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Ibovespa fecha acima dos 105 mil pontos com ajuda de bancos

Comentários do presidente do BC tranquilizaram os investidores quanto ao rumo da política monetária

Ibovespa fechou em alta 0,8%, a 105.319,40 pontos. (Germano Lüders/Exame)

Ibovespa fechou em alta 0,8%, a 105.319,40 pontos. (Germano Lüders/Exame)

TL

Tais Laporta

Publicado em 26 de setembro de 2019 às 17h59.

Última atualização em 26 de setembro de 2019 às 18h05.

São Paulo - O principal índice da bolsa brasileira avançou acima dos 105 mil pontos nesta quinta-feira (26), com bancos entre os principais suportes. A sessão foi marcada por sinais benignos do Banco Central sobre inflação e câmbio no Brasil. Também pesou o noticiário misto sobre as negociações entre Estados Unidos e China e com incertezas ligadas aos desdobramentos do pedido de impeachment do presidente norte-americano, Donald Trump

O Ibovespa fechou em alta 0,8%, a 105.319,40 pontos. O volume financeiro da sessão atingiu 13,7 bilhões de reais.

Para o analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos, a alta encontrou apoio em comentários do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que sinalizou tranquilidade da autoridade monetária em relação à inflação e à alta do dólar.

Campos Neto avaliou que a alta recente do dólar frente ao real não veio acompanhada de elevação do prêmio de risco e pontuou que o importante para o BC é quando há impacto do câmbio nos canais de inflação.

Também ajudou a bolsa, na visão do analista, a indicação de alinhamento entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, "favorecendo o otimismo com o sucesso na implementação da agenda de reformas".

O Ibovespa firmou-se no azul após uma manhã sem tendência clara, diante do noticiário misto sobre as negociações entre Estados Unidos e China, que têm adicionado volatilidade.

O governo chinês disse que os dois países estão se preparando para garantirem "progresso positivo" nas negociações em outubro e o assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, destacou que movimentos da China nos mercados de commodities têm sido "muito positivos".

Em paralelo, contudo, a agência Bloomberg noticiou que os EUA não devem prorrogar autorização temporária para que empresas norte-americanas atuem como fornecedoras à chinesa Huawei, que desde maio foi incluída em uma lista negra dos EUA.

Além dos sinais contraditórios nesse tema, o ânimo no pregão brasileiro também encontrou freio em incertezas ligadas aos desdobramentos do pedido de impeachment do presidente norte-americano, Donald Trump.

Em Wall Street, o S&P 500 cedeu 0,23% e o Dow Jones caiu 0,28%. O Nasdaq perdeu 0,57%.

Dólar tem leve alta contra o real

Já o dólar encerrou em leve alta contra o real, em dia marcado por acentuada volatilidade no mercado doméstico de câmbio, com agentes monitorando processo de impeachment do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e as relações comerciais EUA-China. A moeda fechou em alta de 0,17%, a 4,1618 reais na venda.

Na mínima, a cotação foi a 4,1224 reais na venda, menor patamar intradia desde 18 de setembro, enquanto na máxima tocou 4,1690 reais.

"O mercado ainda continua ainda bem perdido. O cenário externo é volátil, com incertezas de todos os lados, especialmente envolvendo o Trump, e isso deixa todo mundo na retaguarda", afirmou à Reuters Paulo Celso Nepomuceno, estrategista de renda-fixa da Corretora Coinvalores.

Destaques do dia

O ITAÚ UNIBANCO subiu 2,88%. BRADESCO teve alta de 1,44%. Operadores citaram fluxo de estrangeiro nos papéis. No mês, as ações dos maiores bancos privados do país acumulam alta de cerca de 5% cada. SANTANDER avançou 1,12% e BANCO DO BRASIL teve acréscimo de 0,37%, um dia após divulgar aval de acionistas para vender até 64 milhões de ações que estão em tesouraria, operação de quase 3 bilhões de reais.

A ação do grupo BB SEGURIDADE subiu 2,07%, após o conselho de administração aprovar proposta para redução de 2,7 bilhões de reais do capital social. Como consequência, os acionistas receberão 1,35 real por ação.

A construtora CYRELA avançou 2,62% e MRV ganhou 1,09%, em sessão positiva do setor imobiliário. Dados da Abecip mostraram que o financiamento imobiliário com recursos da poupança atingiu 6,71 bilhões de reais em agosto, alta de 18,4% ante mesmo mês de 2018.

A rede de móveis e eletrodomésticos VIA VAREJO subiu 2,88%, tendo de pano de fundo declarações do maior acionista e presidente do conselho de administração da varejista, Michael Klein, de que considera a venda da operação do Extra.com, e reativar operações próprias de crediário usando a infraestrutura digital do BanQi.

A processadora de carnes BRF caiu 1,43%, em sessão negativa do setor de carnes após altas recentes. MARFRIG desvalorizou-se 2,76% e JBS cedeu 1,2%. No ano, esses papéis acumulam elevação de 80% a 180%.

A fabricante de aeronaves EMBRAER recuou 2,15%, em meio a receios de atraso na conclusão do acordo com a Boeing, após indicação da União Europeia de que vai iniciar uma avaliação aprofundada sobre a operação na qual a norte-americana assumirá o controle da divisão comercial da fabricante brasileira de aviões.

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