Ibovespa: volume financeiro totalizou 9,7 bilhões de reais, novamente abaixo da média do ano, de 11,7 bilhões de reais (Patricia Monteiro/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 12 de julho de 2018 às 17h08.
Última atualização em 12 de julho de 2018 às 18h36.
São Paulo - O Ibovespa fechou em alta de quase 2 por cento nesta quinta-feira, na máxima em cinco semanas, favorecido pelo avanço de commodities e bolsas no exterior, com ações de companhias de mineração e siderurgia entre as maiores altas, embora o giro financeiro tenha sido novamente mais fraco.
O principal índice de ações da B3 subiu 1,96 por cento, a 75.856 pontos, encerrando próximo da máxima da sessão, de 75.897 pontos.
O volume financeiro totalizou 9,7 bilhões de reais, novamente abaixo da média do ano, de 11,7 bilhões de reais. Em julho, o giro médio diário está em 8,14 bilhões de reais. No mês anterior, foi de 13 bilhões de reais.
Profissionais da área de renda variável tem atribuído a menor liquidez ao começo da temporada de férias no Hemisfério Norte, além do quadro ainda bastante indefinido para as eleições no Brasil, economia doméstica debilitada e expectativa para o começo da temporada de resultados de segundo trimestre na próxima semana.
"O mercado aguarda novas notícias que possam gerar impacto para impulsionar o índice e melhorar o volume", disse o analista de ações Filipe Villegas, da corretora Genial.
Estrategistas do BTG Pactual chamaram atenção para o período das convenções partidárias entre os dias 20 de julho e 5 de agosto para decidir as coalizões e os candidatos que disputarão a eleição presidencial, "quando tudo começará a se desenhar".
Em nota distribuída pela corretora do banco, eles destacaram que em um sistema político fragmentado como o brasileiro, as coalizões são cruciais na corrida eleitoral.
Apesar da menor liquidez, o analista Leandro Martins, da Modalmais, vê uma tendência de recuperação na bolsa desde junho, quando o Ibovespa bateu a mínima do ano, apoiada por papéis que tinham ficado "largados" nos últimos meses, como as ações de bancos, que ajudam mais em razão do peso que tem no índice.
Desde a mínima de fechamento do ano, de 69.814 pontos, em 18 de junho, o Ibovespa já acumula elevação de 8,66 por cento, incluindo o desempenho desta quinta-feira.
- USIMINAS PNA, CSN e GERDAU PN subiram 9,3, 5,81 e 5,44 por cento, respectivamente, tendo no radar que os futuros do vergalhão de aço na China chegaram a subir mais de 3 por cento nesta quinta-feira, para o maior nível em 10 meses, em meio a uma oferta potencialmente menor à medida que o governo chinês intensifica esforços conter a poluição do ar naquele país.
- VALE valorizou-se 3,25 por cento, na esteira da alta dos preços do minério de ferro à vista na China <.IO62-CNO=MB>, respondendo pela principal contribuição positiva para o Ibovespa em razão da relevante fatia que detém no índice.
- BRADESCO PN fechou em alta de 2,93 por cento e ITAÚ UNIBANCO PN avançou 1,89 por cento, em dia de alta de bancos, com SANTANDER BRASIL UNIT valorizando-se 5,64 por cento e BANCO DO BRASIL subindo 1,91 por cento. O Credit Suisse divulgou prévia para os resultados do segundo trimestre dos bancos, afirmando que espera números de modo geral bons para o período.
- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON subiram 3,1 e 2,9 por cento, respectivamente, conforme os preços do petróleo Brent se recuperaram. Análise gráfica da Santander Corretora, divulgada logo cedo, afirmou que, após defenderem o suporte em 14,20 reais, as ações preferenciais da Petrobras iniciaram uma tendência altista de curto prazo.
- MAGAZINE LUIZA avançou 7,74 por cento, também na ponta positiva. A varejista informou na véspera que a agência de classificação de risco Standard and Poor’s elevou o rating da companhia para brAAA, com perspectiva estável, citando expectativa de melhor rentabilidade e geração de fluxo de caixa.
- SMILES caiu 1,49 por cento. O BTG Pactual divulgou prévia para o balanço da empresa de fidelidade no segundo trimestre, estimando resultado fraco pela desaceleração da tendência de crescimento em pontos resgatados e pela queda nos preços unitários, entre outros fatores. Eles calculam que a receita líquida ficará estável e que o lucro cairá.