Bovespa: o Ibovespa caiu 0,55 por cento, a 50.561 pontos (Paulo Fridman/Bloomberg News)
Da Redação
Publicado em 18 de maio de 2016 às 17h58.
São Paulo - O principal índice da Bovespa fechou em queda nesta quarta-feira, após a ata da última reunião do Federal Reserve sugerir que o banco central norte-americano está muito mais próximo de aumentar novamente os juros do que o mercado esperava.
O Ibovespa caiu 0,55 por cento, a 50.561 pontos. Na máxima, pouco antes da divulgação da ata do Fed, o índice subiu 1 por cento e superou 51 mil pontos. Na mínima, pela manhã, caiu 1 por cento.
O volume financeiro somou 7,8 bilhões de reais, com a sessão também marcada pelo vencimento dos contratos de opções sobre o índice à vista.
Após uma abertura mais fraca, o Ibovespa firmou-se no azul, amparado particularmente na recuperação das ações de bancos, e acompanhando também a melhora em Wall Street e o avanço dos preços do petróleo.
A divulgação da ata da última reunião de política monetária do Fed, porém, pesou nos mercados ao mostrar que a maioria dos membros da instituição julgou ser apropriado elevar os juros em junho se dados econômicos continuarem consistentes com um cenário recuperação no segundo trimestre.
Em nota a clientes, o Credit Suisse considerou a ata "muito hawkish" (termo usado para caracterizar viés mais favorável a aumento de juros a fim de controlar a inflação).
O chefe da mesa de renda variável da corretora de um banco estrangeiro em São Paulo acrescentou ainda que não ajuda a bolsa brasileira o discurso do governo interino de Michel Temer de que precisa de tempo para encaminhar mudanças que ajudem a reavivar a economia.
DESTAQUES
- PETROBRAS fechou com as preferenciais em baixa de 1,89 por cento e as ordinárias cedendo 3,15 por cento, pesando no índice, conforme o petróleo encerrou em queda. Permanecem as expectativas referentes à provável troca de comando na estatal, que captou captou na terça-feira 6,75 bilhões de dólares com bônus de 5 e 10 anos. O Credit Suisse considerou positivo o apetite do mercado de renda fixa para a emissão.
- CEMIG recuou 7,07 por cento, no pior desempenho do Ibovespa e em sessão negativa para o setor elétrico como um todo, pressionado por preocupações acerca de sobras de energia e inadimplência de distribuidoras.
- USIMINAS caiu 6 por cento, em dia também negativo para o setor siderúrgico, tendo como pano de fundo dados mostrando que a produção brasileira de aço bruto em abril foi a mais baixa dos últimos oito anos.
- CIELO perdeu 3,03 por cento. Analistas do Santader Brasil cortaram a recomendação para a ação para "underperform", citando o preço elevado. Ao mesmo tempo, os analistas disseram que questões relacionadas à divisão de pré-pagamento podem gerar preocupações com risco regulatório.
- VALE fechou com as preferenciais em baixa de 3,47 por cento e as ordinárias caindo 2,78 por cento, corroborando o tom negativo do Ibovespa.
- ITAÚ UNIBANCO subiu 1,55 por cento após perdas recentes, ajudando a atenuar a pressão negativa no Ibovespa. - QUALICORP avançou 4,13 por cento, ajudado por relatório do BTG Pactual que elevou preço-alvo do papel de 20 para 21 reais e reiterando recomendação de "compra", após encontro com executivos da empresa. "Eficiência pode seguir ofuscando um crescimento mais fraco", avaliaram os analistas do banco.
- KROTON valorizou-se 2,43 por cento, em sessão de recuperação após perdas nos três pregões anteriores.
- ELETROBRAS, que não faz parte do Ibovespa, fechou com as ações ordinárias em baixa de 0,71 por cento, após os papéis recuarem 10 por cento no pior momento do dia, marcado pela suspensão dos ADRs (recibos de ações negociados nos Estados Unidos) na Bolsa de Nova York e ruídos sobre possível capitalização da estatal. As preferenciais perderam 2,08 por cento.
Texto atualizado às 17h58