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Ibovespa fecha em alta em meio a otimismo com agenda de resultados

Minerva sobe 4% antes de balanço, e BTG e Suzano também têm alta; Viveo dispara 9,4% na estreia

Painel de cotações da B3 | Foto: Cris Faga/NurPhoto via Getty Images (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

Painel de cotações da B3 | Foto: Cris Faga/NurPhoto via Getty Images (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 9 de agosto de 2021 às 17h31.

Última atualização em 10 de agosto de 2021 às 14h30.

O Ibovespa fechou em alta de 0,17% a 123.018 pontos nesta segunda-feira, 9, em um pregão marcado pelo otimismo com a agenda de resultados desta semana. Por outro lado, a queda das commodities no cenário internacional cobrou seu preço, com Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3/PETR4) limitando os ganhos do índice.

Para as commodities, o principal ponto de preocupação foi a China. Divulgado ainda no sábado, os dados da balança comercial do país decepcionaram, com a importação e exportação saindo abaixo das expectativas. O país ainda registrou o maior número de novos casos de covid-19 desde janeiro recentemente e adotou novas restrições para conter o avanço da doença. As medidas podem enfraquecer a retomada econômica da China, cuja previsão de PIB para 2021 já foi revisada para baixo pelo Goldman Sachs neste final de semana.

"Isso tudo pegou em cheio no petróleo, trazendo de volta os temores sobre uma baixa demanda", diz Jefferson Laatus, estrategista-chefe e sócio-fundador do Grupo Laatus. Ainda pela manhã, os petróleos Brent e WTI chegaram a cair 4%, só reduzindo as perdas já no fim da tarde. Os dados da China também alimentaram as preocupações sobre a demanda de minério de ferro, que fechou em queda de mais de 4%, em Dalian.

No Brasil, as quedas prejudicam as ações de Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3/PETR4), papéis que juntos representam 21,5% do Ibovespa. As ações da mineradora fecharam em queda de 0,63%, enquanto as da petroleira caíram 0,7%. 

O pregão ainda teve reflexos do risco fiscal, com o Ibovespa chegando a operar no campo negativo no fim da manhã, quando o presidente Jair Bolsonaro entregou ao Congresso a medida provisória que cria o novo programa social do governo, batizado de Auxílio Brasil.

A MP revoga o Bolsa Família e é uma das principais apostas de Bolsonaro na disputa à reeleição em 2022. O projeto, entretanto, foi entregue sem a definição de valores dos benefícios ou dos impactos fiscais do novo programa.

Apesar dos ruídos políticos e da queda das commodities, ações de empresas que divulgam resultados no início desta semana registraram altas significativas, contribuindo para a alta do Ibovespa.

Destaques da bolsa

Na ponta do Ibovespa, as ações da Minerva (BEEF3) lideraram as altas, subindo 4%, antes da divulgação do balanço do segundo trimestre nesta noite. A expectativa, segundo dados da Refinitiv, é de que o frigorífico apresente lucro líquido de 181 milhões de reais e receita de 4,34 bilhões de reais. Sua concorrente Marfrig (MRFG3), que apresenta balanço na quarta-feira, 11, subiu 3,66%.

A expectativa também é grande para a divulgação do resultado do BTG Pactual (BPAC11, do mesmo grupo controlador da EXAME), que será divulgado pelo banco na manhã desta terça-feira. 10. Na vice-liderança do índice, as ações do banco fecharam em alta de 3,92%. 

Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11), que reportam balanço no início desta semana tiveram respectivas altas de 3,81% e 2,74%, mesmo com o ambiente negativo para commodities.

Os bancos também fecharam em terreno positivo, ainda em repercussão aos balanços divulgados na última semana e ao aumento na taxa Selic para 5,25% ao ano. As ações do Itaú (ITUB4), que têm 6% de participação no Ibovespa, subiram 1,17%, em véspera de divulgação do balanço da Itaúsa (ITSA3), que subiu 1,11%.  Banco Inter (BIDI11), com menor participação índice, sobe 2,15%. O banco mineiro apresenta balanço nesta quarta. 

Fora do Ibovespa, o destaque ficou para as ações da Viveo (VVEO3), que estrearam em alta de 9,44%, após ter movimentado 2 bilhões de dólares em oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês). A empresa é líder em distribuição de medicamentos e produtos hospitalares.

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