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Bolsa fecha em alta e dólar em queda à espera de desfecho na CCJ

Ibovespa subiu 1,32%, a 95.835,51 pontos, de acordo com dados preliminares. Dólar fechou em queda de 0,26%

Comissão de Constituição e Justiça está reunida em votação nesta terça-feira, 23, para dar aval ao texto da reforma da previdência (MicroStockHub/Getty Images)

Comissão de Constituição e Justiça está reunida em votação nesta terça-feira, 23, para dar aval ao texto da reforma da previdência (MicroStockHub/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 23 de abril de 2019 às 17h18.

Última atualização em 23 de abril de 2019 às 18h32.

São Paulo —  O Ibovespa fechou em alta nesta terça-feira, 23, em sessão marcada por expectativas positivas sobre votação da reforma da Previdência e percepção de menor risco de greve de caminhoneiros no país, com Wall Street corroborando os ganhos.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,41% , a 95.923,24 pontos. No melhor momento do dia, chegou a 96.315,40 pontos. O giro financeiro somou R$ 13,1 bilhões.

O pregão terminou enquanto a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados ainda analisava a admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para mudar as regras das aposentadorias.

No começo da tarde, representantes do governo e parlamentares anunciaram acordo com os partidos do centrão para votar o texto, após negociações envolvendo demandas de deputados, incorporadas no parecer do relator da matéria.

De acordo com profissionais da área da renda variável ouvidos pela Reuters, o acordo trouxe o alento de um desfecho nesta terça-feira nas discussões na CCJ, embora o horizonte para a tramitação do texto continue sugerindo obstáculos.

Para Frederico Mesnik, sócio-fundador da Trígono Capital, o tom mais positivo desde a abertura do pregão teve, em parte, efeito do noticiário já na véspera sobre um possível acordo, com investidores esperando para ver como terminará a reunião na CCJ.

Ele também destacou como relevante componente para a alta a redução das ameaças esparsas de paralisação de caminhoneiros, após acordo de representantes da categoria com o governo dissipar intenção de alguns de deflagrar greve na próxima semana.

No ano passado, uma paralisação de cerca de 10 dias gerou desabastecimento de produtos em várias regiões, bem como afetou resultados de empresas e enfraqueceu ainda mais a já debilitada atividade econômica no país.

A trajetória positiva na bolsa paulista encontrou respaldo ainda no desempenho de Wall Street, onde o S&P 500 fechou em alta de 0,88 por cento, na máxima histórica, com resultados corporativos acima do esperado.

Destaques

- MARFRIG avançou 6,97 por cento e BRF subiu 6,86 por cento, maiores altas do Ibovespa, conforme o setor de proteínas continua beneficiado por perspectivas de aumento de vendas para a China em razão do surto de peste suína africana naquele país. JBS subiu 3,84 por cento. Minerva, que não está no Ibovespa, ganhou 8,86 por cento.

- CIELO valorizou-se 4,11 por cento, antes da divulgação do balanço prevista para após o fechamento, um dia depois de encerrar na mínima desde fevereiro de 2012, reflexo do aumento da competição no setor de meios de pagamentos. Apenas em abril, a ação acumulava até a segunda-feira perda de 15,5 por cento. O Itaú BBA espera resultado fraco no primeiro trimestre e não descarta revisão no guidance da empresa.

- KROTON caiu 2,28 por cento, maior queda do Ibovespa, revertendo os ganhos do começo do pregão, tendo no radar dados de captação de alunos. Analistas do BTG Pactual destacaram em relatório que os números ficaram abaixo das suas expectativas, mas vieram com melhor qualidade.

- ITAÚ UNIBANCO PN avançou 1,28 por cento, com o setor de bancos como um todo favorecido pelo tom mais positivo na bolsa, com BRADESCO PN também em encerrando em alta de 2,43 por cento, BANCO DO BRASIL subindo 2,01 por cento e SANTANDER BRASIL subindo 0,26 por cento.

- PETROBRAS PN fechou com acréscimo de 0,87 por cento, favorecida também pela alta do petróleo no exterior.

- VALE subiu 1,21 por cento, em sessão de ajuste após recuar mais de 2 por cento na véspera.

Dólar

O dólar fechou em baixa ante o real nesta terça-feira, abandonando alta de mais cedo, conforme investidores colocaram nos preços expectativa de que a reforma da Previdência avance na Câmara dos Deputados.

A moeda norte-americana terminou em baixa de 0,26 por cento, a 3,9224 reais na venda.

Ainda pela manhã, a cotação chegou a subir 0,82 por cento, para 3,9650 reais.

Na B3, a referência do dólar futuro tinha queda de 0,46 por cento, a 3,9200 reais.

O real esteve entre as moedas de melhor desempenho ante o dólar nesta sessão.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara iniciou nesta tarde a reunião para analisar a admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência.

A previsão original era que a PEC da Previdência fosse votada na CCJ na semana passada, mas diante da ameaça real de sofrer uma derrota no colegiado e da aliança pontual entre partidos do centrão e a oposição, o governo acenou com alterações no texto da proposta e prometeu analisar as indicações a cargos de segundo escalão.

A aposta majoritária do mercado é de aprovação do texto ainda neste ano, mas essa estimativa já representa um atraso, uma vez que seis meses atrás o cenário-base era de aprovação total da reforma até junho, notou o diretor-executivo de tesouraria e mercados globais do Itaú BBA, Christian Egan, em evento em São Paulo.

Segundo ele, os mais de 30 bilhões de dólares em hedge cambial na B3 por parte dos estrangeiros não indicam apostas direcionais contra o real, mas estão mais associados a aumento na demanda por proteção de posições em juros (na curva a termo e em títulos públicos).

O BofA ainda se diz "construtivo" sobre o Brasil e afirma "gostar" de posições compradas em real contra peso mexicano via contratos de câmbio a termo (NDFs).

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