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Ibovespa fecha em baixa de 0,5%, mas sobe 3% na semana

Na quinta-feira, o índice chegou a superar a marca de 64 mil pontos na máxima da sessão, antes de fechar com valorização de 2,4%

Bovespa: os investidores ainda estão se ajustando ao novo cenário de juros traçado pelo Copom (Dado Galdieri/Bloomberg)

Bovespa: os investidores ainda estão se ajustando ao novo cenário de juros traçado pelo Copom (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 13 de janeiro de 2017 às 18h48.

São Paulo - O mercado acionário brasileiro fechou no vermelho nesta sexta-feira, em sessão marcada por alguns movimentos de realização de lucros e ajustes de posições, um dia após o principal índice da Bovespa atingir o nível mais alto em nove semanas diante de um corte mais acentuado na taxa básica de juro.

O Ibovespa caiu 0,47 por cento, a 63.651 pontos, mas acumulou alta de 3,2 por cento na semana. O giro financeiro nesta sexta-feira somou 6,6 bilhões de reais.

Na quinta-feira, o índice chegou a superar a marca de 64 mil pontos na máxima da sessão, antes de fechar com valorização de 2,4 por cento, com expectativas de que a aceleração do ritmo de queda da Selic deve favorecer diversas empresas, especialmente as mais endividadas.

"É natural que hoje tenhamos alguma realização, até porque ontem houve alguns excessos", comentou o sócio-diretor de renda variável da empresa de investimentos Quantitas Wagner Salaverry.

De acordo com ele, os investidores ainda estão se ajustando ao novo cenário de juros traçado pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

Para o operador Luiz Roberto Monteiro, da mesa institucional da Renascença, a Bovespa continua sob forte influência das matérias-primas.

"Em geral, o mercado está acompanhando o movimento das commodities", disse, destacando a fraqueza das cotações do petróleo no exterior.

Segundo Monteiro, também no radar esteve a operação da Polícia Federal para investigar suposta fraude na liberação de recursos da Caixa Econômica Federal para empresas grandes entre 2011 e 2013. "Isso tumultuou um pouco as negociações", afirmou o operador.

Destaques

- BRADESPAR PN, acionista majoritário da Vale, subiu 6,18 por cento, tendo a melhor performance do Ibovespa, seguida pela mineradora, cujas ações PNA fecharam em alta de 2,4 por cento e as ordinárias com ganho de 3,06 por cento, alinhadas aos preços do minério de ferro na China. O gigante asiático, maior consumidor da commodity no mundo, informou que as importações do insumo atingiram máxima recorde de 1,024 bilhão de toneladas em 2016 e devem seguir fortes em 2017.

- JBS ON encerrou em queda de 2,08 por cento, influenciada pelo envolvimento da empresa e da holding J&F Investimentos nas investigações da Polícia Federal. Além delas, outra companhia que teria se beneficiado do esquema fraudulento, conforme despacho da Justiça Federal do Distrito Federal, é a Marfrig, que subiu 0,98 por cento. Em comunicado, a JBS disse não ter sido alvo da operação nem "notificada sobre a decisão judicial referente à essa operação". A Marfrig não quis comentar.

- PETROBRAS PN cedeu 1,38 por cento e PETROBRAS ON declinou 0,71 por cento, acompanhando a fraqueza dos preços do petróleo no mercado internacional e reforçando o viés baixista do Ibovespa nesta sexta-feira.

- PÃO DE AÇÚCAR PN chegou a liderar as perdas do índice, mas desacelerou o ritmo de queda e fechou com variação negativa de 1,69 por cento, depois de divulgar os dados de vendas do quarto trimestre de 2016. As units da VIA VAREJO, que não estão no Ibovespa, recuaram 4,59 por cento.

- EMBRAER ON subiu 1,88 por cento, após a fabricante de aeronaves divulgar números de entrega considerados fortes para o quarto trimestre e tendo como pano de fundo a alta do dólar ante o real.

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