Mercados

Ibovespa cai 8% após quase paralisar os negócios em dia de pânico

Papéis da Marfrig despencaram 24,8% e da OGX 16,3%; nenhuma ação subiu

Índice chegou a mínima de 9,74%, aos 47.793 pontos (Germano Lüders/EXAME)

Índice chegou a mínima de 9,74%, aos 47.793 pontos (Germano Lüders/EXAME)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2011 às 18h50.

São Paulo – A bolsa brasileira derreteu nesta segunda-feira (8), a primeira sessão após o rebaixamento histórico da nota da dívida americana pela Standard and Poor’s. O Ibovespa, principal índice de ações da Bovespa, cedeu 8,08% e encerrou o dia aos 48.668 pontos. Foi a maior queda desde 22 de outubro de 2008.

Ao longo do dia, as ações chegaram a cair 9,7%, quase acionando o circuit breaker, sistema que poderia parar os negócios por 30 minutos. Nenhum papel terminou o dia em alta. O volume financeiro girado foi de 9,6 bilhões de reais.

Em Nova York, as principais bolsas da região também despencaram. O índice Dow Jones, o mais acompanhado de Wall Street, terminou o dia com desvalorização de 5,55%, aos 10.809 pontos. O S&P 500 despencou 6,66%, para 1.119 pontos. O Nasdaq 100 se desvalorizou em 6,9%, aos 2.357 pontos. 

Na Europa, os mercados também tombaram. Em Londres, o FTSE fechou em queda de 3,4%. Na Alemanha, o DAX 30 caiu 5,02%. Em Paris, o CAC 40 se desvalorizou 4,68% e, na Espanha, o Ibex 35 terminou em baixa de 2,44%.

Na Ásia, a bolsa de Tóquio terminou o dia em queda de 2,2%. Na Europa, os principais mercados da região também tombam. O DAX 30, da bolsa de Frankfurt, cai 2,45%. Em Paris, o CAC 40 recua 2,25% e, em Londres, o FTSE 100 se desvaloriza em 1,8%.

Marfrig

Os papéis da Marfrig (MRFG3) tiveram a maior queda do índice e despencaram 24,83%, para 9,02 reais. A empresa disse, por meio de comunicado, que "não comenta oscilações do mercado e não tem como acompanhar movimentos acionários dentro do próprio pregão, visto que a única visualização pública é de compras e vendas de corretoras, que usualmente tem fundos de terceiros como clientes”, disse.

Operadores de mercado, contudo, afirmam que um fundo de hedge estaria muito alavancado com operações a termo e que não estaria conseguindo atender as chamadas de margem feitas pela bolsa.

/libc/player/liquid3.swf

“AA+”

A S&P rebaixou, na sexta-feira, o rating americano de AAA para AA+, com perspectiva negativa. A agência mostrou preocupação com o ambiente político após as discussões no Congresso que quase levaram o país a dar calote em sua dívida.

Os partidos republicano e democrata deixaram para o último dia a aprovação do aumento do limite de endividamento do país, que foi elevado em 2,1 trilhões de dólares. O Congresso ainda anunciou cortes de gastos no valor de 2,4 trilhões de dólares. O estrago político, contudo, já estava feito.

Para as agências Moody's e Fitch, os EUA continuam com a melhor classificação possível da dívida. Segundo a S&P, o plano de consolidação fiscal não atinge o que seria necessário para estabilizar a dinâmica da dívida no médio prazo.

“O rebaixamento reflete a nossa opinião de que a efetividade, estabilidade e previsibilidade da formação de políticas e das instituições políticas americanas se enfraqueceram em um momento de desafios econômicos e fiscais para um degrau além do que visionamos”, mostra o comunicado.

Acompanhe tudo sobre:AçõesIbovespaMercado financeiro

Mais de Mercados

Por que a China não deveria estimular a economia, segundo Gavekal

Petrobras ganha R$ 24,2 bilhões em valor de mercado e lidera alta na B3

Raízen conversa com Petrobras sobre JV de etanol, diz Reuters; ação sobe 6%

Petrobras anuncia volta ao setor de etanol