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Ibovespa cai 1% com exterior e cautela por política

As ações de empresas do setor elétrico foram destaque de alta na sessão, após o governo apresentar propostas de reforma do setor

B3: investidores também seguiram atentos ao aumento das preocupações geopolíticos com a Coreia do Norte (Arthur Nobre/Divulgação)

B3: investidores também seguiram atentos ao aumento das preocupações geopolíticos com a Coreia do Norte (Arthur Nobre/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 6 de julho de 2017 às 18h08.

São Paulo - O principal índice da Bovespa fechou em queda nesta quinta-feira, com o cenário externo desfavorável a ativos de risco e investidores evitando grandes apostas ante as incertezas que rondam o cenário político local.

Já as ações de empresas do setor elétrico foram destaque de alta na sessão, após o governo apresentar propostas de reforma do setor.

O Ibovespa fechou em queda de 1,08 por cento, aos 62.470 pontos. O volume financeiro somou 6,89 bilhões de reais.

No exterior, a ata da reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) mostrou que a autoridade monetária abriu a porta para retirar do comunicado uma promessa antiga de expandir ou prorrogar o programa de compra de ativos.

"Isso atrapalha um pouco a movimentação de ativos para países emergentes no curto prazo", disse o analista da Clear Corretora Raphael Figueredo, acrescentando, no entanto, que vê o passo como positivo no médio prazo por indicar um processo de recuperação da economia.

Além do BCE, investidores também seguiram atentos ao aumento das preocupações geopolíticos após os Estados Unidos alertarem na véspera que estão prontos para usar a força, caso seja necessário, para interromper o programa de mísseis da Coreia do Norte.

O cenário político local também não oferece alívio, em meio à crise política que atinge o país, com agentes de mercado aguardando novidades sobre o andamento das reformas no Congresso Nacional e da denúncia contra Temer.

Destaques

- ESTÁCIO PARTICIPAÇÕES ON caiu 1,8 por cento e KROTON ON perdeu 1,67 por cento após o governo divulgar um novo formato para o Fies, que visam garantir a sustentabilidade do programa. O governo vai adotar mecanismos para compartilhar o risco de crédito com as universidades privadas, ao exigir maiores contribuições para o Fundo de Garantia de Operações de Crédito Educativo (Fgeduc).

- BRASKEM PNA teve desvalorização de 1,57 por cento. Como pano de fundo estava a informação de que a petroquímica poderá ser suspensa do segmento de negociação nível 1 da B3 depois de perder prazos para envio de balanços financeiros.

- BRF ON recuou 3,12 por cento, liderando as perdas do Ibovespa. No radar estava o anúncio da empresa de uma nova etapa do processo de reorganização da estrutura de negócios, que terá 14 vice-presidências. Além disso, na véspera, o BTG Pactual divulgou relatório com perspectiva para o resultado da empresa no segundo trimestre e ajustando projeções de curto prazo para refletir uma recuperação mais lenta, embora as estimativas de longo prazo tenham sido mantidas.

- VALE PNA subiu 0,3 por cento, revertendo as perdas vistas mais cedo, enquanto VALE ON perdeu 0,03 por cento em sessão de baixa para os contratos futuros do minério de ferro na China.

- ITAÚ UNIBANCO PN recuou 1,4 por cento e BRADESCO PN teve baixa de 1,45 por cento, ajudando o tom negativo do Ibovespa devido ao peso dos papéis em sua composição.

- PETROBRAS PN caiu 0,33 por cento e PETROBRAS ON recuou 1 por cento, com os papéis na contramão dos preços do petróleo no mercado internacional. [O/R]

- ELETROBRAS ON saltou 16,14 por cento e ELETROBRAS PNB teve valorização de 10,45 por cento, com os papéis entrando em leilão algumas vezes e atingindo altas de 18,42 e 15,24 por cento, respectivamente, nas máximas da sessão. Os ganhos vieram após anúncio do governo, na véspera, de proposta de ampla reforma para o setor elétrico, incluindo mecanismos para facilitar privatizações que devem incentivar vendas de ativos pela Eletrobras. Analistas do Credit Suisse avaliam que a proposta é complexa e ainda vai demandar aprovação no Congresso, mas a percepção inicial é positiva por refletir o objetivo de lidar com questões estruturais do setor e a indicação de benefícios financeiros relevantes para a Eletrobras.

- COPEL PNB subiu 3,34 por cento, enquanto CEMIG PN teve alta de 2,76 por cento, também amparadas nas propostas de reforma para o setor elétrico.

- CVC ON, que não faz parte do Ibovespa, subiu 2,7 por cento, após a operadora de viagens divulgar crescimento de 15,8 por cento nas reservas confirmadas da CVC (Lazer) e da Experimento no primeiro semestre de 2017 ante o mesmo período de 2016. A equipe do BTG Pactual reiterou a recomendação de "compra" para as ações e disse que os números corroboram a visão positiva para o papel.

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