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Ibovespa avança e acumula 3ª alta semanal seguida com dados do exterior

Índice acumulou alta de 1,6% na semana e de 6,15% no mês de outubro

Ibovespa: índice de referência do mercado acionário brasileiro subiu 0,44%, a 84.219,74 pontos (Germano Lüders/Exame)

Ibovespa: índice de referência do mercado acionário brasileiro subiu 0,44%, a 84.219,74 pontos (Germano Lüders/Exame)

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Reuters

Publicado em 19 de outubro de 2018 às 17h25.

Última atualização em 19 de outubro de 2018 às 17h58.

São Paulo - O Ibovespa fechou no azul nesta sexta-feira, 19, influenciado pelas bolsas dos Estados Unidos, e teve a terceira semana seguida de alta, com agentes financeiros voltando o foco para a temporada de balanços e eventuais novidades sobre o próximo governo do Brasil, que será conhecido em 28 de outubro.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com variação positiva de 0,44 por cento, a 84.219,74 pontos. O volume financeiro somou 11,65 bilhões de reais. Na semana, o Ibovespa acumulou alta de 1,57 por cento, subindo 6,15 por cento no mês.

Na máxima, no começo do pregão, subiu 1,3 por cento, após forte queda na véspera guiada pelo mau humor externo, que foi acentuada nos minutos finais por notícia de que o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, se prepara para deixar a entidade no final do ano.

Para o gestor Igor Lima, da Galt Capital, a recuperação nesta sessão foi favorecida por esclarecimentos na imprensa sobre eventual saída do presidente do Banco Central, corroborando expectativas de que a transição do comando do BC ocorrerá de forma planejada, ao contrário do que havia sido noticiado antes.

Segundo ele, porém, o grande vetor do desempenho das ações brasileiras nos últimos dias tem sido o mercado externo, que segue muito volátil, com desempenho negativo do índice acionário norte-americano S&P 500, altas nas taxas longas dos títulos do Tesouro norte-americano e preocupações com o Brexit e a situação fiscal da Itália.

Wall Street teve uma sessão mais positiva, apoiada em resultados corporativos, mas perdeu fôlego à tarde. O S&P 500 subiu 0,04 por cento, enquanto o Dow Jones subiu 0,26 por cento.

Da pauta doméstica, pesquisas eleitorais estiveram no radar, mas sem influenciar o preço dos ativos, já que não trouxeram novidades da corrida presidencial do segundo turno, com Jair Bolsonaro (PSL) liderando com folga a disputa com Fernando Haddad (PT).

Profissionais da área de renda variável já veem como certa a vitória de Bolsonaro e agora estão na expectativa da divulgação de nomes do governo, particularmente na área econômica.

A próxima semana marca o começo da temporada de balanços do terceiro trimestre de companhias brasileiras, com Fibria , Localiza, Vale, Via Varejo e WEG abrindo o calendário das empresas listadas no Ibovespa no dia 24. Prévias de resultados compiladas pela Reuters mostram estrategistas e analistas aguardando bons resultados, principalmente de companhias atreladas a commodities.

"Esperamos crescimento dos lucros no terceiro trimestre, continuando a tendência observada nos últimos trimestres, porém abaixo do potencial uma vez que a incerteza política pesou de certa forma na atividade no Brasil", disse a equipe da XP Investimento liderada por Karel Luketic.

DESTAQUES

- PETROBRAS PN subiu 0,86 por cento, com a alta dos preços do petróleo no exterior, em meio a sinais de maior demanda na China, segundo maior consumidor global do produto. PETROBRAS ON ganhou 1,01 por cento.

- CCR avançou 5,57 por cento, após a empresa de concessões de infraestrutura divulgar que o conselho de administração aprovou pagamento de dividendo intermediário de 0,39603960396 real por ação a partir de 31 de outubro.

- ELETROBRAS PNB subiu 5,97 por cento, conforme segue a expectativa acerca da privatização de sua distribuidora no Amazonas. A Oliveira Energia tem interesse em comprar também a unidade de distribuição da estatal no Amazonas, disseram duas fontes com conhecimento do assunto.

- SMILES valorizou-se 4,83 por cento, em nova sessão de recuperação, após perdas expressivas no começo da semana com o anúncio de sua controladora, a aérea Gol, de que não vai renovar o contrato com a empresa e que pretende incorporá-la, dentro de um plano de reorganização societária.

- VALE teve variação positiva de 0,05 por cento, em sessão negativa para companhias de mineração no exterior.

- ITAÚ UNIBANCO PN desvalorizou-se 0,1 por cento, com o setor de bancos encerrando sem tendência única. O índice do setor financeiro fechou praticamente estável.

- MRV recuou 2,91 por cento. O Bradesco BBI cortou a recomendação para 'neutra', vendo um ambiente mais difícil para o plano de crescimento da companhia dado o cenário do Minha Casa Minha Vida. A construtora já está investindo em novas frentes de negócios.

- GERDAU PN cedeu 2,45 por cento, segundo dia de queda, diante de receios de que a indústria de aço norte-americana esteja enfrentando um excesso de oferta. Parte relevante da receita da Gerdau vêm dos EUA.

- EMBRAER caiu 0,37 por cento, após divulgar queda de 40 por cento nas entregas de aeronaves a companhias aéreas no terceiro trimestre, além de um recuo de 27,7 por cento na carteira de pedidos firmes a entregar.

- CESP PNB saltou 16,12 por cento, após o Consórcio São Paulo Energia, formado pela Votorantim Energia e pelo fundo de pensão canadense CPPIB, arrematar o controle acionário do governo paulista na elétrica, apresentando lance de 14,60 reais por ação.

- LINX disparou 28,21 por cento, fechando na máxima histórica de 25 reais, ampliando os ganhos da véspera, após a companhia de software para o varejo lançar a Linx Pay, subcredenciadora de cartões que oferece a função "split de pagamento", com a qual o lojista consegue repassar os custos a seus fornecedores no ato da transação.

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