Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)
Guilherme Guilherme
Publicado em 9 de março de 2021 às 09h15.
Última atualização em 9 de março de 2021 às 18h18.
Quadro geral do pregão
O Ibovespa encerrou o pregão desta terça-feira, 9, em alta após a PEC Emergencial chegar ao plenário da Câmara sem alterações. No início do pregão, a índice chegou a perder os 110.000 pontos com temores sobre desidratação da PEC, que prevê ferramentas para controle de gastos, além de abrir espaço para o auxílio emergencial.
Segundo o relator da PEC na Câmara, Daniel Freitas, a proposta deve ser aprovada em dois turnos pela Casa amanhã. Embora tenha chegado à Câmara como saiu do Senado, a PEC ainda pode sofrer ajustes, que estão sendo debatidos pelos deputados.
A intenção do presidente Jair Bolsonaro é deixar o setor de segurança, que faz parte de seu eleitorado, dos congelamentos de salários previstos na PEC.
Além de expectativas de maior contenção de gastos, a alta das bolsas internacionais também contribuem com o tom positivo. Nos Estados Unidos, o índice Nasdaq chegou a subir mais de 4% na máxima do dia, com a queda dos rendimentos dos títulos americanos e com expectativas sobre o pacote de 1,9 trilhão de dólares aprovado para auxiliar na recuperação da economia americana.
O movimento positivo puxou as ações da Tesla para ganhos de quase 20% depois de uma sequência de cinco dias de perdas, caminhando para o seu melhor pregão desde fevereiro de 2020.
Por aqui, seguem no radar as incertezas sobre a PEC Emergencial e a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de anular as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tornando-o elegível para concorrer à presidência em 2022.
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No último pregão, quando foi anunciada a decisão do STF, o Ibovespa teve a segunda maior queda do ano e desabou 3,98%. Com o Lula elegível para a próxima eleição, parte do mercado espera maior polarização política e até uma guinada populista por parte do governo.
Na bolsa brasileira, as ações de exportadoras figuraram entre as maiores altas, com o dólar passando boa parte do dia nas máximas desde maio do ano passado. Entre os destaques estão Minerva (BEEF3), BRF (BRFS3) e Suzano (SUZB3), que subiram 6,14%, 5,98%, 4,27%.
Na lanterna do índice, estiveram as ações de Lojas Americanas (LAME4), B2W (BTOW3) e Via Varejo (VVAR3) que recuam 5,7%, 5,25% e 4,85% respectivamente, repercutindo um cenário de maior risco para as varejistas de ecommerce à medida que o mercado se aproxima de uma elevação da taxa Selic na próxima semana. Muitos analistas projetam uma alta já para a próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, marcada para os dias 16 e 17 de março.
Já a concorrente Magazine Luiza (MGLU3) avançou 1,26% na esteira dos bons resultados corporativos apresentados ontem.
As ações de CSN (CSNA3) também saíram prejudicadas no pregão desta terça-feira e recuaram 3,67%, em linha com a queda do minério de ferro na China. A desvalorização da commodity também pressionou os papéis da Vale (VALE3), que caíram 1%.
O dólar à vista se afastou das máximas de quase 5,88 reais e fechou apenas em leve alta nesta terça-feira, 9, enquanto no mercado futuro a cotação caía mais de 1%
Na máxima do dia, o dólar passou de 5,86 reais, renovando a máxima desde maio do ano passado, quando se aproximou pela primeira vez dos 6 reais. O movimento de alta, no entanto, perdeu força, após a PEC chegar ao plenário da Câmara sem alterações.
No fechamento no mercado nesta terça-feira, o dólar subiu 0,24%, a 5,7927 reais, longe da máxima do dia (5,876 reais, alta de 1,68%). Na mínima, batida pouco depois das 14h30, a moeda caiu 0,17%, a 5,769 reais.