Painel com cotações na bolsa brasileira, a B3 (Germano Lüders/Exame)
Guilherme Guilherme
Publicado em 24 de março de 2022 às 17h26.
Última atualização em 24 de março de 2022 às 17h34.
Ibovespa hoje: a bolsa brasileira fechou em alta pelo sétimo pregão consecutivo nesta quinta-feira, 24. O maior apetite ao risco no mercado americano contribuiu para que o principal índice da B3 retomasse os 119.000 pontos já no final do pregão, encerrando no maior patamar desde o início de setembro. O dólar apresentou leve queda, encerrando próximo de R$ 4,83. A moeda foi negociada abaixo de R$ 4,80 na mínima da sessão.
Ibovespa: +1,36%, 119.053 pontos
Dólar: - 0,25%, R$ 4,832
Dados econômicos que saíram acima das expectativas na Europa e nos Estados Unidos seguiram no radar de investidores internacionais. Índices de gerente de compras (PMIs, na sigla em inglês) relevaram crescimento de setores da economia europeia no mês de março, enquanto os pedidos americanos de seguro desemprego caíram para a mínima desde 1969, segundo a Bloomberg, ficando em 187.000.
A melhora dos indicadores ocorre em meio à pressões econômicas, como a guerra na Ucrânia, aumento de juros nos Estados Unidos e elevado nível de inflação. Embora o mercado de trabalho aquecido dê ainda mais confiança para as políticas contracionistas do Federal Reserve, as bolsas de Nova York subiram, recuperando-se das perdas da véspera.
S&P 500 (EUA): + 1,42%
Dow Jones (EUA): + 1,02%
Nasdaq (EUA): + 1,93%
O maior otimismo com o setor de tecnologia representado pela alta de quase 2% do índice Nasdaq se refletiu no mercado brasileiro, com representantes do segmento entre as maiores altas da sessão. As fintechs Méliuz (CASH3) e Banco Inter (BIDI11) lideraram os ganhos do Ibovespa junto com as ações do Magazine Luiza (MGLU3), com valorizações expressivas nesta sessão.
Banco Inter (BIDI11): + 10,12%
Méliuz (CASH3): + 9,05%
Magazine Luiza (MGLU3): + 10,00%
Por outro lado, os últimos resultados da temporada de balanços do quarto trimestre pressionaram as maiores quedas.
A Locaweb, que apresentou seus resultados do período na última noite, caiu 7%, liderando as perdas do Ibovespa A companhia de softwares teve aumento de 75,4% de receita para R$ 245,9 milhões. O Ebitda (lucro antes de juros impostos depreciação e amortização), por outro lado, caiu 26,7% para R$ 19,2 milhões, ficando abaixo do consenso de mercado da Bloomberg, que era de R$ 35,9 milhões.
"O crescimento foi bom, mas a rentabilidade segue sob pressão. Os níveis de rentabilidade das empresas adquiridas caíram", avaliaram analistas do BTG em relatório.
A Hapvida, que também divulgou balanço na quarta-feira, apareceu na sequência, com queda de 5%.
Locaweb (LWSA3): - 7,05%
Hapvida (HAPV3): - 5,09%
A empresa de saúde reportou Ebitda de R$ 388,4 milhões no período, 12,7% abaixo do consenso da Bloomberg. O resultado foi afetado pela queda de margem Ebitda, que caiu 4,1 ponto percentual na comparação anual para 14,9%. A receita líquida cresceu 14,3% para R$ 2,599 bilhões.
"O crescimento tem se dado muito por meio de aquisições, o que gera uma receita mais forte. Mas como essas empresas vêm com uma margem Ebitda menor, a margem consolidada da Hapvida acaba sendo afetada", disse Marcel Zambello, analista do BTG Pactual no programa Abertura de Mercado desta quinta-feira, 24. A normalização das margens, segundo Zambello, pode demorar de 12 a 18 meses.