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Ibovespa acompanha o exterior e aprofunda perdas após ata do Fed

O índice Dow Jones aprofundou as perdas em meio a incertezas sobre um novo corte de juros nos EUA, enquanto o S&P 500 passou a cair

Bolsa brasileira opera sob os efeitos do resultado do julgamento no Supremo Tribunal Federal (Germano Lüders/Exame)

Bolsa brasileira opera sob os efeitos do resultado do julgamento no Supremo Tribunal Federal (Germano Lüders/Exame)

Publicado em 19 de novembro de 2025 às 16h51.

Última atualização em 19 de novembro de 2025 às 17h12.

O Ibovespa recua pela terceira sessão seguida nesta quarta-feira, 19. Por volta das 16h10, o principal índice acionário da B3 ampliou as perdas em meio a divulgação da ata do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, que reforçou o clima de cautela nos mercados. Às 16h39, o Ibovespa caía 0,77%, aos 155.319, nova mínima do dia.

O índice brasileiro acompanha a queda das principais bolsas de Nova York. Após uma sequência de quedas firmes nas últimas sessões, os índices chegaram a abrir em alta mesmo em meio a cautela dos investidores com a ata do Fed e o balanço do Nvidia.

Por volta das 13h, porém, o índice Dow Jones virou e com a divulgação do documento do BC dos EUA passou a cair 0,37%. O S&P 500, que mantinha a alta da manhã, virou para o vermelho e recua 0,08%.

O Nasdaq, com as gigantes de tecnologia, que chegou a subir mais de 1%, permanece no azul mas num ritmo de ganho menor, com leve alta de 0,08%.

Ata do Fed aumenta incerteza sobre novo corte de juros nos EUA

No documento que traz detalhes do último corte de 0,25 ponto percentual, em 29 de outubro, que levou os juros nos Estados Unidos para o intervalo entre 3,75% a 4% ao ano, o Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve (Fomc) destacou que a decisão foi pautada na inflação ainda distante da meta e no mercado de trabalho desaquecido.

O comunicado mostra um colegiado dividido, já que não foi uma decisão unânime. Uma dissidência votou por um corte ainda maior, enquanto outra defendeu a manutenção da taxa. A ata, divulgada nesta tarde, não só recapitula o que embasou a decisão passada como joga luz sobre a próxima, a ser tomada em dezembro. Ou melhor, adiciona mais incerteza ao que será feito.

"Ao discutir o curso da política monetária no curto prazo, os participantes expressaram pontos de vista bastante diferentes sobra qual decisão seria mais apropriada na reunião de dezembro", diz a ata.

A maioria do colegiado julgam apropriada uma nova redução em dezembro, mas "muitos indicaram não ver necessariamente como apropriado um outro corte de 25 pontos-base".

André Valério, economista sênior do Banco Inter, chama atenção, principalmente para a escolha da linguagem utilizada.

O especialista cita que, em um trecho, alguns membros veem a possibilidade de uma nova redução em dezembro, caso a economia evolua como esperado. Mas, em outro momento, outras autoridades monetárias afirma que consideram apropriado manter a taxa de juros inalterada pelo restante do ano.

"Isso sugere que há mais integrantes inclinados a defender a manutenção do juro na reunião de dezembro do que um novo corte. No entanto, não há garantia de que todos os que estão no campo da manutenção sejam membros votantes. Diante disso, tudo indica que a decisão de dezembro será bastante dividida, com elevada dissidência", diz Valério.

A avaliação de Paula Zogbi, estrategista-chefe da Nomad, é de que a ata do Fomc diminuiu a aposta de um terceiro corte de juros em dezembro. Mas ressalta que "a reunião ocorreu em outubro, e muito mudou no cenário macro desde então, incluindo o término do shutdown e a expectativa de acesso a novos dados essenciais para a tomada de decisão", afirma Zogbi.

A ferramenta FedWatch, do CME Group, mostra que a probabilidade de que a autoridade monetária reduza novamente a taxa, para o intervalo de 3,50% a 3,75% ao ano, caiu nesta quinta para 30,7%. Há um mês, 93,7% aposta em um terceiro corte de juros nos EUA.

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