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Ibovespa cai e perde marca dos 130 mil pontos após oito altas consecutivas

Bancos e Vale puxam queda do índice; vendas do varejo saem acima das expectativas e ações do setor são destaque positivo

Painel da B3 | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

Painel da B3 | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

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Beatriz Quesada

Publicado em 8 de junho de 2021 às 17h24.

Última atualização em 8 de junho de 2021 às 19h30.

O Ibovespa pôs fim ao rali de altas nesta terça-feira, 8, com investidores realizando lucros, após o índice registrar altas em oito pregões consecutivos, batendo recordes de fechamento nos últimos seis. O Ibovespa fechou o dia em queda de 0,76%, aos 129.787 pontos. 

Com o desempenho, a bolsa brasileira perdeu a recém-conquistada marca dos 130.000 pontos e se descolou do exterior. Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones teve leve variação negativa de 0,09%, enquanto o S&P 500 registrou leve alta de 0,02%. Já o índice de tecnologia Nasdaq subiu 0,31%.

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Por aqui, o principal fator para a queda do índice foi um movimento de correção após as fortes altas dos últimos pregões. As ações dos grandes bancos — que têm grande participação no Ibovespa e vinham sustentando a disparada — hoje puxaram a queda na bolsa, com as ações do Itaú (ITUB4) liderando as quedas e recuando 0,7%. 

As ações do Bradesco (BBDC3/ BBDC4) caíram 0,41% e 0,7%, enquanto os papéis de Banco do Brasil (BBAS3) e Santander (SANB11) encerraram a sessão negociados em queda de 0,6% e 0,48%, respectivamente. Ainda no setor financeiro, as ações da B3 (B3SA3) estiveram entre as maiores baixas do índice, caindo 5,55%. 

As ações da Vale (VALE3) também contribuíram negativamente, recuando 1,68% apesar da alta do minério de ferro, que subiu 3,5% no Porto de Qingdao, para 209,50 dólares a tonelada. Já a Petrobras (PETR3/PETR4) encerrou o dia em alta de 2,40% e 1,31%, acompanhando a valorização de mais de 1% do petróleo no mercado internacional.

Investidores locais também estiveram atentos às declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a prorrogação do auxílio emergencial por “mais dois ou três meses”, considerando a continuidade da pandemia no Brasil, que já vitimou mais de 474 mil pessoas. A medida tem efeito duplo sobre o mercado porque aumenta os gastos em um Orçamento já apertado, aumentando os riscos fiscais do país. Por outro lado, dá um impulso extra para as ações do varejo, que se beneficiam da distribuição da renda extra.

Destaques 

O que realmente impulsionou as ações do de varejo, no entanto, foram os dados de vendas do setor, divulgados nesta manhã pelo IBGE, terem superado as estimativas. De acordo com o órgão, as vendas de abril cresceram 1,8% ante expectativa de estabilidade em relação ao mês anterior. Comparado a abril do ano passado, quando o país atravessava uma das fases mais duras de isolamento social, o crescimento das vendas foi de 23,8%.

Entre as maiores altas do setor, destacam-se as das ações da Via (VVAR3), que liderou as altas do índice avançando 4,37%. Magazine Luiza (MGLU3) e Lojas Americanas (LAME4) registram altas de 1,20% e 1,70%, respectivamente. Fora do Ibovespa, os papéis da Marisa (AMAR3) dispararam 8,74%."O resultado pode ser classificado como excepcional e força mais uma revisão do PIB. Estávamos com [projeção de] alta de 4,5% e agora projetamos 5,3%", afirma em nota André Perfeito, economista-chefe da Necton.

Maiores altas

Maiores quedas

Via VVAR3

4,37%

BraskemBRKM5

-6,36%

AzulAZUL4

2,86%

B3B3SA3

-5,55%

PetrobrasPETR3

2,40%

IRBIRBR3

-3,33%

Ainda entre as maiores altas, os papéis da CVC (CVCB3) subiram 1,89%, após a empresa soltar um fato relevante, informando que avalia uma potencial oferta pública primária, o que ajudaria a fortalecer o caixa da empresa. Beneficiada pela busca de investidores por ações de empresas que mais devem se beneficiar com o fim da pandemia, a CVC acumula alta de mais de 45% desde o início de março.

Na ponta oposta, as ações da Braskem (BRKM5) registraram a maior queda do índice, de 6,36%, em um movimento de correção após a alta de 20,2% nos primeiros dias de junho. Os papéis da companhia vinham subindo na esteira do processo de venda da petroquímica. Em fato relevante, a Petrobras reafirmou nesta terça-feira que ainda não há qualquer definição sobre os termos da venda de sua fatia na empresa, embora a operação esteja nos planos.

Já os papéis do Iguatemi (IGTA3) recuaram 3,19% após a empresa informar que seu conselho administrativo aprovou uma reorganização societária, que levará as ações da empresa a sair do Novo Mercado da B3, segmento que exige os mais altos padrões de governança. Parte do mercado, porém, vê o movimento positivo, como um passo para que a empresa se consolide no setor de shoppings centers por meio de aquisições.

Dólar

O dólar comercial foi negociado próximo à estabilidade durante a maior parte da sessão e encerrou o dia em leve queda de 0,05%, a 5,035 reais. O índice dólar DYX, que mede a força da moeda frente a uma cesta de divisas fortes, registrou avanço de 0,18%.

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