B3: investidores também estão de olho na provável nova denúncia de Janot contra o presidente Michel Temer (Germano Lüders/Site Exame)
Reuters
Publicado em 30 de agosto de 2017 às 11h57.
Última atualização em 30 de agosto de 2017 às 14h13.
São Paulo -
O principal índice da bolsa paulista recuava nesta quarta-feira, com participantes do mercado aproveitando para embolsar parte dos lucros recentes, enquanto aguardam novidades no campo político brasileiro e digerem indicadores melhores que o esperado nos Estados Unidos.
Às 13:40, o Ibovespa caía 0,74 por cento, a 70.801 pontos. O giro financeiro somava 3,66 bilhões de reais.
O indicador rondou a estabilidade nos minutos iniciais do pregão, mas depois passou para o território negativo, alinhado à abertura mais fraca das bolsas norte-americanas.
Entre os fatores que influenciam a bolsa paulista nesta sessão, operadores citaram os dados mais fortes de criação de vagas no setor privado e o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA, que segundo eles reforçam as expectativas de elevação do juro norte-americano e migração de recursos para a maior economia do mundo.
No front doméstico, sem grandes notícias corporativas, a atenção se volta para Brasília, particularmente para as votações no Congresso da Medida Provisória que cria a Taxa de Longo Prazo (TLP) e das novas metas fiscais para 2017 e 2018.
Os investidores também estão de olho na provável nova denúncia contra o presidente Michel Temer, que deverá ser apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, nos próximos dias.
"Hoje o mercado está em compasso de espera, está todo mundo com receio do Janot soltar algo a qualquer momento", comentou Ariovaldo dos Santos, gerente da mesa de Bovespa da Hencorp Commcor.
Na véspera, Janot enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o acordo de delação premiada do empresário Lúcio Funaro para homologação pelo ministro Edson Fachin, relator da operação Lava Jato na corte. A colaboração de Funaro pode ser usada em uma nova denúncia contra o presidente Michel Temer.
Para o analista da Infinity Asset Management Jason Vieira, a ausência de Temer, que está em viagem à China, também deixa os investidores mais apreensivos.