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Ibovespa encerra abril em queda e soma perda de 1,9% no ano

A desaceleração, segundo economista, foi resultado de um movimento de compras, por conta das recentes quedas nos preços dos ativos

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2010 às 21h51.

Última atualização em 17 de maio de 2017 às 17h47.

São Paulo — O PIB dos Estados Unidos abaixo do previsto e mais notícias negativas sobre o Goldman Sachs fizeram com que a Bovespa fechasse a sessão de sexta-feira em queda, terminando o quarto mês do ano em terreno negativo e acumulando desvalorização no acumulado do ano.

O Ibovespa recuou 0,66 por cento na sexta-feira, para 67.529 pontos. O volume negociado totalizou 7,258 bilhões de reais. Em abril, a queda totaliza 4,03 por cento e no ano de 2010, 1,93 por cento.

Durante a tarde, o Ibovespa chegou a ensaiar uma recuperação, chegando a uma queda de apenas 0,1 por cento. A desaceleração, segundo o economista-chefe do Banco Schahin, Sílvio Campos, foi resultado de um movimento de compras, por conta das recentes quedas nos preços dos ativos.

Na manhã desta sexta-feira, o Departamento do Comércio dos Estados Unidos informou que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu a uma taxa anual de 3,2 por cento no primeiro trimestre com o aumento de gastos do consumidor, o maior sinal até agora de que a recuperação econômica é sustentável.

Entretanto, analistas ouvidos pela Reuters previam que o PIB cresceria 3,4 por cento nos primeiros três meses de 2010.

Além disso, notícias sobre um inquérito federal contra o Goldman Sachs também incentivaram a desvalorização em Wall Street, que levou o mercado brasileiro para baixo.

Outro indicador que influenciou as perdas foi a confiança do consumidor dos Estados Unidos, que apesar de superar a previsão do mercado, caiu para 72,2 em abril, comparado a 73,6 em março.

"O mês de abril foi volátil e complicado, com notícias externas, principalmente vindas da Europa, no centro das atenções", diz Sílvio Campos. "No Brasil, o viés de otimismo em relação á economia foi deixado de lado."


No mesmo mês em que foi finalmente anunciado um pacote de ajuda à Grécia, mas não liberado, a agência de classificação de risco Standard & Poor's reduziu as notas do país, além dos ratings de Portugal e Espanha, que também são motivo de preocupação na zona do euro.

"E a situação não deverá mudar tão cedo. Maio será volátil, a menos que haja uma solução definitiva sobre a Grécia e os demais países em perigo", diz o economista do Banco Schahin. "Entretanto, se os Estados Unidos mostrarem bons indicadores no próximo mês um estresse exacerbado poderá ser evitado."

Setor de commodities em queda

As ações ligadas a commodities registraram as maiores quedas do Ibovespa nesta sexta-feira. A MMX recuou 3,79 por cento, a 12,70 reais, enquanto a Usiminas ON e Usiminas PNA cederam, respectivamente, 3,38 por cento, a 54,62 reais, e 3,31 por cento, a 56,11 reais.

Já as ações preferenciais da Vale perderam 2,76 por cento, a 46,53 reais, e as ordinárias perderam 2,39 por cento, a 53,10 reais. Na manhã desta sexta-feira a mineradora anunciou a compra de 51 por cento da BSG Guiné por 2,5 bilhões de dólares. A empresa detém concessões de minério de ferro no país africano.

A Petrobras PN caiu 0,67 por cento, a 32,80 reais, enquanto a Petrobras ON cedeu 0,38 por cento, a 36,95. Após o fechamento do mercado, a estatal anunciou parceria estratégica com o Grupo Tereos para investir conjuntamente na Açúcar Guarani.

Do lado positivo, as ações da PDG Realty tiveram a maior alta do índice, de 4,72 por cento, a 15,96.


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