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Ibovespa sobe com temporada de balanços, na contramão de NY

Ações da B3 e do Banco do Brasil são destaques de alta; bolsas internacionais operam em queda

Painel de cotações da B3 (Patricia Monteiro/Bloomberg via/Getty Images)

Painel de cotações da B3 (Patricia Monteiro/Bloomberg via/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 12 de maio de 2022 às 10h41.

Última atualização em 12 de maio de 2022 às 15h45.

Ibovespa hoje: o principal índice da bolsa brasileira apagou as perdas do início do pregão desta quinta-feira, 12 e virou para alta, apoiado nas ações do setor financeiro que reagem positivamente à temporada de balanços do 1º trimestre. O Ibovespa opera na contramão do mercado americano, onde investidores seguem sem direção definida.

  • Ibovespa: + 0,44%, 104.849 pontos

As principais contribuições positivas para o índice são as ações da B3 (B3SA3) e do Banco do Brasil (BBAS3), que são dois dos papéis com maior peso na carteira teórica do Ibovespa. Os papéis da B3 avançam mais de 4% na expectativa do balanço do primeiro trimestre da companhia, que será divulgado após o fechamento do mercado.

  • B3 (B3SA3): + 4,16%
  • Banco do Brasil (BBAS3): + 2,39%

Já as ações do BB reagem aos resultados divulgados na última noite. O banco estatal registrou lucro de R$ 6,61 bilhões no período, uma alta de 57,6%. A companhia anunciou ainda que irá pagar R$ 1,9 bilhão em proventos relativos ao primeiro trimestre. Do valor que será distribuído, R$ 443 milhões serão dividendos e R$ 1,4 bilhão juros sobre o capital próprio.

Em variação, os principais ganhos do índice estão com ações que foram penalizadas nos últimos dias. A Qualicorp (QUAL3) lidera as altas do Ibovespa, recuperando parte das perdas da véspera, quando desabou 12% e encostou em sua mínima histórica após decepção dos investidores com balanço do primeiro trimestre.

  • Qualicorp (QUAL3): + 8,10%
  • Méliuz (CASH3): + 6,67%
  • Cogna (COGN3): + 6,72%

No campo negativo, os papéis da Minerva (BEEF3) lideram as perdas do dia. Na véspera, a empresa de alimentos registrou lucro líquido de R$ 114,6 mihões nos três primeiros meses do ano, uma queda de 55,8% frente ao mesmo período do ano anterior.

A concorrente JBS (JBSS3), por outro lado, avança na bolsa após mais um balanço positivo. A companhia registrou um lucro líquido de R$ 5,1 bilhões, mais do que o dobro do registrado no mesmo período do ano anterior, de R$ 2,1 bilhões

  • Minerva (BEEF3): - 9,43%
  • JBS (JBSS3): + 1,23%

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Volatilidade em Wall Street

No exterior, as bolsas americanas enfrentam um dia de volatilidade. Depois de subir mais de 1%, os principais índices dos EUA operam em queda, reagindo à divulgação de novos dados de inflação. Na véspera, os índices recuaram após a divulgação do índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês). Hoje, investidores reagem ao índice de preço ao produtor (PPI, na sigla em inglês).

O PPI caiu de 11,5% para 11% na comparação anual, ficando levemente acima do consenso de queda para 10,7%. Já o núcleo do PPI ficou abaixo da expectativa de 8,9%, em 8,8%. O núcleo de 12 meses do PPI de março, porém, foi revisado de 9,2% para 9,6%. Junto com o PPI também saíram os pedidos semanais de seguro desemprego, que ficaram em 203.000, próximo do consenso de 195.000 e ainda perto das mínimas históricas.

Os dados reforçaram a hipótese de que o pico da inflação americana tenha ficado em março. Com inflação mais baixa, os juros podem subir em ritmo mais fraco, o que favorece as opções mais arriscadas de investimento, como as bolsas – tanto que os principais índices americanos dispararam após a divulgação do PPI.

Ao longo da tarde, porém, os índices voltaram a entrar em terreno negativo.

  • Dow Jones (EUA): - 1,84%
  • S&P 500 (EUA): - 1,90%
  • Nasdaq (EUA): - 1,97%

O dinheiro que sai das ações tende a ser alocado no Tesouro americano. O rendimento dos títulos do Tesouro, inversamente proporcionais à demanda, caem nesta quinta.

Para comprar esses títulos, considerados os mais seguros do mundo em períodos de crise, investidores precisam antes comprar dólar – que volta a ganhar força nesta manhã. A moeda americana está sendo negociada no maior nível em 20 anos no exterior. 

No Brasil, porém, a moeda enfraqueceu frente ao real, após chegar a superar R$ 5,20 nos primeiros negócios do dia. 

  • Dólar: - 0,06%, R$ 5,141
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