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Ibovespa cai mais de 3% e fecha abaixo dos 95 mil pontos

Bolsa paulista recuou 3,74% a 94.635,57 pontos com movimento de realização de lucros

Ibovespa: Bolsa paulista fecha em cada após renovar a máxima diversas vezes (NurPhoto/Getty Images)

Ibovespa: Bolsa paulista fecha em cada após renovar a máxima diversas vezes (NurPhoto/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 6 de fevereiro de 2019 às 18h08.

Última atualização em 6 de fevereiro de 2019 às 20h14.

A bolsa paulista fechou com o Ibovespa em queda de mais de 3 por cento nesta quarta-feira, em meio a movimento generalizado de realização de lucros, que alvejou principalmente ações de bancos, enquanto Vale seguiu pesando em razão dos desdobramentos da tragédia em Minas Gerais, que já deixou 150 mortos.

Índice de referência do mercado acionário, o Ibovespa caiu 3,74 por cento, a 94.635,57 pontos, segundo dados preliminares. O volume financeiro somava 17,27 bilhões de reais.

A queda ocorre após o Ibovespa acumular alta de 11,86 por cento no ano até a véspera, tento renovado máximas históricas repetidamente. Na segunda-feira, atingiu novo recorde para fechamento, a 98.588,64 pontos.

Agentes financeiros também encontraram no noticiário sobre a reforma da Previdência argumento para vendas, em meio a especulações de que a tramitação e aprovação do texto demore mais do que se previa.

Na véspera, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que a reforma da Previdência do presidente Jair Bolsonaro não pode ir direto ao plenário da Casa mesmo que o governo lance mão de proposta que já tramita no Congresso.

O mercado brasileiro reagiu positivamente na terça-feira ao alinhamento sinalizado por Maia e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, após reunião sobre o tema, mas, nesta sessão, focou no possível atraso do andamento da reforma.

"A bolsa estava buscando um motivo para realizar, e a chance de o processo de aprovação da reforma se estender mais que o esperado é suficiente para um ajuste negativo, após ganhos fortes na bolsa neste começo de ano", disse um operador.

Na visão do estrategista Dan Kawa, sócio na TAG Investimentos, "com a perspectiva de um longo caminho para a aprovação das reformas, o mercado parece fazer um movimento natural de realização de lucros", conforme nota enviada a clientes nesta tarde.

Ele disse que não vê mudança no cenário estrutural mais positivo para o país, mas reforça que o caminho não será linear.

O quadro externo pouco favorável chancelou as perdas locais, com o dólar valorizando-se globalmente, enquanto Wall Street tinha uma sessão negativa, com notícias corporativas e à espera de novidades sobre as negociações EUA-China.

Destaques

- BRADESCO PN e ITAÚ UNIBANCO PN desabaram 4,71 e 4,21 por cento, respectivamente, maiores contribuição negativas para o Ibovespa na sessão, após acumularem valorização de 18,3 e 7,13 por cento em 2019 até a véspera. BANCO DO BRASIL sofreu um tombo de 6,09 por cento, após alta de 17,55 por cento no acumulado do ano. SANTANDER BRASIL UNIT fechou em baixa de 4,18 por cento.

- VALE recuou 4,88 por cento, fechando na mínima da sessão e próxima do patamar da última segunda-feira, após declarar força maior em uma série de contratos de venda de minério de ferro e de pelotas, na esteira de uma decisão judicial na véspera que determinou a paralisação de barragens em Minas Gerais. A mineradora também divulgou que o governo mineiro cancelou a Autorização Provisória para Operar (APO) da barragem de Laranjeiras, utilizada na operação da mina de Brucutu. Mais cedo, havia anunciado plano de investir cerca de 1,5 bilhão de reais, a partir de 2020, para disposição de rejeitos a seco. Desde o desastre, o papel acumula queda de mais de 24 por cento.

- CCR despencou 6,22 por cento, conforme investidores embolsaram lucros após os papéis terem subido 32,05 por cento no ano, apoiados, entre outros fatores, em perspectivas relacionadas à renovação de contratos de rodovias no Estado de São Paulo. ECORODOVIAS caiu 3,64 por cento.

- PETROBRAS PN recuou 2,15 por cento, contaminada pelo viés negativo, apesar da melhora dos preços do petróleo . Também no radar esteve reportagem do Valor Econômico de que um grupo de investidores quer nova arbitragem coletiva contra a empresa, para ressarcimento por perdas com a desvalorização das ações da estatal após a operação Lava Jato. A empresa disse que não foi notificada.

- CIELO caiu 7,42 por cento, no terceiro pregão seguido de perdas, após forte valorização em janeiro e conforme permanecem dúvidas sobre os resultados da empresa de meio de pagamentos dado o aumento da competição no setor, apesar de medidas agressivas da companhia para enfrentar rivais.

- SUZANO subiu 1,18 por cento, única alta do Ibovespa na sessão, favorecida pela valorização do dólar em relação ao real.

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