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Ibovespa fecha acima dos 130 mil e tem maior sequência positiva em um ano

No exterior, dados de emprego dos EUA decepcionam, impulsionando bolsas e derrubando dólar

Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

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Beatriz Quesada

Publicado em 4 de junho de 2021 às 17h31.

Última atualização em 4 de junho de 2021 às 17h38.

O Ibovespa bateu seu próprio recorde pelo quinto pregão consecutivo nesta sexta-feira, 4, volta do feriado de Corpus Christi. O principal índice da B3 fechou o pregão em alta de 0,40%, aos 130.125,78 pontos. 

Na máxima do dia, o índice superou chegou aos 130.137,29 pontos, estabelecendo também um novo recorde intradiário. Com o resultado, o Ibovespa dá sequência ao rali que já dura sete pregões -- a maior sequência positiva do índice desde maio de 2020. Na semana, o índice acumulou alta de 3,64%.

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O bom desempenho da bolsa brasileira foi influenciado pelo forte otimismo no exterior. Por lá, investidores reagem à divulgação dos dados de emprego nos Estados Unidos em maio, o payroll (em inglês). Foram criadas 559.000 vagas líquidas (contratados menos demitidos), abaixo da estimativa de 674.000 estimada pelo consenso da Bloomberg. Em abril, foram criadas 266 mil vagas.

A leitura do mercado é de que a recuperação da economia americana ainda não se reflete tanto no mercado de trabalho. Isso pode levar o Federal Reserve (o Fed, o banco central americano) a segurar por mais tempo a taxa de juros próxima a zero e os programas de estímulo à economia, o que por sua vez é uma boa notícia para o investimento em ações e a tomada de risco por parte dos investidores.

Como resultado, os índices futuros americanos fecharam em alta. O Dow Jones avançou 0,51%, enquanto o S&P 500 teve ganhos de 0,88%. Já o índice de tecnologia Nasdaq subiu 1,47%. Vale lembrar que as empresas de tecnologia -- altamente dependentes de empréstimos para alavancar crescimento -- são as maiores beneficiárias da política de juros baixos.

O movimento impulsionou também as bolsas da Europa, que fecharam majoritariamente no positivo. O índice pan-europeu STOXX 600 avançou 0,39% para uma nova máxima de fechamento de 452,57 pontos, tendo mais cedo na sessão batido a máxima histórica de 452,71 pontos. Na semana, o índice subiu 0,8%.

O dólar também perdeu terreno com o aumento do apetite a risco pelo mundo. O Dollar Index (DXY), que compara o desempenho do dólar com outras moedas de países desenvolvidos, caiu 0,41%. Contra o real, a moeda americana recuou 0,95% e fechou a sessão negociada a 5,036, no menor patamar de fechamento desde o dia 10 de junho de 2020, quando o dólar encerrou a 4,936 reais. Na semana, a moeda dos EUA acumulou desvalorização de 3,38% frente ao real.

Destaques

Na bolsa, as ações que puxaram o Ibovespa para o azul foram os papéis da Petrobras (PETR3/PETR4) e dos grandes bancos. No setor bancário, as units do Santander (SANB11) foram destaque e sobem 3,02%. Na sequência, o Itaú (ITUB4) teve alta de 2,09%. 

Já os papéis da petroleira avançaram 1,23% e 1,57%, respectivamente, acompanhando a alta da commodity no mercado internacional. Nesta sexta, o petróleo Brent subiu 0,50% e o WTI teve alta de 0,89%, na esteira da expectativa pela recuperação das economias e da demanda.

Em variação, as maiores altas ficaram com empresas que podem se beneficiar da reabertura econômica do Brasil. As ações da CVC (CVCB3) disparam 7,41%, enquanto Iguatemi (IGTA3) e Multiplan (MULT3), do setor de shoppings, avançaram 5,02% e 4,80%.

Para o minério de ferro, no entanto, o cenário deixou de ser tão favorável: a commodity caiu 1,73% no porto de Qingdao, para 207,35 dólares a tonelada. Com o recuo, a Gerdau Metalúrgica (GOAU4) liderou as perdas do índice e teve queda de 3,20%. As siderúrgicas Gerdau (GGBR4), Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3) também ficaram entre as maiores baixas do dia, recuando, respectivamente, 2,79%, 2,76% e 2,08%. 

A Vale (VALE3) também registrou perdas e caiu 1,66%. No caso da mineradora, existe um agravante operacional. A companhia recebeu hoje uma notificação para a interdição da atividade em áreas próximas à barragem do Xingu. A companhia informou que a restrição terá um impacto estimado de 33 mil toneladas de finos de minério de ferro por dia. 

A BRF (BRFS3) também teve um dia negativo e recuou 2,49%. As ações da empresa caíram após a confirmação, na véspera, de que a Marfrig (MRFG3) elevou sua participação na BRF aproximadamente de 31,66%. Os papéis da Marfrig tiveram perdas de 1,27%.

A companhia manteve o posicionamento de que se trata de um investimento passivo e de que não pretende interferir na BRF. A Marfrig afirmou que não tem intenção de eleger membros para o conselho de administração e que não celebrou quaisquer contratos ou acordos que regulem o exercício de direito de voto.

Ainda assim, o movimento traz incerteza para os papéis da dona das marcas Sadia e Perdigão. “Ruídos de governança envolvendo a aquisição das ações da BRF pela Marfrig podem causar volatilidade nas ações da BRF, principalmente ao se aproximar a data da assembleia em abril de 2022”, afirmam analistas da Ativa Investimentos em relatório.

Maiores altas

Maiores quedas

CVCCVCB3

7,41%

Gerdau MetalúrgicaGOAU4

-3,20%

BraskemBRKM5

5,35%

EmbraerEMBR3

-3,14%

IguatemiIGTA3

5,02%

GerdauGGBR4

-3,16%

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