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Ibovespa cai 3,43% e volta aos 66 mil pontos

São Paulo - A aversão ao risco mundial decorrente do rebaixamento dos ratings de crédito da Grécia e de Portugal pela agência de classificação de risco Standard & Poor''s, as preocupações com novas medidas restritivas da China para conter uma bolha imobiliária e a iminente alta da taxa básica de juros do Brasil levaram a […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.

São Paulo - A aversão ao risco mundial decorrente do rebaixamento dos ratings de crédito da Grécia e de Portugal pela agência de classificação de risco Standard & Poor''s, as preocupações com novas medidas restritivas da China para conter uma bolha imobiliária e a iminente alta da taxa básica de juros do Brasil levaram a Bolsa de Valores de São Paulo a cair dois patamares de uma só vez, fechando no menor nível em dois meses. À tarde, o índice Bovespa até tentou recuperar um pouco das perdas acentuadas da manhã, mas no final do pregão acabou renovando as mínimas e voltando ao nível de 66 mil pontos.

O Ibovespa terminou a terça-feira em queda de 3,43%, a maior desde a baixa de 4,73% registrada em 4 de fevereiro deste ano (naquele dia, já pesaram as preocupações com o déficit fiscal de Grécia, Portugal e Espanha). O Ibovespa registrou hoje 66.511,10 pontos, o menor nível desde os 66.503,27 pontos de 26 de fevereiro passado. Na mínima do dia, o índice registrou 66.499 pontos (-3,45%) e, na máxima, os 68.868 pontos (-0,01%). Com o desempenho de hoje, o índice passou a cair não só no mês (-5,49%), como também no acumulado do ano (-3,03%). Engordado pela venda de investidores estrangeiros, o fluxo financeiro hoje movimentou R$ 8,58 bilhões. Os dados são preliminares.

O dia já amanheceu nebuloso para os mercados acionários, com a volta das preocupações sobre novas medidas restritivas pelo governo chinês para impedir uma bolha no segmento imobiliário. Esses temores levaram às vendas de commodities. O sinal negativo ganhou amplitude na Europa, depois que a S&P rebaixou os ratings da Grécia, que agora perdeu o grau de investimento que detinha no seu crédito soberano de longo prazo, e também de Portugal. As bolsas europeias despencaram, com destaque para Lisboa, onde o índice PSI-20 recuou 5,36%, para 7.152,42 pontos.

Nos EUA, a aversão a risco global ofuscou os indicadores favoráveis conhecidos por lá. O principal foi o índice de confiança do consumidor, medido pelo Conference Board, que subiu 52,3 em março para 57,9 em abril, acima da previsão de 54,0. O Dow Jones caiu 1,90%, a maior queda desde 4 de fevereiro, aos 10.991,99 pontos. O S&P recuou 2,34%, aos 1.183,71 pontos, e o Nasdaq perdeu 2,04%, a 2.471,47 pontos.

No Brasil, além de toda a aversão a risco externa, a preocupação sobre a provável alta da taxa Selic também pesou sobre os ativos, assim como já vinha acontecendo nas últimas sessões. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidirá amanhã no final da tarde sobre a taxa Selic. A liquidação vista hoje na Bovespa foi generalizada, sem nenhuma ação em alta. Vale ON desabou 5,09% e Vale PNA caiu 4,94%. Petrobras ON recuou 3,15% e Petrobras PN, -3,63%. Na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o contrato do petróleo com vencimento em junho recuou 2,09%, a US$ 82,44 o barril.

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