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Ibovespa engata alta forte após renúncia de Mubarak no Egito

Para analista, fluxo para os emergentes pode retornar e impulsionar a bolsa até os 68 mil pontos

Vice-presidente anunciou na TV que o presidente "decidiu deixar o cargo de presidente da República". (Chris Hondros/Getty Images)

Vice-presidente anunciou na TV que o presidente "decidiu deixar o cargo de presidente da República". (Chris Hondros/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 19 de junho de 2012 às 20h04.

São Paulo – O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, engatou uma forte alta nesta sexta-feira após a renúncia do presidente do Egito, Hosni Mubarak. As tensões em meio aos protestos do povo egípcio para forçar a saída do ditador que comanda o país há 30 anos elevaram a aversão ao risco e contribuíram para a saída do fluxo de recursos para bolsas emergentes, incluindo o Brasil.

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A alta nesta sexta-feira chegou a 2%, levando o índice aos 65.878 pontos. No ano, a bolsa ainda está no terreno negativo com uma desvalorização de 5%. Há instantes, apenas três ações operavam em baixa na bolsa. “Com certeza é uma reação ao anúncio da renúncia. A aversão ao risco caiu e impulsionou a bolsa”, afirma Hamilton Moreira Alves, estrategista do BB Investimentos.

O vice-presidente do Egito, Omar Suleiman, afirmou hoje em pronunciamento na TV que o presidente Hosni Mubarak cedeu à pressão dos manifestantes e decidiu renunciar, entregando o poder às Forças Armadas. O presidente "decidiu deixar o cargo de presidente da República", disse Suleiman. O vice disse ainda que o Supremo Conselho Militar irá administrar a nação durante "as difíceis circunstâncias que o país está atravessando".

Em fevereiro, até ontem, o saldo de capital externo na bolsa está negativo em 1,377 bilhão de reais. Em 2011, o saldo está negativo em 976 milhões de reais. Segundo Alves, a tendência agora é de que Ibovespa busque a casa dos 67 mil pontos, nível da média móvel do índice em 200 dias. Ele ressalta ainda que o vencimento do Ibovespa futuro no próximo dia 16 de fevereiro também deve impulsionar a bolsa.

De acordo com dados da EPFR a retirada de recursos dos fundos de ações de mercados emergentes na semana encerrada no dia 2 de fevereiro foi a mais forte em três anos. O fluxo de capital tem migrado para os mercados dos países desenvolvidos, como Estados Unidos e Japão. Foi a décima semana consecutiva de saída de recursos dos fundos dedicados aos BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China).

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