São Paulo - O principal índice da Bovespa anulou as perdas e fechou em leve alta nesta quarta-feira, acompanhando a recuperação dos preços de commodities e a melhora em Wall Street, com as ações da Petrobras e da Vale entre as maiores contribuições positivas.

O Ibovespa subiu 0,11 por cento, a 51.901 pontos. Na mínima, mais cedo, chegou a recuar quase 2 por cento. O giro financeiro do pregão somou 5,34 bilhões de reais.

As bolsas norte-americanas reverteram as perdas durante a sessão, com a ajuda de ações de empresas de saúde e consumo discricionário, além da recuperação do petróleo. O S&P 500 fechou com acréscimo de 0,54 por cento.

O petróleo encontrou suporte em dados robustos da economia dos EUA para subir após duas sessões de perdas, embora analistas ainda vislumbrem mais pressões pelo excesso de oferta de gasolina e a decisão britânica de deixar a União Europeia. Investidores também repercutiram à tarde a ata da última reunião de política monetária do banco central norte-americano, sinalizando que os juros devem subir apenas quando ficarem claras as consequências da decisão britânica.

No cenário doméstico, o mercado seguiu na expectativa sobre a meta fiscal do próximo ano, que deve ser divulgada na quinta-feira. Fontes governamentais afirmaram à Reuters na véspera que o governo deve fixar um déficit primário ao redor de 160 bilhões de reais para 2017.

DESTAQUES

-PETROBRAS fechou em alta de 2,26 por cento nas preferenciais e de 3,09 por cento nas ordinárias, na esteira da melhora dos preços do petróleo. O Goldman Sachs elevou o preço-alvo das ações da estatal, citando taxa de câmbio e cenário de remuneração dos bônus, mas manteve recomendação "venda", dados os desafios ainda significativos.

- VALE encerrou com as preferenciais em alta de 2,25 por cento, enquanto as ordinárias ganharam 1,43 por cento, em meio à recuperação de commodities. O movimento foi acompanhado por ações de companhias de mineração e siderurgia, como a CSN, que subiu 5,23 por cento, no melhor desempenho do Ibovespa.

- ESTÁCIO PARTICIPAÇÕES caiu 3,96 por cento, após renúncia do presidente-executivo, Chaim Zaher, que volta a ocupar cadeira no Conselho de Administração para discutir as propostas de fusão e aquisição recebidas recentemente pela companhia. KROTON EDUCACIONAL, que fez oferta pela rival, perdeu 2,02 por cento.

- CCR recuou 2,21 por cento em meio ao aumento das taxas de juros mais longos. Também repercutiu reportagem do jornal O Estado de S.Paulo de que o Ministério Público Federal e o Tribunal de Contas da União querem barrar a tentativa do governo de renovar, sem licitação, as atuais concessões de rodovias federais. ECORODOVIAS cedeu 1,95 por cento.

- B2W, que não está no Ibovespa, subiu 7,28 por cento, após a empresa de comércio eletrônico divulgar resultado da operação para aumento de capital. LOJAS AMERICANAS ganhou 0,64 por cento.

- OI, que também não faz parte do Ibovespa, disparou 15,42 por cento, em meio a especulações sobre os desdobramentos de seu pedido de proteção contra credores. Na véspera, analistas do BTG Pactual afirmaram em nota a clientes acreditar que a Oi irá eventualmente emergir da reestruturação com uma estrutura de capital muito mais desalavancada que a atual.

Texto atualizado às 17h39