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Ibovespa ignora resto do mundo e fecha em alta pelo 5º pregão seguido

Rali da bolsa brasileira tem continuidade mesmo após desemprego dos Estados Unidos decepcionar investidores globais

Bolsa: Ibovespa sobe 0,89% e fecha em 93.838 pontos (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

Bolsa: Ibovespa sobe 0,89% e fecha em 93.838 pontos (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 4 de junho de 2020 às 17h30.

Última atualização em 4 de junho de 2020 às 17h55.

A bolsa brasileira fechou em alta, nesta quinta-feira, 4, pelo quinto pregão consecutivo. O movimento foi na contramão cenário externo negativo, após os pedidos de seguro desemprego dos Estados Unidos terem frustrado as expectativas dos investidores. Por aqui, o Ibovespa, principal índice de ações, avançou 0,89% puxado pelas ações da Vale e encerrou em 93.838 pontos. Desde sexta-feira passada, o índice já subiu 7,9%.

Com o maior peso entre os ativos do Ibovespa, os papéis da mineradora Vale avançaram 3,73%. "A Vale vive um cenário perfeito, favorecida pela forte demanda [da China], pelo preço elevado do minério de ferro e pelo câmbio", disse Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos.

As ações dos grandes bancos também ajudaram a dar sustentação ao tom positivo. Entre eles, o destaque ficou para o Santander, que acumulava perdas superior a 30% no ano e subiu 3,57% neste pregão. “As ações no Brasil estavam atrasadas nessa recuperação dos mercados”, disse Régis Chinchila, analista da Terra Investimentos.

Pela manhã, o Ibovespa chegou a operar no terreno negativo, em linha com as bolsas internacionais, após o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos informar que, na semana passada, foram registrados 1,877 milhões pedidos de seguro desemprego ante projeções de 1,8 milhões. “Esperava-se um número muito melhor. Pegou o mercado no contrapé”, disse Pablo Spyer, diretor de operações da Mirae Asset.

Segundo Spyer, havia grande otimismo sobre os dados semanais, tendo em vista que, na véspera, o ADP (que mede a variação de postos de trabalho do setor privado americano e serve como prévia do payroll) apresentou uma queda de 2,7 milhões de postos de trabalho ante a projeção de perda de 9 milhões de postos. “Agora todo mundo está nervoso para saber como será o payroll porque os pedidos de auxílio vieram pior.”

O relatório, considerado um dos principais indicadores da economia americana, será divulgado nesta sexta-feira, 5. Pelas projeções do mercado, o payroll deve revelar a perda de 8 milhões de postos de trabalhos não-agrícolas no mês de maio, fazendo o desemprego americano saltar de 14,7% para 19,8%. Por lá, o S&P 500 caiu 0,34%

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No radar dos investidores também esteve os estímulos econômicos da Europa. Nesta quinta, o Banco Central Europeu (BCE) elevou em 600 bilhões de euros seu Programa de Compra de Emergência Pandêmica para 1,35 trilhão de euros. Após o anúncio da medida, as bolsas europeias chegaram a entrar em terreno positivo, mas perderam força, depois da divulgação dos dados americanos. Por lá, o índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em queda de 0,75%.

Com o dólar voltando a subir no mercado de câmbio, empresas com grande parte de sua produção voltada para o exterior, como frigoríficos e companhias do setor de papel e celulose, figuram entre as maiores altas da sessão. Na ponta do índice, os papéis da Minerva subiram 7,3%. As ações da JBS, Marfrig e BRF se valorizaram 4,22% , 3,53% e 3,14%, respectivamente. Também entre as maiores altas, as ações da Embraer avançaram 4,81% e da Suzano, 4,51%.

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