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Ibovespa avança puxado por Wall Street e fecha o mês com alta de quase 10%

Índice de referência do mercado acionário brasileiro avançou 0,62%, a 87.423,55 pontos

Ibovespa: sessão volátil foi marcada por uma bateria de resultados corporativos e movimentos de realização de lucros (Bruno Rocha/Divulgação)

Ibovespa: sessão volátil foi marcada por uma bateria de resultados corporativos e movimentos de realização de lucros (Bruno Rocha/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 31 de outubro de 2018 às 17h24.

Última atualização em 31 de outubro de 2018 às 17h56.

São Paulo - O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira, 31, ajudado por Wall Street, após sessão volátil marcada por uma bateria de resultados corporativos e movimentos de realização de lucros, encerrando o mês com ganho de quase 10 por cento em meio a expectativas positivas para o próximo governo do país.

O Ibovespa avançou 0,62 por cento, encerrando o dia cotado a 87.423,55 pontos. No começo da sessão, o indicador voltou a quase superar os 88 mil pontos, no melhor momento do dia. O volume financeiro do pregão totalizou 18,077 bilhões de reais. No começo da sessão, chegou a superar os 88 mil pontos novamente, no melhor momento do dia, em alta de 2,2 por cento.

Em outubro, o Ibovespa acumulou ganho de 9,85 por cento, tendo o segundo melhor desempenho mensal do ano - em janeiro, subiu 11,3 por cento.

 

"A ausência de novidades relevantes sobre os próximos passos do governo do presidente eleito Jair Bolsonaro e alguns balanços corporativos abaixo do esperado abriram espaço para investidores embolsarem lucros após fortes ganhos no mês", avaliou o analista Vitor Suzaki, da corretora Lerosa Investimentos. Ele citou, contudo, que as vendas foram compensadas pela melhora do apetite a risco no exterior, particularmente o tom positivo em Wall Street, que teve uma sessão de ganhos após resultados corporativos mais fortes, como os do Facebook

Em Nova York, o S&P 500 fechou com acréscimo de pouco mais de 1 por cento, mas terminou o mês com perda de 6,95 por cento.

No cenário doméstico, balanços trimestrais concentraram as atenções enquanto agentes financeiros seguem na expectativa de novos anúncios sobre a equipe de Bolsonaro, além dos planos para a economia, com destaque para a reforma da Previdência.

Para Chris Gaffney, diretor de mercados globais no norte-americano TIAA Bank, prever o que acontecerá sob o novo governo é um "jogo de tolos". Ele ponderou, contudo, que se o novo governo tiver êxito na implementação de algumas reformas fiscais planejadas, os investimentos no país podem render generosamente.

DESTAQUES

- SANTANDER BRASIL UNIT caiu 5,17 por cento, liderando as perdas do Ibovespa, após divulgar o balanço do terceiro trimestre. Analistas do BTG Pactual disseram que os números foram sólidos, mas que as expectativas agora são elevadas dado o histórico de resultados, com o período de julho a setembro mostrando alguma piora na qualidade. Mesmo com essa queda, as units subiram 18,6 por cento no mês.

- BRADESCO PN recuou 1,29 por cento. O banco apresenta seu desempenho trimestral na quinta-feira, antes da abertura do pregão. Ainda no setor financeiro, ITAÚ UNIBANCO PN cedeu 0,48 por cento e BANCO DO BRASIL ON perdeu 0,81 por cento. Em outubro, contudo, os papéis dessas instituições valorizaram-se 19,7 por cento, 11,6 por cento e 45,2 por cento, respectivamente.

- VALE subiu 5,27 por cento, acompanhando a forte valorização de ações de mineradoras no exterior. O UBS elevou a recomendação para os papéis da companhia brasileira negociados nos Estados Unidos, os ADRs, para 'neutra', com o preço-alvo passando de 8,50 para 15 dólares. Tal desempenho ajudou a reduzir a perda no mês para 5,2 por cento.

- CIELO valorizou-se 4,5 por cento, quarta alta seguida, apesar de resultado fraco no terceiro trimestre. Para o analista André Martins, da XP, a estabilização de algumas métricas indicam que a empresa pode estar começando a ver o reflexo de suas iniciativas em marketing, novos produtos e posicionamento. Há também expectativa sobre os planos do novo presidente-executivo.

- RD fechou em baixa de 3,35 por cento, após divulgar queda no lucro líquido no terceiro trimestre para 128,8 milhões de reais, com desaceleração do crescimento das vendas mesmas lojas e aumento de despesas. O Ebitda ajustado ficou praticamente estável, a 295,25 milhões de reais, e a margem Ebitda recuou.

- ECORODOVIAS recuou 0,94 por cento, uma vez que o balanço da administradora de concessões de infraestrutura mostrou recuo dos principais indicadores do terceiro trimestre, refletindo a isenção da cobrança de pedágio do eixo suspenso de caminhões definida pelo governo federal.

- PETROBRAS PN caiu 1,36 por cento, com a fraqueza do petróleo endossando ajustes. Ficou para esta quarta-feira a possível votação do regime de urgência do projeto de lei que trata do contrato da cessão onerosa do pré-sal. Tal aprovação apenas leva o projeto diretamente ao plenário, não garantindo a votação do texto, sem prazo para ocorrer. No mês, contudo, as preferenciais da petrolífera de controle estatal valorizaram-se quase 31 por cento.

- BRF encerrou em alta de 3,45 por cento, tendo no radar decisão da Rússia de permitir importações de carnes suína e bovina de nove fornecedores do Brasil a partir de 1º de novembro, embora a companhia não apareça na lista.

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