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Ibovespa fecha em alta com exterior e Petrobras

A Bovespa fechou em alta, beneficiada pelo viés ascendente de praças acionárias no exterior e alta da Petrobras


	Bolsa de valores de São Paulo, a Bovespa
 (Paulo Fridman/Bloomberg News)

Bolsa de valores de São Paulo, a Bovespa (Paulo Fridman/Bloomberg News)

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Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2015 às 18h19.

São Paulo - A Bovespa fechou em alta nesta quarta-feira, beneficiada pelo viés ascendente de praças acionárias no exterior e forte alta das ações da Petrobras após anúncio de reajuste nos preços de combustíveis pela companhia.

Foi um final positivo para um mês e um terceiro trimestre desafiadores, marcados por elevada volatilidade, reflexo de incertezas políticas e econômicas no Brasil, expectativas de alta do juro nos Estados Unidos e apreensão com desaquecimento na China.

O Ibovespa subiu nesta sessão 2,1 por cento, a 45.059 pontos. O giro financeiro totalizou 7,9 bilhões de reais.

No mês, o índice de referência do mercado acionário brasileiro recuou 3,36 por cento, acumulando no período de julho a setembro perda de 15,11 por cento --o maior declínio trimestral desde o segundo trimestre de 2013.

"Na parte internacional, os temores de desaceleração da China e da saída de recursos prejudicaram os mercados acionários emergentes. Na parte doméstica, o fraco desempenho econômico e fiscal acelerou a perda do grau de investimento e trouxe volatilidade para câmbio, juros e bolsa", disse o estrategista-chefe de renda variável do Santander Brasil, Daniel Gewehr.

Com a queda recente, o Ibovespa voltou a ser negociado ao redor do seu múltiplo preço versus lucro na média histórica.

Para Gewehr, para a bolsa brasileira se tornar atrativa ainda é preciso uma maior visibilidade quanto à recuperação da economia e o comprometimento com a situação fiscal.

"Mantemos nossa recomendação 'underweight' para as ações brasileiras de um modo geral no portfólio para América Latina", afirmou.

Nesta quarta-feira, além de Petrobras, destacou-se no noticiário local pesquisa CNI/Ibope que mostrou oscilação da avaliação negativa do governo da presidente Dilma Rousseff de 68 para 69 por cento e dados fiscais um pouco melhores do que o previsto.

Investidores ainda seguiram na expectativa do anúncio oficial de mudanças na equipe ministerial, previsto para a quinta-feira, e da análise de vetos presidenciais no Congresso Nacional.

Em Wall Street, o S&P 500 fechou em alta de 1,91 por cento, reflexo da busca por barganhas e com dados sobre a criação de empregos no setor privado dos Estados Unidos melhores do que o esperado. No terceiro trimestre, porém, o índice caiu 6,9 por cento.

Destaques

Petrobras fechou o dia com forte volume negociado e um salto de 9,86 por cento nas ações preferenciais, maior alta desde o início de fevereiro, enquanto os papéis ordinários dispararam 8,79 por cento. A companhia anunciou na noite de terça-feira aumento de 6 por cento nos preços da gasolina e de 4 por cento no diesel nas refinarias a partir desta quarta-feira. Vários analistas consideraram o anúncio surpreendente. Para o BTG Pactual, a "decisão é positiva e dá um pequeno fôlego e algum tempo pra companhia tomar as decisões que realmente podem fazer diferença, como corte de custos e venda de ativos". No mês, contudo, Petrobras PN acumulou um declínio de 21,22 por cento.

Cosan avançou 5,95 por cento, também impulsionada pelo anúncio de reajuste de combustíveis pela Petrobras. O Credit Suisse destacou que a notícia é positiva para o setor de açúcar e etanol, destacando que calcula um aumento de cerca de 3,5 por cento no preço da gasolina nas bombas, levando a uma estimativa de que o preço do etanol hidratado para os produtores suba em cerca de 5 por cento. Além disso, os analistas calculam que o preço do etanol anidro, que é adicionado na gasolina, deve seguir o preço do etanol hidratado.

Ainda assim, a equipe do Credit Suisse pondera que o setor é afetado negativamente pelo aumento do diesel, uma vez que cerca de 12 por cento dos custos de produção são relacionados ao combustível.

Itaú Unibanco e Bradesco avançaram 2,28 e 1,95 por cento, respectivamente, beneficiados pela melhora de apetite a risco que favoreceu a bolsa brasileira nesta sessão, dada a relevante fatia que ambos detêm no Ibovespa. Banco do Brasil, que mostrou um desempenho pior que seus pares privados ao longo de setembro, saltou 6,07 por cento, contaminado pela melhora do sentimento com companhias de controle estatal após o anúncio da Petrobras sobre os combustíveis. No mês, Itaú Unibanco ficou praticamente estável, Bradesco caiu 6,99 por cento e BB teve declínio de 13,34 por cento.

Vale terminou com alta de 0,76 por cento nas preferenciais de classe A e de 0,61 por cento nas ordinárias, ajudada pela tendência positiva na Bovespa, a despeito do declínio dos preços do minério de ferro à vista na China.

Gerdau e Fibria figuraram entre as ações na ponta negativa Ibovespa nesta quarta-feira, com respectivos recuos de 3,70 e de 1,21 por cento, seguindo o declínio do dólar frente ao real, com a divisa norte-americana voltando a ser negociada abaixo de 4 reais.

=GOL saltou 7 por cento, em meio a movimentos de cobertura de posições vendidas diante da trégua no câmbio, o que atenuou o declínio no mês para 11,78 por cento. No ano, ainda cai 75,82 por cento, maior declínio do Ibovespa. O papel tem sofrido por preocupações relacionadas ao caixa da companhia em razão do cenário de fraqueza econômica e valorização do dólar ante o real, em torno de 50 por cento em 2015. Na esteira da melhora de Gol, Smiles, que vem sendo prejudicada pelos temores acerca de sua controladora, avançou 1,86 por cento

Estácio Participações ambém disparou nesta quarta-feira, fechando com ganho de 9,30 por cento, com movimentos de cobertura de posições, em meio à dificuldade de encontrar o papel para alugar. O UBS divulgou relatório reiterando recomendação de compra para o papel e de sua concorrente Kroton Educacional, após evento do setor de educação.

Texto atualizado às 18h19

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