enquanto o WTI abandonou as mínimas. A forte alta do dólar, que afeta a dívida já elevada da estatal, contudo, manteve a pressão vendedora, mesmo com o anúncio da companhia de que está em negociação final com a Mitsui Gás e Energia do Brasil para a venda de 49 por cento da holding que consolidará as participações da estatal nas distribuidoras estaduais de gás natural.

Vale sucumbiu à pressão externa negativa, encerrando o dia com recuo de mais de 2 por cento. em meio à fraqueza dos preços do minério de ferro na China e declínio de ações de mineradoras também na Europa.

Kroton Educacional despencou 7,95 por cento, em dia de forte baixa no setor de educação na bolsa, após a versão online da coluna Radar da revista Veja publicar, sem citar fontes, que o programa federal de financiamento estudantil Fies pode ser alvo de uma CPI, com implicações para a empresa. O BTG Pactual ponderou que ainda é muito cedo para saber se a história vai se desenrolar, "mas certamente é mais ruído para o setor". A Kroton divulgou comunicado afirmando que segue "rigidamente" as regras do Fies.

Smiles desabou mais de 9 por cento, acumulando apenas em setembro perda de mais de 35 por cento. O recuo acontece na esteira da preocupações com a sua controladora GOL , que fechou em queda de 8,07 por cento. O UBS rebaixou a recomendação dos dois papéis para "venda" e reduziu os preços-alvo da Gol de 12 para 2 reais e da Smiles de 54 para 32,40 reais. O analista do UBS Rogerio Araujo disse, em relatório a clientes, que a depreciação do real e as fracas perspectivas macroeconômicas para o Brasil colocam a Gol em uma posição bastante difícil, mesmo após a capitalização neste terceiro trimestre. Ele ainda destacou que não é possível dissociar a Smiles de sua controladora Gol em razão dos riscos da companhia aérea esgotar já em 2016 os recursos obtidos com o acordo com a norte-americana Delta.

Itaú Unibanco e Bradesco reverteram perdas da abertura e terminaram com acréscimos de 0,95 e 0,4 por cento, respectivamente, ajudando a reduzir a queda do Ibovespa, dada a elevada participação que ambos detêm no índice.

Fibria fechou em alta de quase 4 por cento, amparada no avanço do dólar para 4 reais, embora tenha abrandado a alta no final do dia. Suzano Papel e Celulose e Klabin avançaram 1,86 e 0,7 por cento, respectivamente. O Itaú BBA citou o fortalecimento do dólar ao elevar o preço-alvo das ações do setor de papel e celulose e reiterando sua recomendação "outperform". O preço-alvo de Fibria passou de 65 para 75 reais; de Suzano subiu de 22 para 24 reais e o Klabin avançou de 24 para 26 reais

Texto atualizado às 18h37

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