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Ibovespa cai quase 2% com investidores mais pessimistas com economia

Prévia do PIB sai negativo pelo 2º mês seguido; quedas das ações de Vale e varejistas pressionam índice

Mercado prevê PIB negativo para 2022 | Foto: Ricardo Moraes/Reuters (Ricardo Moraes/Reuters)

Mercado prevê PIB negativo para 2022 | Foto: Ricardo Moraes/Reuters (Ricardo Moraes/Reuters)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 16 de novembro de 2021 às 18h26.

Última atualização em 16 de novembro de 2021 às 19h27.

O risco Brasil voltou a pesar sobre o Ibovespa, que caiu quase 2% no pregão desta terça-feira, 16, apagando os ganhos de 1,44% conquistados na última semana. O principal índice da B3 fechou o dia em queda de 1,82%, aos 104.403 pontos. Já o dólar comercial subiu 0,78%, fechando a sessão a 5,50 reais.

O movimento veio na esteira de dados negativos para a economia brasileira. O principal foi o IBC-Br de setembro, que caiu pelo segundo mês consecutivo. Conhecido como a "prévia do PIB", o indicador de atividade econômica do Banco Central apontou para uma contração mensal de 0,27%. A perda já era esperada e o consenso apontava, inclusive, para uma queda mais forte, de 0,30%. Ainda assim, o resultado foi mal recebido. 

Excepcionalmente, nesta terça também saiu o boletim Focus com revisão para baixo das projeções para o PIB de 2021 e 2022, apontando uma projeção de abaixo de 1% para o próximo ano

Segundo os economistas ouvidos pelo Banco Central, o mercado também espera uma inflação mais forte neste e no próximo ano. Para 2022, a expectativa para o IPCA passou de 4,63% para 4,79%, enquanto a estimativa para o PIB, que era de 1,5% há quatro semanas, caiu para 0,93%. No entanto, parte do mercado, como economistas do Itaú, já preveem um ano de recessão.

Destaques da bolsa

Na bolsa, os papéis da Vale (VALE3) foram o principal destaque negativo do dia entre as ações com maior participação no Ibovespa. As ações da mineradora caíram 2,88% e ajudaram a dar o tom negativo do dia.

A pressão negativa também veio das varejistas, especialmente afetadas pelas perspectivas mais negativas para o PIB. Magazine Luiza (MGLU3) liderou as baixas do dia e afundou 11,48%, após já ter tombado 18,53% no último pregão. 

Já as ações das Lojas Americanas (LAME4) e Americanas (AMER3), que dispararam na sexta-feira, 16, caíram 9,26% e 8,77%, com investidores realizando lucros. Outra a cair na esteira do pessimismo com o cenário local foi a Locaweb (LWSA3), que recuou 11,78%, aprofundando as perdas de mais de 8% do último pregão.

Construtoras, altamente ligadas ao ciclo da economia doméstica, também sofrem duras perdas, com MRV (MRVE3), Cyrela (CYRE3) e EzTec (EZTC3) recuando 4,81%, 5,85% e 6,71%.

O tom negativo também afeta as ações da Méliuz (CASH3), que irá reportar seus números do trimestre nesta noite. A empresa, que já esteve entre as maiores altas da bolsa, cai 8,01%.

Já a maior alta do Ibovespa ficou com as ações da companhia de celulose Suzano (SUZB3), que avançaram 3,5% na esteira da alta do dólar. A Petrobras (PETR3/PETR4) também figurou entre os maiores ganhos do dia, com as ações subindo 1,51% e 1,04%, respectivamente. 

Maiores altas

Maiores quedas

SuzanoSUZB3

3,50%

Magazine LuizaMGLU3

-12,65%

PetrobrasPETR3

1,51%

LocawebLWSA3

-11,78%

Pão de AçúcarPCAR3

1,45%

Lojas AmericanasLAME4

-9,26%

Bolsas internacionais

A queda do Ibovespa ocorreu na contramão das principais bolsas internacionais, que apresentaram leves altas, tendo no radar balanços do terceiro trimestre de 2021 e o alívio de tensões entre China e Estados Unidos, após o encontro entre presidentes dos dois países.

Na conversa, Joe Biden e Xi Jinping reforçaram a importância de evitar conflitos, apesar dos interesses distintos, principalmente, envolvendo Taiwan. No mercado, a sensação sobre o encontro foi positiva, a despeito dos últimos anos de turbulência entre as nações

Em Wall Street, os principais índices subiram, com o Dow Jones registrando alta de 0,15%, o S&P 500 de 0,39% e o Nasdaq de 0,76%. Na Europa, o Stoxx 600 fechou em alta de 0,17%, também refletindo o PIB da Zona do Euro, que cresceu 2,7% no terceiro trimestre, em linha com as expectativas de mercado. Nos Estados Unidos, porém, as vendas do varejo surpreenderam para cima, crescendo 1,7%, em outubro, acima das projeções de 1,2%. Na comparação anual a alta foi de 16,31%.

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