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Ibovespa afunda ainda mais e no ano desvaloriza 16,5%

Ações da BM&FBovespa continuam sofrendo com medida para conter a valorização do real

Ibovespa passa por mais um pregão de perdas nesta terça-feira (2) (Germano Lüders/EXAME.com)

Ibovespa passa por mais um pregão de perdas nesta terça-feira (2) (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 2 de agosto de 2011 às 12h55.

São Paulo – O Ibovespa dá continuidade ao movimento negativo que abriu a semana e recua mais 1% hoje, chegando aos 57.910 pontos na mínima do dia. No ano, a queda chaga a 16,5%.

O mercado ficou mais aliviado após a Câmara dos Representantes dos EUA ter votado o projeto para elevação do teto da dívida do país em US$ 900 bilhões, para US$ 15,2 trilhões, mas as bolsas ainda operam em queda na Europa e nos EUA. Para afastar de vez o risco de default (moratória) do país, falta a chancela do Senado, que votará o plano às 13 horas (horário de Brasília).

Os investidores continuam preocupados com a fraqueza da economia americana, com uma elevada taxa de desemprego e um crescimento econômico lento. Além disso, o risco de rebaixamento do rating (classificação de risco) AAA dos Estados Unidos não sumiu no horizonte.

Os receios afetam o investidor e também o consumidor, que está preferindo poupar a gastar. Segundo dados de hoje, os gastos com consumo caíram 0,2% em junho, a maior queda desde setembro de 2009, enquanto a renda pessoal aumentou 0,1%. A taxa de poupança cresceu para 5,4%, a maior em quase um ano.

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Itaú Unibanco

As ações preferenciais do Itaú Unibanco (ITUB4) assumem a ponta negativa do Ibovespa. Na mínima, as ações do banco registravam perdas de 4,3%, vendidas a 30,03 reais. O Itaú Unibanco anunciou hoje lucro líquido de R$ 3,603 bilhões no segundo trimestre de 2011, alta de 13,8% ante o mesmo período do ano passado.

Na comparação com os primeiros três meses do ano, a alta foi de 2,1%. O banco registrou R$ 7,1 bilhões de lucro líquido no primeiro semestre de 2011, alta de 11,45% em relação ao mesmo período do ano passado.

O banco também informou o lucro líquido recorrente de R$ 3,317 bilhões no segundo trimestre de 2011, praticamente estável ante o mesmo período do ano passado.

A diferença entre o resultado contábil ocorre por conta de provisões feitas pelo banco para contingências de planos econômicos do passado e pagamento de tributos federais. O retorno patrimonial sobre o lucro recorrente foi de 20,4%, abaixo dos 24,4% do segundo trimestre de 2010.


Usiminas

A Usiminas (USIM3; USIM5) também reportou seus números ao mercado. A empresa anunciou um lucro líquido de 156,6 milhões de reais no segundo trimestre de 2011. A cifra é 62,23% menor quando comparada ao ganho de 414,7 milhões de reais registrado um ano antes.

A receita líquida da companhia atingiu 3,026 bilhões de reais entre abril e junho, o que representa uma queda de 15,63% ante 3,587 bilhões de reais alcançados em igual período de 2010.

Hoje, os papéis da companhia têm um pregão de valorização e chegaram a assumir a ponta positivo do Ibovespa. As ações ordinárias entregavam ganhos de 2,8%, ao preço de 21,70 reais. Já os papéis preferenciais classe A subiam 3,6%, negociadas a 11,22 reais.

B2W

Com desvalorização de 52% em 2011, as ações ordinárias da B2W (BTOW3) registram ganhos neste pregão e na máxima subiam 3,4%, cotada a 14,95 reais. A companhia deverá apresentar um resultado “fraco” no segundo trimestre do ano, projeta o analista da Ágora Corretora, Marcos Mattos.

A expectativa é de que o lucro líquido recue 61,1% em relação ao mesmo período do ano passado, para 7 milhões de reais. “Projetamos contratação de 1,4 ponto percentual da margem Ebitda, em relação ao 2T10, influenciado negativamente pelas despesas com integração e investimentos em programas de relacionamento com clientes”, explica. Os resultados serão publicados no próximo dia 4 de agosto, após o fechamento dos mercados.

As B2W representa a maior desvalorização do Ibovespa em 2011. Uma série de problemas com atrasos de mercadorias de seus principais sites – Americanas.com e Submarino -, além de uma concorrência mais acirrada, afetaram os papéis.


BM&FBovespa

As ações ordinárias da BM&FBovespa (BVMF3) continuam impactadas pela medida tomada pelo governo na semana passada para conter a valorização do real. Na semana, a queda dos papéis é de 3%. Hoje, as ações caíam 2,1%, valendo 8,77 reais.

O presidente-executivo da BM&FBovespa , Edemir Pinto, criticou nesta terça-feira a postura do governo frente à valorização do real. Segundo ele, o mercado ficou "surpreso e desorientado" e citou que uma das consequências da medida é a migração para o exterior dos investidores.

O HSBC cortou as estimativas para contratos cambiais em 25% em 2011 e 35% em 2012 com base na expectativa de impacto negativo do imposto anunciado.

O preço-alvo em 12 meses das ações da bolsa foi derrubado em 23%, caindo de 15 para 11,60 reais. De acordo com o analista Paulo Ribeiro, a recomendação ainda é de alocação acima da média de mercado.

OGX

A OGX (OGXP3) teve sua recomendação elevada de “neutra” para “compra” pelo analista Gustavo Gattass, do Banco BTG Pactual SA. O preço alvo por ação em 12 meses é de 21,63 reais. As informações são da Bloomberg.

Após abrirem em alta e atingirem a valorização de 1,8% na máxima, os papéis da petroleira perdiam fôlego e passavam a operar com leves ganhos, bem próximos da estabilidade. No ano, a queda chega a 36%.

AmBev

Os papéis preferenciais da AmBev (AMBV4) também entregam ganhos aos seus acionistas nesta terça-feira, com máxima de 2,8%, vendidos a 46,98 reais.

A companhia também teve sua recomendação elevada de “neutra” para “compra” pelo analista Fabio Monteiro, do Banco BTG Pactual. O preço alvo por ação em 12 meses é de R$ 60, conforme relatório obtido pela Bloomberg.

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