São Paulo - A bolsa brasileira subia na manhã desta terça-feira após realização de lucros na véspera, com o quadro externo favorável como pano de fundo e em meio ao avanço dos preços do petróleo.

Na cena local, investidores aguardavam novos desdobramentos do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

Às 11:24 no horário de Brasília, o Ibovespa exibia ganho de 1,56%, a 53.720,55 pontos. O giro financeiro somava cerca de 2 bilhões de reais.

O dia era positivo para commodities. Os preços do petróleo subiam, conforme uma greve de trabalhadores da indústria no Kuwait praticamente reduziu à metade a produção no país membro da Opep, ao passo que o preço do minério de ferro subiu nos mercados futuros e à vista.

Ativos de risco no exterior reagiam bem ao cenário, assim como a Bovespa, após a realização de lucros da segunda-feira que derrubou o principal índice da bolsa paulista em 0,63%.

Por aqui, com a aprovação na Câmara dos Deputados da abertura do processo de impeachment da presidente Dilma no domingo, o procedimento começa a tramitar no Senado nesta terça-feira, com a leitura em plenário do documento aprovado na Câmara.

"A bolsa continua com investidores comprados com a ideia de que o impeachment ainda vai avançar... Nesse momento cabe o mercado entender qual vai ser o plano de política econômica do (vice-presidente Michel) Temer, seja de forma interina ou assumindo a Presidência", disse o analista da Clear Corretora Raphael Figueredo.

Criticado por Dilma e acusado de "conspirador", Temer mantém conversas reservadas com profissionais do mercado, em meio a sondagens e expectativas sobre a composição de eventual nova equipe ministerial, segundo fontes.

Destaques 

VALE subia 6,3% na preferencial e 6,6% na ação ON, liderando as altas do Ibovespa, após valorização de 3,8% no contrato de minério de ferro mais negociado na bolsa de Dalian e de ganho de 3,17% nos preços spot do minério de ferro.

CSN e GERDAU subiam, respectivamente 6,1 e 5,4%, também em meio ao cenário melhor para commodities, com a alta do minério acompanhando o avanço no aço, que tocou a máxima em mais de um ano em meio.

PETROBRAS subia 3,8% nos papéis preferenciais, em linha com a alta dos preços do petróleo.

FIBRIA, SUZANO e EMBRAER, companhias exportadoras, apareciam entre as poucas quedas do dia, diante da baixa do dólar ante o real. O movimento do câmbio refletia o bom humor no exterior e a ausência do Banco Central no mercado.

GAFISA, fora do Ibovespa, tinha valorização de 1,1%, após divulgar dados de vendas no primeiro trimestre.

O segmento econômico amenizou o forte recuo das vendas dos empreendimentos para a média e alta rendas no resultado consolidado da incorporadora no período.

"Apesar dos dados fortes da Gafisa em 2015, os dados operacionais do primeiro trimestre começam a mostrar enfraquecimento, com queda nas vendas contratadas e queda na velocidade de vendas", disse a Guide Investimentos.

Matéria atualiazada às 11h51