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Bolsa cai quase 2% após aprovação da PEC do Orçamento

Às 11:19, o Ibovespa caía 1,99 por cento, a 93.412,94 pontos; no pior momento nesta manhã, recuou 2 por cento

B3: bolsa paulista mostrava fortes perdas nesta quarta-feira (Paulo Whitaker/Reuters)

B3: bolsa paulista mostrava fortes perdas nesta quarta-feira (Paulo Whitaker/Reuters)

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Reuters

Publicado em 27 de março de 2019 às 10h21.

Última atualização em 27 de março de 2019 às 11h52.

São Paulo — A bolsa paulista mostrava fortes perdas nesta quarta-feira, em meio a receios com o ambiente político, após deputados aprovarem na véspera PEC que reduz margem de manobra do governo com o Orçamento da União, o que o mercado entendeu como derrota do governo e sinalização negativa para a reforma da Previdência.

Às 11:19, o Ibovespa caía 1,99 por cento, a 93.412,94 pontos. No pior momento nesta manhã, recuou 2 por cento. O volume financeiro somava 2,82 bilhões de reais.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa fechou a terça-feira em alta de 1,76 por cento, a 95.306,82 pontos, quebrando uma sequência de cinco pregões negativos.

A Câmara aprovou na noite de terça-feira, em dois turnos por ampla maioria, Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que torna obrigatória a execução de emendas coletivas no Orçamento da União, no que pode ser visto como uma mensagem de insatisfação na relação com o governo de Jair Bolsonaro.

Para a equipe da Brasil Plural, a dificuldade do governo em fazer avançar a reforma na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara e o recado passado pelo plenário da Casa em relação às novas regras orçamentárias somente ressaltam que faz muita falta a condução política do governo no Congresso.

"Sem isso, a tramitação da reforma da Previdência poderá ser lenta e implicar em perdas significativas na economia prevista originalmente", avaliou em nota a clientes.

Em relatório, a consultoria LCA destacou que "está claro que os riscos à reforma previdenciária (e à agenda econômica como um todo) aumentaram substancialmente.

Nesse contexto, tende a ocupar as atenções a presença do ministro da Economia, Paulo Guedes, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado nesta tarde (14h), principalmente após ele ter cancelado a ida à CCJ da Câmara na véspera.

O cenário externo não mostrava um viés único, com tom positivo nos pregões europeus, mas fraqueza em Wall Street, enquanto o petróleo tinha pequenas altas, em sessão na qual o noticiário trazia números mais fracos sobre lucro industrial na China, corroborando preocupações sobre a desaceleração global.

Destaques

- TIM perdia 3,42 por cento, em sessão com resultado da rival Oi, que reportou um prejuízo líquido bilionário no quarto trimestre, refletindo a piora do resultado financeiro e queda nas receitas, enquanto sinalizou aceleração de investimentos. As preferenciais da OI, que não estão no Ibovespa, caíam 4,42 por cento.

- GOL recuava 3,85 por cento, tendo como pano de fundo a alta do dólar ante o real, após a Câmara concluir votação do projeto que libera a participação de capital estrangeiro em companhias aéreas com sede no país, rejeitando a maior parte dos destaques. A proposta agora segue para o Senado.

- PETROBRAS PN cedia 2,76 por cento, após forte alta na véspera, contaminada pelo viés negativo generalizado no pregão brasileiro, enquanto os preços do petróleo tinham pequenas altas no exterior.

- BANCO DO BRASIL ON perdia 3,22 por cento, capitaneando as perdas do setor bancário no Ibovespa, com ITAÚ UNIBANCO PN caindo 1,8 por cento, BRADESCO PN recuando 1,97 por cento e SANTANDER BRASIL cedendo 2,52 por cento.

- VALE tinha variação negativa de 0,3 por cento, em sessão de alta do setor mineração na Europa, antes da divulgação do balanço prevista para depois do fechamento do pregão.

- NATURA perdia 0,45 por cento, após sessão de alta na véspera, conforme seguem as expectativas relacionadas a eventual acordo com a Avon. Mais cedo, a fabricante de cosméticos também anunciou parceria com o Santander Brasil para oferecer conta 100 por cento digital a consultoras.

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